ciclos

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me toquei esses dias que alguma hora, tudo um dia chega ao fim.

mas pra começar, eu não gosto de levar isso como algo prévio.

eu carrego comigo um pedacinho, uma marca de cada pessoa que já passou pela minha vida, de cada ciclo que já vivenciei e que tenho comigo até hoje.

e esse também é um dos melhores jeitos para se lidar com os ciclos e assim, os encerramentos deles;

ter maturidade emocional e carregar com carinho os bons momentos que eu já tive e você também teve.

é difícil colocar em prática essa maturidade e esse pensamento mais denso, mas uma hora é necessário aprender; não se lamentar por ter acabado, mas agradecer por ter estado presente naquele tempo e vivido esse ciclo tão preciso para a nossa trajetória.

chorar porque acabou (porque isso faz parte do processo de cura, e tá tudo bem), mas ao mesmo tempo carregar com carinho por ter vivido isso da melhor forma possível.

e foi bom enquanto durou, mas não significa que iria durar pra sempre. e isso não precisa ser algo levado com rancor, raiva, mágoa ou tristeza...

foi bom enquanto você viveu aquilo. seja grato por isso.

pode ter sido 5 dias, 5 meses ou até 5 anos

e você não precisa carregar com ódio só porque acabou, como se um fim automaticamente alterasse ou tirasse tudo de bom que aconteceu.

o ódio ou a tristeza retiram toda a boa energia que esteve presente.

foi eterno enquanto durou.

e é aí que tudo começa a ficar pesado;

pensamentos constantemente presos e estagnados no passado,

apego à uma memória, a dificuldade em viver no momento presente.

juntamente o anseio pelo amanhã, o medo de entrar em mais um ciclo que vai durar "pouco". ou que vai ser muito "ruim" por não ser "pra sempre", de novo.

então a gente acaba se fechando, se recusando a viver um novo ciclo, um novo começo ou recomeço.

alias, não há como haver uma finalização de algo se não houver um início.

é aí que a sua vida fica estagnada;
parada.

pelo medo do fim, você não começa nada. você trava.
e eu travei.

e assim você, eu, nós perdemos um pouco a essência da vida, aquela sensação incrível de viver.

ciclos são uma complicação da vida que, hoje eu entendo, mas não necessariamente preciso concordar.

e mesmo assim vivo com isso, até porque, estamos em constante mudança. é necessário seguir a nossa vida, com ou sem aquela coisa ou aquela pessoa pelo qual já amamos um dia;

a pessoa que um dia já te fez muito bem, talvez um dia não te faça mais.

sua cidade favorita talvez um dia não traga mais um brilho pro seu sorriso.

sua comida favorita pode "do nada"começar a ser rejeitada pelo seu estômago, ou o seu gosto pode simplesmente mudar e se abranger por outras culturas.

acho que compreendi que é muito necessário mudar, afinal não faz sentido ser a mesma pessoa todos os dias.

é necessário evoluir, tentar coisas novas, explorar tudo o que há no mundo a fora.

explorar tudo o que há nesse universo aí dentro de ti, e esse universo é tão imenso quanto sua singularidade.

acho que aprender a caminhar, e não tentar alterar a tal da "ordem natural da vida" é o que faz o mundo ficar mais leve.

tudo bem que você queria ir pro caminho X.
mas já pensou o tanto de coisa boa que o universo reserva pra você ao te levar e apresentar para o caminho Y?

a vida gosta de surpreender a gente.

e sim, a vida também gosta de bater as vezes. e, geralmente é pro nosso bem, mesmo que a gente não entenda no momento, depois de um tempo a gente sempre compreende o porquê fomos atingidos.

e convenhamos, quando chega o momento de realmente algo bom acontecer; é de trazer um quentinho no coração, algumas borboletas no estômago.

"sempre que você se despede de um lugar, tem outro fazendo festa pra te receber."

não deixe um fim de ciclo acabar com você, é possível renascer através da dor, da solidão.

– moon.

tudo que eu guardo dentro do meu peito Onde histórias criam vida. Descubra agora