Sua Mãe Esta Errada

Os Potter

P.O.V. Euphemia Potter

Todas as manhãs Effie gostava de preparar o café da manhã para sua família, ela não era antiquada, não via aquilo como um dever somente dela, mas essa era uma das únicas tarefas domésticas que ela não compartilhava com Fleamont, ela gostava de fato de fazer isso, e era exatamente o que ela estava fazendo quando uma coruja cinza enorme pousou em sua janela, carregava uma carta pequena, realmente desproporcional a seu porte, e por um momento Euphemia ficou assustada, aquela definitivamente não era a sua coruja, e não se parecia com uma coruja domestica, imaginou que fosse uma coruja do ministério, e rapidamente pegou a pequena carta que ela trazia, sua teoria se foi ao ver o nome, ou melhor os nomes dos remetentes, entretanto isso não acalmou seu coração nem um pouco.

Andrômeda, Sirius e Regulus Black

Desde a reunião na mansão Black, Euphemia não parou nem um segundo de pensar naquelas crianças, ela, assim como a maioria das pessoas sabia que os Black gostavam de fazer herdeiros, sabia também que eles eram pessoas cruéis, portanto nunca achou que isso se aplicasse na forma como tratavam crianças, tentando impor suas ideias, forçando seus ideais, reprimindo comportamentos infantis que são absolutamente normais para crianças, talvez fosse seu instinto de proteção, mas mesmo antes que ela se quer ouvisse claramente da boca de Sirius e Regulus o que Walburga fazia com eles ela já imaginava, e não pode deixar de perguntar, não pode deixar de se importar, ela teve que dar seu endereço a eles, queria poder ajudar de alguma forma.

Depois que ela e Fleamont voltaram para casa aquele dia ela lhe contou tudo sobre eles, e seu marido ficou igualmente preocupado e prometeu que eles falariam com Dumbledore, ele saberia o que fazer.

Quando Euphemia terminou de ler a carta, o que foi realmente rápido devido a seu tamanho, James havia aparecido ao seu lado, ele estava sentado a mesa, ainda de pijama e com os óculos redondos caídos a ponta de seu nariz, ela sorriu ao ver seu filho, aquilo lhe deu um senso maior de realidade, tinha a sensação de estar se afogando enquanto lia a carta.<br>

— Bom dia mamãe! — James disse arrumando os óculos<br>

— Bom dia filho — Ela respondeu e voltou a preparar o café<br>

***

Só quando Euphemia se sentou para escrever de volta para as crianças ela percebe o quão estranho deve ter parecido para as crianças, a carta era curta pois eles não sabiam o que escrever, e ela estava na mesma situação agora

Olá crianças

Tenho estado bem, obrigada! E vocês como tem estado? Também espero que bem

Lhes pedi que escrevessem pois aquele dia não tivemos tempo suficiente de conversar para que eu pudesse conhecê-los melhor, gostaria que pudéssemos ser amigos, gostaria de saber mais sobre vocês

Entendo que nós não tenhamos assunto para falar, afinal vocês não me conhecem, não exatamente, então vou me apresentar para vocês

Meu nome é Euphemia Potter, sou casada com Fleamont Potter, e meu filho, já falei dele para vocês, se chama James Potter, sou costureira, não me interesso em nada por quadribol, mas amo saber o resultado dos jogos, torço para o Holyhead Harpies, assim como todo mundo aqui em casa, não apoio a supremacia de sangue, nem a escravidão dos elfos domésticos, apesar de termos uma elfa trabalhando aqui em casa, ela recebe salário, além de costurar eu também tricoto, mas é um hobbie, um dos motivos que me fez pedir que escrevessem foi pois, como mencionei anteriormente na carta não pudemos conversar o suficiente, vocês são duas crianças, e uma adolescente muito amáveis, imaginei que gostariam de conversar, adoro passar tempo com crianças, por exemplo meu filho e sua amiga, Marlene, eles brincam juntos todas as semanas, eu tento me envolver o máximo que consigo, talvez vocês pudessem vir aqui algum dia e Sirius e Regulus poderiam brincar com eles.

Contem me um pouco sobre vocês, estarei esperando sua resposta ansionsamente.

