III. Where the tides meet the sky

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onde as águas se encontram com os céus

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onde as águas se encontram com os céus

CW/TW: menção a aborto e morte infantil


Ilyanna sonhava com rosas douradas. Ela nunca vira, cheirara ou ouvira falar da flor em suas breves semanas de vida, tampouco compreendia o significado daquilo, mas sua mente cansada sonhava com elas.

Não eram imagens desconexas e borradas, também. Eram figuras concretas, lúcidas até. Campos enormes de opulentas rosas da cor de ouro branco que desabrocham sob os raios solares acalentadores, tantas, mas tantas que nem se fosse uma pessoa crescida poderia compreender a magnificência daquele campo vasto. Pétalas se espalharam pelo ar, dançando no vento suave. A bebê se debatia em seu sono, alegre, sem entender muito bem por quê. Apenas praticava uma tentativa de sorriso, algo que via a menina de cabelos castanhos que a cuidava fazer várias vezes, mimicando os sons estranhos que de sua boca saíam.

Não entendia o que significava Vhaenna, ou Targaryen. Dragão, exército e guerra eram apenas isto. Palavras.

Palavras estranhas e estrangeiras para ela. Assim como as da misteriosa mulher de fios castanhos que a cuidava.

Ela era linda — não no sentido tradicional da palavra, como as mulheres que circundam o lugar onde sua cuidadora a faz frequentar. Não, ela era ferozmente bela, as rugas visíveis no canto das narinas, coisa de quem sorri demais. E usava os cabelos soltos, muito curtos, que mal alcançavam o queixo armadurado pelo capacete escuro. Mas eram os olhos que chamavam a atenção de Ilyanna.

Olhos azuis escuros. Não eram de um tom exatamente natural, e sim profundos, como se estivesse olhando para o oceano abissal. Muito escuros para serem azul-gelo, muito claros para serem negros. Olhos de sereia.

Olhos Vhaenna.

Segurava-a com cuidado, porém, muita delicadeza apesar da armadura pesada. Beijava-lhe a testa e murmurava uma canção em outra língua que não conhecia, mas tinha escutado o homem de cabelos brancos murmurar certas vezes. Ela tinha uma voz melodiosa feito o canto das águas, um nariz com uma leve elevação que complementava as maçãs do rosto. Era pouco suave em suas feições, cheia de pontas e de sobrancelhas arqueadas, mas jamais deixava de ser bela. A estranha deu risada quando a bebê espirrou, traçando um dedo calejado por sua bochecha gordinha.

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⏰ Última atualização: Sep 24, 2023 ⏰

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Nepenthe [AEMOND TARGARYEN]Onde histórias criam vida. Descubra agora