Entre linhas e câmeras

Capítulo sem título 1

Eu nunca imaginei ser reconhecido por algo, mas simplesmente aconteceu.

Quando eu tinha apenas 12 anos eu publiquei meu primeiro livro, era o primeiro de uma trilogia de fantasia, e ele simplesmente bombou, meu nome estava estampado em todo lugar, eu realmente não acreditava no que estava acontecendo, bom acho melhor me apresentar primeiro né? Bom, normalmente as pessoas fazem isso:

Prazer, meu nome é Henry, eu tenho 16 anos

Não, não, corta, parece que eu tô me apresentando no primeiro dia de aula.

Prazer, eu sou um dos maiores escritores da minha época, e eu realmente tenho 16 anos, talvez você se pergunto como, eu também não sei só aconteceu, talvez muita sorte.

Eu te conto resto enquanto vou à escola.

- Bom dia vó.

- Bom dia, querido.

- Minha mãe já foi?

- Já foi sim. Ah, você não vai comer nada?

- Eu como no caminho.

Minha vó é maravilhosa, e onde estávamos? Ah sim! Eu estava falando sobre mim. Bom, quando eu aprendi a ler e escrever eu comecei criar histórias, muitas histórias, e quando eu completei 12 anos eu consegui vencer um concurso, e fui publicado. Minha vida depois disso foi de 0 a 100, ou não, na verdade, não sei.

- Bom dia!

- Bom dia vizinha.

Não ligue se às vezes alguém nos atrapalhar.

Bom, pelo menos no tempo que eu vivo, as pessoas adoram romances, com bastante clichê e essas coisas aí, então a editora que eu trabalho obrigou a escrever um romance, e eu estava quase terminando, na força do ódio, mas eu estava, digamos que eu não sou o maior fã de romances que existe, confesso que as vezes eu prefiro uma boa batalha.

Minha aula começar daqui a 10 minutos, e adivinha? Segunda-feira, e a primeira aula é matemática, quem merece isso? Meus professores de matemática que me perdoem, mas que matéria complicada.

Bom, acredito que está na hora de apresentar minhas duas amigas, ou fiéis escudeiras.

- Bom dia, achei que não iria vir hoje.

- Era minha vontade Melissa.

Melissa é uma garota ruiva, ela tem a minha idade, ela é surda oralizada, e usa um coacler, um aparelho auditivo.

- Onde tá a Natasha? - Perguntei.

- Acho que deve estar na biblioteca, eu não vi ela hoje.

- Tá quase começando a aula, vamos ver se a gente acha ela.

Natasha é uma garota preta, que usa o cabelo afro, e que cala a boca de qualquer racista, muito inteligente por sinal.

Afinal, encontramos ela indo em direção a sala.

- Eu tô muito atrasada?

- Um pouco. - Falei.

- Afinal, quando vai sair seu novo livro?

- Sei lá, só sei que eu tenho que terminar e entregar até daqui a três semanas.

- Eu também quero muito ler.

- E desde quando você gosta de romance Melissa?

- Eu não gosto, mas se você escreveu eu me sinto na obrigação de ler.

- Na verdade, eu não tô gostando muito do livro.

- Por que? - Indagou Melissa.

- Não sei, acho que falta alguma coisa, e eu também não sou o maior fã de histórias de amor.