- O BENDITO SHAMPOO -
Corri o mais rápido que pude até em casa, mas eu bati o mindinho na quina da porta do banheiro quando comecei a correr, e o Noah tá quase respirando do meu pescoço. Subi aquelas escadas com toda velocidade que eu conseguia atingir naquele momento, que pelo fato de ser sedentária já estava com uma falta de ar tremenda e me tranquei no banheiro. Até ouvi o Noah quase arrancar um pedaço da porta com a força que ele bateu na mesma.
-Bora Ellen, sua ladra de shampoo traiçoeira! - Berrou o Noah, que no momento parecia está possuído pelo ritmo Ragatanga.
- Você vai me falar a marca?- perguntei depois de perceber que o bonito arrancou o rótulo.
- Não!- respondeu sem hesitação, enquanto isso coloquei uma parte do shampoo em frasco que eu tinha no banheiro, e então abrir a porta do mesmo e entreguei de muito mal gosto o shampoo ao Noah.
- Toma, seu chato. Saiba que um dia isso vai destruir nossa amizade. - Falei dando de ombros. E cruzando os braços como se eu fosse uma criança mimada.
- ELLEN! TEM VISITA PRA VOCÊ! - Gritou minha avó, o que eu achei bastante estranho, pois a minha única visita tava na minha frente "protegendo" o seu shampoo de uva.
Desci as escadas, e eu quase não acreditei no que os meus olhos tinham acabado de vê
- Não! - falei descrença achando que os meus olhos estavam trollando eles mesmos.
-Sim...- Falou soltando um risada nasal, Ana, minha amiga do Brasil! Eu pulei encima dela que quase que o Noah teria que me ajudar com um cadáver dessa vez.
- Aí meu Deus amiga, também tô saudades, mas a sua eu acho que vai me matar- Falou Ana com dificuldade por causa da falta de ar.
- Desculpa...- Falei saindo de cima dela e a abraçando, até perceber que ela estava encarando o Noah.
- Esse é Noah, meu melhor amigo, a coisa mais que você vai ver na sua vida. - Falei dando um tapinha no ombro do Noah, que revirou os olhos sorrindo.
- Amiga ele é tudo, menos feio, ele é na verdade um baita de um gostoso. - Falou em português e o Noah e a minha avó arregalaram os olhos e fiquei envergonhada e abri um sorriso de nervoso.
- Então Ana, acontece que o Noah entende português - Falei e depois voltei a encara-la confusa - Tu não é lésbica? - perguntei mais confusa do que eu já estive em toda a minha vida.
- E continuo, mas ainda sim não sou cega. - Falou e mesmo sem olhar sei que o Noah segurou a gargalhada do fora que havia acabado de levar.
Ao irmos pro meu quarto e o Noah ir embora para pintar aqueles seus quadros que ele enfia não sei onde e nunca mostrou pra ninguém com excessão dele mesmo e Deus, e talvez o Steve, a Ana comentou do caos que estava o Brasil, e o qual esse caos parecia ser as vezes perfeitamente organizando, estamos nós jogando conversa fora, até perceber que eu não perguntei o principal.
- Que diabos tu veio fazer nos Estados Unidos?- perguntei me achando a burra mais burra do universo, e então ela sorriu.
- Resolvi que esse meu último ano no ensino médio seria intercâmbio, não eu e sim meu pai, porque pra ele a vida é dele e não minha, mas quem liga não é mesmo? - Falou em um tom de deboche, mas que mesmo assim me deixou preocupada.
- Mesmo ele sabendo que eu no 'speako' english, que the my english is uma Shit, aí ele pensou 'porque não já que esse ser não sabe falar inglês ir prós Estados Unidos e jogar fora toda sua fluência em francês!?' com todo o respeito pai, mas que coisa mais idiota!- falou indignada, socando meu travesseiro, o que me fez arregalar os olhos.
- E você e a Bia? - perguntei curiosa já que dá última vez ela falou que brigaram por causa que a Bia falou que açaí na combinava com leite em pó.
- Voltamos, inclusive ela pediu desculpas por tal ocorrido, disse está equivocada em relação ao leite em pó, e que isso era uma completa de respeito ao gosto de todas as pessoas, e que ela era um dos poucos alecrins dourados banhados a ouro que concordavam com isso, e ela já vem pra cá aqui a duas semanas, eu tô saudade, e falei com ela cinco minutos antes de tocar a campainha da sua casa. - falou começando a chorar, como se fosse uma criança que tinha acabado de escutar "na volta a gente compra" quando passou na vitrine da loja de brinquedos do shopping.
[...]
E quando nós notando estavamos deitadas na cama, completas até o pescoço, comendo brigadeiro de colher, assistindo a cinco passos de você, e logo em seguida Ana resolveu por a culpa é das estrelas. Depois disso vou ter que adiar minha consulta na psicóloga, eu estava destruída eu ouvi a campainha, e do jeito que eu tava de moletom, o rímel escorrendo, e soluçando de tanto chorar, fui atender, como se fosse por impulso.
E lá tava o Noah, com suas coisas pra dormir aqui em casa, porque provavelmente o pai dele ia usar a dele, e quando minha mãe via o Noah chegar com seu kit pra mimir, começava a xingar o Sr. Cooper, e quando ela começava ela ia tomando uma taça de vinho e tendo todo o cuidado do mundo com a avó do Noah, já que ele haviam terminado a uns 5 meses, mas minha mãe e a Dona Russell continuavam amigas e focavam até da vida da formiga que passa no jardim no instante que elas conversavam.
O Noah colocou uma das suas mãos na minha bochecha enxugando uma lágrima rapidamente com um olhar assustado.
- O que aconteceu!? Algum problema a ...- falou preocupado, largando suas coisas no chão mesmo, e olhando no fundo da minha alma, mas eu o interrompi.
- A cinco passos de você, e logo em seguida a culpa é das estrelas - falei fungando de tanto chorar e o olhar do Noah saiu e preocupação para "me poupe", pois a única vez que ele me viu nesse estado foi quando minha gatinha Hermione ficou internada.
- Vai a merda Ellen, eu fiquei preocupado de verdade, e tu tá chorando por conta de dois filmes bestas? - falou indignado e estressado pegando suas coisas do chão subindo as escadas, e dando de cara com a Ana que descia as mesmas pra ir embora.
- Você só fala isso, porque nunca assistiu um filme de drama com romance misturado. - Falei enxugando as lágrimas e tentando me acalmar.
- Amanhã a gente assiste Como eu era antes de você. - Falou me dando um abraço de despedida e eu voltei a chorar como se fosse uma criança, lembrando que estava lendo o livro...
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Melhores Amigos
RomanceEllen e Noah se conhecem desde os 12 anos de idade e desde de então são amigos, e com o passar do tempo viraram melhores amigos, sendo que atualmente aos 17 anos ambos se questionam apenas para si mesmos se o que realmente sentem é apenas amizade.