Capítulo 47

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• Autora •

O copo de vidro colidiu com a parede fazendo um estrondo ecoar pela casa. O homem respirava fundo tentando em vão se acalmar, a notícia na televisão não ajudava sua falha missão.

"O casal já está sendo procurado e qualquer informação pode ser útil nesse momento…"

A tela ficou preta. A mulher sentada no sofá apertava fortemente o botão várias vezes. O silêncio reinou na sala velha e empoeirada.

- O que faremos? _ Perguntou a mulher.

- Se eu soubesse não estaria igual um touro aqui bufando! _ Ele disse alto.

- Agora que conseguimos o dinheiro para ir embora. _ Ela diz sorrindo de lado desacreditada. _ Acha que ainda conseguimos passar pelo aeroporto?

- Não, esqueceu que eu sou procurado pelo UOE? Se eu pisar em qualquer câmera de vigilância da rua, podem vim atrás de mim com cachorros. _ Ele diz sério.

- Eles disseram que tinham um vídeo, mas não foi divulgado pela polícia. _ Diz a mulher pensativa.

- Idai? Vai ficar aí falando sozinha? Não preciso de malucas agora, preciso de uma porra de solução. _ Diz o homem.

- Diferente de você, eu tenho mais que três neurônios. _ Diz a mulher séria sem o olhar. _ Vídeo...como não pensei nisso antes?

O homem ficou olhando para o rosto da mulher e percebeu que estava com um sorriso convencido.

- O que? Pare de fazer suspense.

- Lalisa... _ Diz ela.

- Por que está falando da porra dessa pirralha? Que caralho. _ Ele diz.

- Cala a boca e ouve, Siwoo. A única coisa que fizemos para chamar a atenção da polícia, foi a Lisa. _ Diz a mulher se levantando e olhando para o homem. _ Passamos pelo aeroporto sem problema nenhum, ficamos uma semana aqui e nada da polícia sequer lembrar de você. Eles não iriam cismar do nada, de alguma forma descobriram que tivemos algo haver com o abandono dela.

- Ela morreu quando levou a portada na cabeça. _ Diz o homem desdenhando da mulher.

- Para alguém formado em química, você é muito burro. _ Diz a mulher _ O que nos garante que a pirralha morreu? Você por um acaso voltou lá? Teve alguma notícia do corpo dela?

O homem engoliu em seco ao ouvir cada palavra da mulher.

- Ela não falaria nada, Lalisa é muito pequena ainda, não deve nem se lembrar direito de quantos anos tem. Fora que tem aquela porra de doença. _ Diz o homem se jogando na poltrona e fazendo poeira subir.

- Uma criança não precisa falar quando se tem um vídeo. _ Diz a mulher _ Precisamos falar com Tae-jin.

- Ele vai fazer o que? _ Perguntou o homem _ Nada sai de graça.

- Eu sei, mas qualquer ajuda para fugir desse país é bem vinda. _ Diz a mulher. _ Ligue pra ele.

• Quebra de Tempo •

- Três meses e vocês ainda vivem como ratos. _ Diz Tae-jin passando pela porta e vendo o estado da casa.

- Precisamos de ajuda. _ Diz Siwoo.

- E o que os faz pensar que eu ajudaria? _ Perguntou o homem irônico.

- Trabalhamos para você durante três meses. _ Diz Phitsamai.

- Idai? Vocês queriam dinheiro e eu precisava de um serviço que não estivesse sendo monitorado pela polícia, uma mão lava a outra.

- Precisamos ir embora, Tae-jin. _ Diz Siwoo _ Meu pai te ajudou a conquistar o que tem, me ajude agora.

- Não, não vou. _ Diz o homem. _ Seu pai foi preso e morreu me devendo. Siwoo, nesse mundo eu aprendi que tudo tem o seu preço, estão dispostos a pagar?

O casal se olhou.

- Quanto você quer? _ Perguntou Phitsamai.

- 5 bilhões de wons.

- Está de brincadeira! _ Diz Siwoo quase gritando. _ Trabalhamos igual condenados esses três meses para conseguir o dinheiro da passagem! Como quer que arrumamos 5 bilhões de wons?

