A Chegada

104 11 9
                                    

Acordei sentindo uma enorme dor de cabeça, porque tudo parecia estar tão alto?

Abri os meus olhos mas só enxerguei um borrão de luz, fazendo com que eu tivesse que fechá-los de novo, já que a luz também parecia estar forte demais.

Na verdade, tudo parecia estar demais, os sons, a luz, o cheiro, meu paladar. Será que eu estava de ressaca?

Flashs da noite anterior começaram a salpicar na minha cabeça, lembrei do doido do meu novo vizinho, da minha briga com a minha mãe e como eu chorei até conseguir finalmente pegar no sono. Droga, tenho certeza de que devo estar com a cara toda inchada por conta disso!

Abri meus olhos novamente, mas tudo ainda estava muito embaçado. Coloquei a mão na frente do meu rosto, tentando me proteger da luz que entrava pelo o que eu acho que são janelas.

Até que vi figuras, sombras, grandes demais para uma pessoa comum, se mexerem no quarto. Assustei-me, quem eram aquelas pessoas ali? E o que caralhos estavam fazendo no meu quarto?

Tentei me esticar um pouco para conseguir pegar o meu celular na minha mesinha, mas ao me mexer tudo começou a arder, parecia que eu estava pegando fogo por dentro, eu estava me queimando por inteira.

— Epa, epa, vai com calma, gatinha, não queremos que você fiquei pior ainda — uma voz masculina, meio grossa, falou.

Vi uma das sombras/ pessoas caminhar até mim, tentando me conter, mas ao chegar perto, eu me afastei assustada, soltando um grito de dor tão alto que não tinha como a minha mãe não ouvir do andar de baixo, e vir me socorrer, pois tudo começou a arder por conta da minha mexida.

— Q-quem são vocês? — perguntei com a voz rouca, sentindo a minha visão voltar finalmente ao normal.

Encarei aquelas pessoas, esperando uma resposta. O que veio para perto de mim era alto, cabelos longos e usava uma roupa preta muito esquisita, com sifões e... pera aí, sifões? Olhei mais atentamente, o cara tinha orelhas pontudas e porra, aquilo ali eram asas?

— Eu tenho certeza agora que ou eu morri, ou eu tomei alguma droga muito pesada ontem e não percebi, porque eu tô vendo coisas — falei baixinho só para mim mesma, mas acho que aqueles doidos escutaram também.

Voltei a olhar para eles, agora havia uma mulher um pouco mais perto do cara de cabelo longo, ela estava usando um coque impecável, um vestido longo divino e também tinha orelha pontuda. À sua esquerda estava uma loira com um vestido vermelho de tirar o fôlego, não preciso nem falar que todos eles tinham orelhas pontudas né, acho que já deu para entender. Ao seu lado estava uma bem baixinha, e eu juro por tudo o que é mais sagrado, os olhos dela brilhavam como se prometessem uma morte bem dolorosa. Depois um homem com um cabelo curto impecável e olhos violetas divinos, uma mulher estava ao seu lado, loira, parecida com a do coque, mas ela usava uma tira de estrelas na cabeça. Por último, nas sombras do quarto, havia um homem alto, forte e que parecia que iria sumir dali e se juntar com as sombras durante um tempo, ele também usava uma roupa toda preta como o do cabelo longo, mas seus sifões eram azuis e ele também tinha asas, ah, e seus olhos, tão lindos como o sol da Aurora, dourados castanhos, tenho certeza de que se eu chegasse mais perto eu poderia me perder ali.

Calma, sifões, asas e orelhas pontudas? Isso só pode ser brincadeira não é?! Não tem como ser real, ou tem?

— Vo-você é o Cassian? — perguntei para o de cabelos longos, que pareceu surpreso, mas assentiu levemente com a cabeça.

— Como você sabe disso? — a mulher atrás dele perguntou, com um tom tão mortal que eu jurava que se não respondesse eu poderia estar assinando a minha sentença de morte.

A Corte dos SonhadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora