Capítulo 3

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          Harry Carter. Alto, forte, americano, boa aparência.

Andava perseguindo Jimin e Taehyung do encontro no restaurante desde sabe-se lá quando. Mas aquele qual alega que estava perdidamente apaixonado por ele, ao menos o conhece.

Roupas novas, barba feita, pele cuidada, cabelo hidratado e carinha de milionário.

Descobriu a localização de sua casa com um aleatório e tentou invadi-la.

E então, Taehyung se pergunta: quem é este homem e de onde caralhos ele saiu.

— Eu já disse. Estávamos apaixonados... — disse com dificuldade, cuspindo sangue no chão de cimento e envolvendo seu estômago dolorido com os braços —, mas ele me roubou e fugiu sem dar tchau.

Outro gemido de dor veio rasgando sua garganta assim que Yoongi desferiu um novo chute em suas costelas, abaixando-se logo em seguida na altura de seu rosto para puxá-lo pelos cabelos.

— Dá para parar com essa ladainha? Acha que tem algum amador aqui, porra? — rangeu, soltando seus fios e deixando sua cabeça cair de volta no chão.

Encontravam-se no subsolo da casa, numa espécie de calabouço onde havia uma prisão de grades, correntes de ferro e quase nada de iluminação. Era um breu, sujo e cheirando a mofo. Lugar perfeito para aprisionar invasores como Carter até que decidissem o que fariam com ele.

— Então me diz, Harry, por que ele falou que não te conhece? — Taehyung questionou com calmaria diante da cena violenta, suas mãos aquecidas dentro da calça social preta combinada com seu paletó.

— Eu sei lá, a vagabunda deve ter memória ruim.

Taehyung voltou o olhar a Yoongi por alguns segundos. Muita ousadia a do galego bombadinho querer denegrir verbalmente um dos seus.

Abrindo um sorriso sádico, murmurou: — Acaba com ele.

Yoongi é que não ousaria contradize-lo.

Empurrou seu corpo fraco e molenga para virá-lo de barriga para cima, ficando então visível o sangue manchado em todo o arredor de sua boca e alguns cortes passados que haviam sido cutucados. Seus olhos mal conseguiam manter-se abertos, por mais que tentasse. Parecia-se a um peixe meio morto, um zumbi morrendo pela segunda vez.

Namjoon, de pé ao lado do mafioso, com uma expressão nada boa observava toda a cena, ouvindo os barulhos repugnantes de socos seguidos de mais socos.

— Dá para mandar ele parar? — agarrou o antebraço do irmão, puxando-o para olhá-lo — A gente nem sabe se ele está mentindo mesmo.

— Só se for você, porque eu não caio nessas histórias mal contadas.

— Puta merda, Tae, o cara tá desarmado, sem poder se defender e à beira da morte!

— E desde quando eu já participei de alguma luta justa, irmão? — riu, Namjoon fitando-o com o olhar estreito — Eu tô pouco me fodendo se ele pode ou não se defender.

— Você está prestes a colocar mais um cadáver no seu currículo por alguém que mal conhece, alguém que não quer mais nada além do seu dinheiro. — disse com seriedade e fimeza em seu tom, o mafioso cerrando o olhar — Não brinca comigo, Taehyung. Manda ele parar. Já.

Simplesmente não conseguia acreditar.

Não fazia sentindo para ele o fato de seu pai ter os criado debaixo do mesmo teto. Taehyung sempre fora do tipo atire primeiro e pergunte depois, já Namjoon parecia ainda querer tentar ser uma pessoas boa, às vezes.

Sangue, Suor e Lágrimas • VkookminOnde histórias criam vida. Descubra agora