- É isso ou nada feito. _ Diz Tae-jin.

- Não se esqueça, Tae-jin, se nós dois cairmos, você cai também. _ Diz Phitsamai.

- Será? Vamos vê, a polícia já me conhece há anos e nunca conseguiram nada contra mim, já vocês, não posso dizer o mesmo. _ Diz Tae-jin rindo. _ Tem provas contra mim? Acho que não.

Siwoo respirou fundo.

- Vamos conseguir o dinheiro. _ Diz Phitsamai.

- Ótimo! _ Diz Tae-jin sorrindo _ O que vocês querem que eu faça?

- Precisamos saber que vídeo é esse que a polícia tem. _ Diz Siwoo. _ Sabemos que você tem alguns contatos.

- Ok, amanhã o vídeo estará na mão de vocês e não me substimem, quero o meu dinheiro.

O homem se virou saindo e seus capangas foram juntos. O casal suspirou aliviado, mas ainda sim pensando em como arrumariam o dinheiro. Tae-jin até poderia sorrir, mas não era flor que se cheire.

• Rosé •

- Ela disse isso mesmo? _ Jin perguntou me olhando.

Suspiro. Estávamos sentados na cozinha. Hoseok, Namjoon e Jisoo estavam vigiando as crianças na piscina enquanto estavam sentados tomando suco. Jennie e Suga estavam na churrasqueira.

Era um dia ensolarado e decidimos nos reunir como a muito tempo não fazíamos. Daqui conseguimos ver todos eles lá fora pela porta de vidro, Jin estava sentado na minha frente na ilha enquanto esperávamos a comida no fogo.

- Disse. _ Digo engolindo em seco.

- Deveria ter alertado vocês sobre ela. _ Diz ele suspirando.

- O que? _ Pergunto confusa.

- Assim que adotamos os meninos, logo colocamos eles naquela creche. Suga os levou no primeiro dia, eu tinha consultas, Namjoon recebeu uma chamada cedo e Hoseok estava trabalhando fora de Seoul. _ Diz Jin parecendo sério, o que não era comum. _ Suga contou que quando chegou na escola, essa professora veio buscar os meninos e deu em cima dele, ele explicou que era casado e quando a mulher descobriu que era com homem e ainda três, ela pirou na frente da escola inteira. Não queria deixar a gente chegar perto dos meninos e precisou do Namjoon vim até a creche com a polícia. Trocamos eles de sala e Namjoon conseguiu uma ordem judicial para nunca mais se aproximar dos nossos filhos.

- Nossa.

- Pois é, ela é horrível. _ Diz Jin bebendo mais do seu suco.

- Por isso o Yoongi sempre tenta sair de lá o mais rápido possível. _ Digo pensativa.

- Sim, ele odeia só pensar de ver a mulher. _ Diz Jin.

- Vou conversar com as meninas, semana que vem, ela não estuda mais naquela sala. _ Falo séria.

- Ainda estou desacreditado, como que ela não aprendeu ainda? _ Perguntou Jin retoricamente. _ É, pessoas preconceituosas não mudam nunca.

Quando o almoço ficou pronto, levamos todas as panelas para uma mesa que colocamos do lado de fora. As crianças saíram da água. Coloquei o pequeno roupão na Lisa e sentei com ela em uma cadeira.

- Está se divertindo, meu amor? _ Pergunto passando o nariz na sua bochecha sentindo seu cheirinho.

- Eu tô mamãe. _Dou um grande sorriso ao vê-la falando na primeira pessoa.

- O neném da mamãe está crescendo. _ Falo a abraçando.

- Eu no tô quecendo, vou ser neném semple. _ Ela diz sorrindo e suas covinhas apareceram.

Lisa não demorou a começar a comer. Depois dos dez minutos de descanso, ela não foi dançar com os meninos e Hoseok ao som de uma música, ficou deitada no meu peito apenas olhando e dando algumas risadas fofas.

Suspiro acariciando seus cabelos.

Continua...

Baby LisaOnde histórias criam vida. Descubra agora