7. mania.

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Como tudo que é ruim uma hora volta, as aulas voltaram ao início de agosto, e com elas, uma surpresinha.

No primeiro dia, em plenas sete horas da manhã e com meu cérebro ainda não funcionando direito, eu entrei na minha sala. Tinha algo estranho, algo diferente do habitual, mas eu não conseguia identificar o que era, exatamente. Sequer conseguia enxergar direito com os olhos cerrados, mas encarei um rosto que eu julguei ser estranho naquele ambiente, e quando finalmente me dei conta, entreabri a boca e arregalei os olhos.

— Yoongi?!

— E aí?

Min Yoongi estava ali, na minha sala, na minha turma. O que diabos ele estava fazendo na minha turma?!

— Como assim?!

— Agora eu estudo com você, gatão. Senta aqui. — ele fez um gesto de "vem!" com uma das mãos, e eu, ainda sem entender muita coisa, apenas me sentei ao seu lado.

Yoongi era do mesmo ano que eu, mas ele estudava em uma sala diferente, e a gente quase não se via na hora do intervalo ou da saída. Eu era da sala 21, e ele, da 28. Aparentemente, agora éramos ambos da sala 36.

— Beleza, me explica isso. — me virei para ele.

Ele me contou que, basicamente, sua antiga sala estava quase sem alunos, então, a diretoria distribuiu os poucos que restaram em outras salas. E ele veio parar na minha. Isso era ótimo! Eu passei a ficar sozinho nas aulas, e agora eu tinha alguém para ficar comigo.

Minha relação com Yoongi era engraçada. Nós raramente tínhamos algum papo para conversar, sempre foi assim, mas apenas a presença do outro era suficiente para tornar o momento confortável e agradável. A gente não falava nada na maioria do tempo, apenas aproveitava a boa sensação que um passava para o outro. Eu gostava muito disso, parecia que nós éramos conectados de alguma forma, e palavras não eram necessárias para esses momentos.

Aquele dia de aula foi bem tranquilo, se comparado com os outros. Na hora da saída, eu e Yoongi fomos juntos até o ponto em que nossos caminhos se separavam, e durante todo esse percurso, eu tive a estranha sensação de estar sendo vigiado...? Não tinha como descrever direito, mas parecia que tinha alguém além do Min por perto, mesmo que as ruas estivessem vazias.

— Então, até amanhã?

— Até amanhã. — eu respondi para ele e acenei. Ele acenou de volta e começou a andar na direção oposta a minha.

— Toma cuidado pela rua! E me avisa quando chegar em casa. — Min disse em um tom mais alto quando já estava longe de mim.

— Hum... Claro, você também.

Eu achei fofo da parte dele em se preocupar com a minha segurança, mas também achei estranho. Quer dizer, por que ele falaria isso, assim, do nada? Principalmente quando eu estava com a sensação forte de estar sendo vigiado desde que saímos do colégio. Podia ser apenas uma coincidência, então, não dei tanta importância para isso e segui meu caminho para casa.

Eu diria que essa história perdeu a graça se todos os meus problemas tivessem sido resolvidos ou, pelo menos, amenizados. Entretanto, para o meu sofrimento e o seu entretenimento, não foi bem assim.

Eu sempre passava em frente a um pequeno beco quando voltava do colégio. Não era nada de mais, apenas um vão que tinha entre duas casas numa das ruas que eu atravessava. Dessa vez, a sensação de estar sendo vigiado aumentava mais a cada passo que eu dava e me aproximava mais desse tal beco. Era estranho, chegava a me faltar o ar pelo aperto em meu peito graças a essa sensação. Talvez eu só estivesse morrendo e não sabia disso, mas não era o caso.

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⏰ Última atualização: Jan 30, 2023 ⏰

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Amor sem Nome • Jikook (em hiatus!)Onde histórias criam vida. Descubra agora