epílogo

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- tempos depois. Canadá.

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Cas era o anjo armado. O meu anjo.

Os soldados falam dele. Os soldados de John, assim como ele era. Falam sobre o sorriso fácil, e sobre a bondade. A delicadeza que ele tinha para falar, para tratar as pessoas nas ruas, no batalhão, e onde fosse. Falam sobre os programas sociais que ele apoiava. Crianças. Idosos. Vítimas de violência. Imigrantes. Dependentes químicos. Falam sobre como ele os ajudou, particularmente, e quando.

"Ele me deu conselhos quando minha filha teve câncer", me disse um homem ontem. Não lembro o nome dele. Chorou quando parecia orar para que Cas estivesse vivo.

Também falam sobre a confiança que John tinha nele. Com certeza falam. Porque esta confiança está diretamente ligada a mim. Diretamente ligada à natureza unindo John e Cas no prenúncio de uma guerra, para que, de alguma forma e por razões desconhecidas, eu o encontrasse.

Eu o encontrei.

Eu o perdi.

Fico com Mary e Jack a maior parte do tempo. Falei com Eliot há alguns dias, pela internet, coisa que não tínhamos em Gilead, e estamos ajustando a papelada. Ele quer ser meu filho, eu quero ser seu pai. Cas gostaria disso, adotar um filhote. Ele me apoiaria porque sabia o quanto Benny era importante.

Mary me conta algumas coisas, mas não pergunto muito. Deixo que os dias passem. Quanto menos ela me contar, mais terei o que perguntar ao próprio Cas quando nos vermos novamente, e essa é minha maneira de dizer que sim, nos veremos novamente.

Mary e eu vamos às compras. John tem me sondado para me tornar um apoiador na guerra civil contra Gilead, um rosto que eles admirem e queiram usar com estandarte. Não sou soldado e Mary concorda, mas ainda estou pensando.

Talvez aparecendo em algum canal secreto dos rebeldes em Gilead que agora Dean Winchester é o símbolo de uma revolução, Cas saiba que estou bem e lutando por ele, como ele lutou por mim.

Mas os primeiros meses não são de luta. São de luto. Mary me diz que meu alfa não está morto, e que se ele estivesse, eu sentiria, e por isso me ajuda a lidar com isso, mas a distância dói demais.

Jack que o diga, sempre me acordando a noite, pedindo calor, aconchego, e cada vez que isso acontece, me lembro das noites quando Cas me segurava firme, me tirando da perdição da desesperança e da melancolia, e devolvia uma parte, ou toda a parte da alegria da minha alma para o meu peito.

Nos braços dele, eu estava seguro, e quero que Jack sinta que está, também.

Mary diz que ele tem cara de quem será alfa.

É estranho que estejamos quase todos juntos, e não falamos sobre Sammy, porque não temos notícias dele, mas assim como John e Mary lidaram "bem" com isso, me ajudam a lidar. Mary diz que, quando encontrou Cas no Canadá, ainda não tinha encontrado John. Achava que Cas era o cara que tinha me estuprado como lacaio, que tinha traído meu pai e o batalhão e se tornado comandante de Gilead, e então Cas teve a paciência de encontra-la, contar a verdade e leva-la até John.

Ele uniu meus pais, mas não recebeu algo bom em troca. Mary diz que naquele fim de semana Cas descobriu que os alfas não passariam a fronteira na retirada dos ômegas. Crowley, aliás, como também alfa, sabia desde o início que eles ficariam para trás.

Não era algo que John tenha estipulado, foi uma decisão democrática da resistência. Cas concordou, mas Mary diz que ele ficou péssimo, porque tinha medo demais de nunca mais me ver, e nunca mais ver nosso filhote. E por isso Cas estava tão mal depois daquela viagem, é o que percebi.

the omega's tale [destiel fanfic]Onde histórias criam vida. Descubra agora