University League - The House [2son]

Capítulo 2

Richardson 🇧🇷
Eu não costumava pensar muito sobre o quanto eu sentia falta de casa, da minha família e do meu país em si. A Inglaterra é um país lindo e muito bom de se viver. Admito todas as vezes que penso em reclamar sobre, mas as pessoas são diferentes, não diria amargas ou frias, eram apenas mais reservadas. Mesmo assim sinto saudade de conhecer todos da rua e conversar com eles quando saía pela porta de casa e de não ter que ficar minutos tentando entender diferentes sotaques e formular respostas não confusas e emboladas.
No momento, eu estava sentado em frente à escrivaninha esperando a tia atender minha ligação. Meus pensamentos foram interrompidos assim que ela atende com um sorriso enorme no rosto.
- Oi, meu amor. Como estão as coisas?
- Oi, tia. Tá tudo de boa por aqui e aí? O Pedro ainda tá por ai?
- Ah, tá tudo igual por aqui. Ontem fomos ver sua vó e ela tá bem. O pedro tá no quarto com a namorada nova. Por falar nisso, já arrumou alguém por aí?
- As mulheres aqui são diferentes, tia. São lindas é claro, mas muito quietinhas e eu tô focado no futebol, a senhora sabe.
- Rich, você não precisa ir só para os treinos e para as aulas. Você precisa viver um pouco filho. Nós sabemos que você quer ganhar a Europa pra poder ajudar a gente, mas você também pode se divertir.
Eu odiava quando tinha que repetir essa conversa com a família, a verdade é que eu sei o quanto foi difícil e ainda é para todos e sinto o peso de ajudar a família que sempre me ajudou.
- Eu me divirto pra caramba aqui! Saio com meus amigos quase sempre e sempre tô com eles.
- Não é a mesma coisa e você sabe, amar alguém vai te fazer bem.
No momento em que a tia termina de falar a porta do quarto é aberta e um Emerson muito animado fala.
- Ele chegou, Rich. Desce pra dar as boas vindas.
- Já tô indo! Tia eu vou ter que desligar, o novo colega de casa acabou de chegar e preciso conhecer ele.
- Tudo bem, filho. Mas mantenha em mente o que eu te disse. - minha tia fala com um ar meio cansado.
- Ta bom, tia. Te amo, até outro dia.
Assim que desço as escadas me deparado com um cara alto e asiático na sala e a primeira coisa que eu penso é: "merda, não vou conseguir entender nada do que ele fala! Mal entendo o sotaque do Haaland e do Jude, que dirá o de um idioma que eu nunca nem ouvi."
- Rich, esse é o Son. Heung-Min Son na verdade, mas a gente só chama ele de Son. - Martinelli apresenta os meninos super animado.
- Olá, muito obrigado por ter aceitado me receber também - O rapaz da um sorriso gentil, mas ao mesmo tempo parece receosso, a pronuncia sai com um sotaque leve, mas super compreensível.
- Oi, bem-vindo, você é de onde?
- Coreia do Sul, estou na Inglaterra tem 2 anos e meio. Deduzo que você também é brasileiro, tem bastante de vocês por aqui.
- Somos 3 agora, o Antony recebeu uma oferta de um time grande e acabou saindo de casa. - Martinelli diz para o recém chegado.
- A casa era um pé de guerra quando ele tava aqui, o Richarlison não deixava ele em paz e eles viviam brigando igual irmãos. Espero que vocês não sejam assim, a gente merece um pouco de paz. - Royal acrescenta e me da um tapa na nuca.
- Pra começar a gente se dava bem sim. Era nosso jeito de demonstrar amor, tá. E segundo, vocês estão assustando o pobre do novato, olha a cara dele. - aponto para o novato, se a cara dele fizesse barulho com certeza estaríamos ouvindo "o que tá acontecendo?"
- Desculpem, eu só não estou acostumado, vocês dividem os quartos aqui?
- Sim, Jude e eu ficamos no primeiro quarto a esquerda. Se precisar de alguma coisa e não estivermos aqui em baixo é só bater lá. - Haaland responde todo educado
- E você precisa entrar no nosso grupo de mensagens também, sempre que falta algo a gente manda por lá. - Jude completa a fala do amigo.
- Eu e Rich dividimos o quarto da direita, mas ele quase sempre tá sozinho por aqui, eu durmo muito fora.
- Toda semana com alguma mulher também, né. Nunca vi conhecer tanta gente. - murmuro em tom de deboche - Você vai dividir com o Gabriel, mas ele também quase nunca ta por aqui porque vive com o Antony. Quando você precisar pode falar comigo, eu vou te ajudar a pegar o ritmo da casa se você quiser.
- Eu ficaria muito grato. - O rapaz responde com um sorriso gentil, aparentemente ele sorria bastante e parecia ser simpático.