Com amor,

Euphemia Potter

***

P.O.V Fleamont Potter

James corria pelo quintal, sem nenhum objetivo em específico, ele apenas decidiu correr, então Fleamont estava observando, tendo em vista que seu pequeno tinha uma certa disposição a cair e ralar os joelhos, e a quebrar seus óculos, isso já havia acontecido mais vezes do que era agradável para seus pais

Ele estava de licença de seu trabalho no ministério, Dumbledore queria sua ajuda com outras coisas, coisas estas que Fleamont havia se negado algumas vezes, mas ele sabia que deveria ajudar, esse foi o motivo de ele e sua esposa terem aceitado o convite para a mansão Black a alguns dias, atrás, o que ouviram lá não foi nada agradável, quando chegaram em casa a reação dele e de sua esposa foram completamente diferentes, enquanto ele se acalmou e se sentiu seguro chegando a seu lar, Euphemia desabou, ela chorou por horas, e o pediu desculpas inúmeras vezes, e todas as vezes ele a respondeu que não havia nada para se desculpar, e a disse que ela não devia se preocupar, que ele sempre iria protegê-la assim como seu filho.

"Mas não vai ficar tudo bem, não vai." ela lhe respondeu ainda chorando, mas mais calma, e então lhe contou sobre as crianças Black, sobre como elas eram encantadoras, e sobre como haviam lhe contado que seus pais as castigavam com feitiços, Fleamont ainda não havia entendido o motivo de Euphemia estar tão abalada com isso, claro que ele também se sentia preocupado com aquelas crianças, mas não era só isso, Euphemia estava preocupada em um nível pessoal, "Eu estou assim porque eu já fui uma daquelas crianças" e então ela lhe contou sobre quando era criança, que ficava com sua avó enquanto seus pais trabalhavam, e como a mesma depois de uma birra ou duas, mas nada sério, usou a varinha para "educa-lá" isso aconteceu várias vezes, quando seus pais viram os cortes em suas pernas eles pararam de deixá-la com ela.

"Minha avó não era uma pessoa ruim, aquela atitude foi causado por questões médicas que alteravam seu comportamento, meus pais não me contaram o que era, mas eles são, os Black são pessoas ruins, eles tem intenção de machucar aquelas crianças Monty" então Fleamont prometeu que eles falariam com Dumbledore, e que achariam alguma forma de ajudar aquelas crianças e abraçou Euphemia até que ela se sentisse melhor.

Ainda estava concentrado em observar James quando sentiu uma mão em seu ombro, se virou para ver Effie ao seu lado, ela sorriu apreensiva, antes de despejar aquilo que queria dizer, eles não eram o tipo de casal que escondia coisas ou tinha que se conter um com o outro

—Lembra quando você disse que falaríamos com Albus? É, então, eu quero fazer isso hoje, eu acabei de despachar uma carta para o Largo Grimmauld, respondendo as crianças, eu não quero só esperar tudo se resolver, eu quero falar com Albus hoje, eu preciso.

***

P.O.V James, algumas horas depois

Seus pais estavam nervosos, James sabia disso, era estranho, Monty e Mia eram pessoas no geral relaxadas, mas ultimamente eles não pareciam estar assim, eles cochichavam pelos cantos e Dumb vinha muitas vezes falar com eles no escritório de papai, quer dizer, Professor Dumbledore, mamãe disse que ele seria seu professor quando fosse para Hogwarts, ele e Marlene falavam muito sobre quando fossem para Hogwarts e o que fariam lá, com certeza entrariam para o time de quadribol, James seria o capitão, claro, mas Marlene dizia que seria ela, mas a questão era, por que seus pais, que eram sem dúvida as melhores pessoas do mundo inteiro estavam tão apreensivas e travadas.

Professor Dumbledore estava lá de novo, mamãe havia dito mais cedo que precisava falar com ele, todos os adultos estavam sentados na sala, ele estava se pendurando sobre o parapeito da escada para tentar ver sobre o que eles falavam, porém logo foi descoberto, o professor o viu ali e deu uma piscadela rápida, indicando que não contaria para seus pais. Entretanto James se sentiu frustrado por ter sido descoberto e saiu dali de volta para seu quarto, enfurecido por seu plano não ter funcionado.

Logo arrumou outra coisa para fazer e se distraiu de sua raiva, mas ele iria descobrir, em outro momento, o que estava acontecendo.