II. Embrace of Lady Death

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O abraço de Lady Morte

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O abraço de Lady Morte

Elyse nunca tinha gostado de dormir.

É natural para uma criança ter muito mais energia, claro. Imaginava que, quando Ilyanna crescesse, fosse assim como ela, correndo pelos cantos e completamente incansável. O problema era sua própria cabeça, na verdade.

Incansável, assim como seu corpo. Inquieta.

O sentimento de estar numa carruagem Targaryen era, devia dizer, mais estranho do que o estar numa carruagem normal — apesar da diferença ser apenas os donos, o brasão cravado em madeira e metal nas portas e cantos das cortinas. O veículo era enorme, suficiente para que ela e o príncipe Daemon esticassem as pernas sem ao menos tocarem um no outro. Lys nunca faria isso, ela tinha apanhado o suficiente da governanta para temer essas indiscrições públicas. Por hora, mantém sua melhor postura de lady, apesar de não se considerar tal coisa.

Era muito útil para se encolher no canto oposto ao dele, devia dizer.

Elyse ainda estava absorvendo os eventos dos últimos dias, então, apenas permaneceu calada, observadora, como fizera todos os dias de sua curtíssima vida. Ainda não conseguia acreditar que estava viva, e, apesar das dores do ferimento recente serem extremamente reais, ainda parecia ser um tanto intangível. O cheiro de sangue contra as ondas violentas e salgadas, os gritos, tudo tinha ficado para trás; ou ao menos rezava para que assim fosse. As mãos, unidas em prece, estavam quase brancas pela exagerada pressão que aplicava ali.

Entretanto, com toda a dor, sua família também se encontrava desaparecida. Suas orações diárias estavam focadas em pedidos para encontrá-los vivos, apesar de não ser muito devota. Mas os deuses haviam de escutar uma criança, certo? Quer dizer... exceto por Daemon, que não confiava na inocência de ninguém, era acreditado que as almas das crianças eram puras o suficiente.

A maioria delas. Não Elyse, que já havia matado alguém.

Eu a amaldiçoo três vezes pelo que você fez, rainha bastarda, aquela voz lhe disse, atrás de sua cabeça. Não tinha conseguido dormir. Sempre que tentava, era acordada com os gritos, a dor, o cheiro de sangue. Daemon precisou segurá-la a noite toda para dar um pouco de paz a seus soldados. O gesto fora apreciado, mas o príncipe de cabelos brancos voltou a tratá-la com frieza assim que o sol da manhã os deu bom dia. Ela detestava o olhar dele sempre que se recordava disso.

Nepenthe [AEMOND TARGARYEN]Onde histórias criam vida. Descubra agora