CAPÍTULO II

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-UM GAROTO ESQUISITO-

Quando eu pisei fora de casa parecia que eu
tinha perdido uns trinta e cinco e meio capítulos da novela que era a vida de um morador na rua Forlings, quando meus olhos se voltam para a casa do "poço de grosseria" lá estava ela minha mãezinha conversando com o bendito, e piora não sei como mas dessa conversa saiu até um aperto de mão o que me fez ficar pasma, eu estava boquiaberta, mas passada do que uva passa, foi aí que eu percebi não era apenas trinta e cinco e meio, mas na verdade setenta capítulo perdidos, isso sim é uma boa novela mexicana, chega fiquei toda arrepiada, até esse sentimento ser substituído por um pouco de vergonha alheia de mim mesma, quando a minha mãe apontou para mim no exato momento que eu estava recolhendo meu queixo do chão, e isso obviamente me deixou bastante sem graça.

E lá estava Dona Paula que saiu de casa envenenada conversando na mó paz com o novo vizinho, e o melhor nem era isso, ela estava com seu cabelo parecendo que ia para uma formatura de tão lindo, um rasteirinha maravilhosa e o vestido nem se fala, fora a maquiagem, e estava lá me perguntando como ela fez isso em tão pouco tempo, porque se fosse para a gente sair para um simples shopping ela estaria demorando no mínimo umas duas horas e meia, e lá estava eu admirando mulher gatíssima que é a minha mãe, pois ela estava assim como eu posso dizer... Minha mãe era e é simplesmente perfeição que se a Emma Watson passe por ali, eu até diria que elas são gêmeas, sendo que a minha mãe era gêmea mais bonita é a minha mãe.

Estava empolgada com o desenvolvimento de tal fofoca entre Senhora dona da perfeição e Seu Ogro, mas então algo aconteceu que me fez eu paralisar, quando eu senti algo gelado tocando no meu pé, já logo pensei que era a dona morte que gostou da vida de fofoqueira e quis me levar para fofocar junto com ela, e eu com toda a certeza que eu já tive na minha vida e sei que fiquei pálida, eu só não caguei na hora, porque não tinha bosta pronta, virei lentamente para trás e era um cachorro Golden lambendo meu pé e que coisa mais 'iti malia' e então comecei senti a minha alma começar a voltar para o meu corpo, até sentir algo tocar no meu ombro, na hora eu pensei -pronto a mãozinha da família Addams veio me busca- Mas aí, a situação conseguiu ficar pior do que eu imaginava, era um ser humano um pouco mais alto que eu com um casaco de gorro preto eu só consegui ver a sua boca que começou a abrir para falar alguma coisa. Mas antes disso eu comecei a falar em português nos Estados Unidos.

- Oh moço eu nem tô no Rio de Janeiro, e minha não tem dinheiro nem para sequer deixar eu sair ali no seu Zé do sorvete, tomar um sorvete de limão, e aqui em casa é cada um mais pobre que outro, vou te falar viu, inclusive o meu celular é quase pré-histórico se duvidar o NOKIA é mais novo que o meu celular, a minha chinela tem prego embaixo moço, eu tava preparada para isso acontecer quando.... - comecei a choramingar e ele colocou sua outra mão na minha boca o que me fez arregalar os olhos e pensar que minha morte estava próxima, então ele foi lá e soltou.

- What!? - Afinal eu tava falando em português nos Estados Unidos era óbvio que ele não entenderia nada, só se ele falasse português, e então ele tirou o capuz e era apenas idiota do Norberto, um menino com um cabelo ondulado olhos castanhos mel, e um pouco mais alto que eu, e pense num garoto esquisito, pois era esse tal de Noah não sei das quantas.

- Ah, é você.- Falei quase como se estivesse resmungando só que em inglês dessa vez - Qual? O seu problema Wandinha Addams 2.0? Sabia que eu venho do Brasil, e lá existe um lugar chamado Rio de Janeiro? você sequer já andou na Barra da Tijuca? Afinal de contas o que é que você quer? Por que se você queria que não existisse mais uma gota de alma no meu corpo, parabéns funcionou.- perguntei cruzando os braços e balançando o pescoço.

- O meu cachorro, esse Golden que você tá fazendo carinho na barriga a mais ou menos 15 minutos, eu acho...- Falou o tal do Noah numa frieza que nem Elsa da Frozen conseguiu alcançar, enquanto ele mexia naquele cabelo perfeitinho dele que tinha um cheiro de shampoo de uva maravilhoso que sentia dali de onde eu tava sentada.

- Sinto muito, mas a opção de eu devolver o cachorro não está viável...- Falei com olhar de cachorro sem casa enquanto abraçava o cachorro e o mesmo tinha a língua pra fora feliz e relaxado com os olhinhos brilhando- Além do mais eu e esse anjinho de quatro patas já estamos começando a criar laços profundos.

- Hã? Mas como assim!? - Falou o garoto sem entender nada - Steve tem um pedaço de cenoura esperando você lá na casa. - Falou o garoto pro cachorro que quase me levava junto com ele, o que quase fez uma lágrima escorrer de tanta tristeza em vê-lo partir, apesar de ter conhecido o Steve a pouquíssimo tempo eu já ama esse cachorro, ele era fofo, carinho, manhoso, lindo e agora... Interesseiro.

- Você não pode retirar ele de mim assim...- Fiz bico, parecendo uma criança mimada de 7 anos de idade.

- Claro que eu posso, o cachorro é meu.- Falou ele como se eu soubesse o que já estava nítido. - E a propósito meu nome é Noah, e aquele é meu pai Carl, e parece que meu pai tá paquerando sua mãe.- Completou o que não precisa.

- Bem, até mais tarde, acho que eu te vejo no jantar- E começou a se retirar, então eu segurei pelo ombro impedindo de sair sequer do portão. Ele simplesmente falou e tentou sair andando de forma tranquila, como ele ousa soltar uma dessas e sair para uma pessoa que tem ancestrais cardíacos. Afinal de contas ele se mudou pra casa dos caça

- Como ousa tentar se retirar sem ao menos terminar- Falei entre os dentes- Agora... sem pressa 'amiguinho', vamos tirando o cavalinho da chuva para ele não resfriar, agora respira fundo e com calma você, meu caro 'Norberto' vai contar tudo para sua vizinha favorita que não tá entendo nada do que está acontecendo não é?- Falei com um ar de psicopatia, e parecendo a Samara. Na tentativa de assustar do protótipo de adolescente gótico. Adivinha!?!? Não funcionou...

- Não foi nada demais o estranha...- Falou ele me empurrando pela testa com apenas um dedo, o que quase me fez chorar com tal fato.- Sua mãe apenas convidou eu e meu pai para um jantar de boas-vindas, eu acho...- Não consegui ouvir muito do que ele disse pois dessa vezes ele tava falando mais baixo do que minha autoestima, mas eu ouvi o essencial, e o que eu ouvi me sorrir de orelha a orelha e me fez ficar assustadoramente parecida com a Momo.

E lá se foi ele pra Deus sabe onde, então mudei a rota do meu olhar e dei um closer em Dona Paula e em "não fale comigo não sou obrigado" e lá estava ela dando os sinais de flerte que ela dava, eu sei Deus, que eu pedi muito para minha mãe encontrar uma nova pessoa e começar a namorar mais tinha que ser esse mesmo? Não tinha outra opção não? Sabe alguém que não agisse como um cavalo?

Até que algo desviou minha atenção, o alarme do carro do Sr. Weller disparou e foi vidro pra tudo que era lado, e advinha lá estava a Sra. Weller com um taco de beisebol em suas mãos e amassando o parabrisa com toda a força e ódio existente em seu corpo, e no final lançou " Vai atrás do Peter, não era por causa dele que tu chegou tarde o mês inteiro, seu filho d..." E resto não era tão relevante até porque eu tinha acabado de ganhar cinquenta dólares.

Até que então minha mãe fez sinal para eu entrar dentro de casa, e eu depois de perceber toda a falta de delicadeza existente naquele eu olhar, entre o mais rápido que pude, com a intenção de já procurar minha avó pra atualizar as fofocas.

Ao entrar em casa minha mãe estava novamente com a toca de seda, o pano de prato e sandália havaiana, e agora eu estou aqui me perguntando se minha mãe não foi pra Hogwarts e nunca mencionou nada a respeito comigo.

[...]

- Daqui a quarenta minutos teremos visita em casa, então Elen sobe que eu vou escolher tua roupa, e 'mainha' a senhora poderia por gentileza por a mesa enquanto eu tento fazer essa menina não me fazer passar vergonha pros novos vizinhos? - falou mainha, e eu fiquei chocada com palavras que saíram da boa dela, como assim eu fazer ela passar vergonha, meu estilo de roupas é apenas um pouco exótico.

E em menos de trinta minutos já estava tudo pronto, como eu recusei a usar um vestido minha mãe ficou quase 90% do tempo procurando "alguma coisa que preste" essa frase machucou meu lado ligado a moda, mas fazer o que. E também não entendi o motivo de estarmos tão arrumadas para estar dentro da nossa própria casa, afinal quem está indo comer fora é eles e não agente.

Depois de expressar para mim mesma inúmeros argumentos da vantagem que seria de não ter falado nada em relação do Crepúsculo e do Zangado, enquanto preparava um brigadeiro, decidi deixar tal assunto de lado até porque eu que incentivei a minha mãe fazer a reunião de condomínio.

E então finalmente a campainha tocou, e então eu agradeci a Deus por tal fato ter ocorrido finalmente, pois eu já estava azul de fome.

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