Noite Na Loja

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Alguns dias haviam se passado. Xande e Guizo voltaram a manter contato depois do acontecido. O falso ruivo ficou feliz de que a amizade dos dois estava voltando aos poucos, mesmo que quisesse algo a mais.

Hito não parava de encher seu saco perguntando o que tinha rolado, foram dias até a mesma desistir da história. Mas também, ficou sentida com o que aconteceu com Alexandre e mesmo não sendo próxima dele, deu seu apoio. Bom... Do jeito dela.

" Me chama se essa garota aparecer de novo, você não vai querer ser preso, né? Deixa que eu arrebento ela. "

Quanto a Brenda... Não havia visto a mesma, duvidava que ela tivesse voltado para sua cidade, por isso pediu para Xande o avisar caso a encontrasse, o loiro ficou todo bobo com o carinho e proteção.

Agora, perto da meia-noite e o avermelhado estava em casa, jogado no sofá em um total tédio e sem sono. A amiga saiu para uma de suas " competições " de fliperama e ver se ganhava algum dinheiro. Guizo vivia a repreendendo de que alguma hora isso poderia dar problema, mesmo que soubesse que não pararia a garota, e afinal, a grana que ganhou também tem ajudado a pagar algumas coisas.

Enquanto esperava o cansaço vir, ficou pensando num tal loirinho de olhos azuis. Ah, aqueles olhos, Guizo sempre sentiu que pudesse mergulhar neles quando os encarava, eram como um mar. E foi esse mesmo mar que encarou no dia em que caiu em cima de Xande, como aquilo foi vergonhoso, mas tão bom. Ainda podia sentir as mãos colocadas levemente na sua cintura. Xande era realmente um anjo, não era? Um anjo idiota, mas idiota no sentido sentido bom. O garoto era simplesmente lindo.

Falando na sua princesa, Guizo sai de seus desvaneios ouvindo seu celular tocar e ver o nome de Alexandre. Ele pega o aparelho e atende.

- X-Xande? - Gagueja com rubor nas bochechas por conta dos pensamentos anteriores.

- Gui, você ainda tá acordado? Que alívio... - A voz do amigo soava nervosa do outro lado da linha.

- Aí Xande, o que que cê fez? - Perguntou, já imaginado que um desastre pudesse ter acontecido.

- Uou, calma lá, só porque tô te ligando quase meia noite não quer dizer que eu fiz alguma coisa, hã...

Guizo fica quieto com a sombrancelha arqueada esperando.

- Xande...

- Tá bom, não pira! - O outro diz de imediato, hesitando em falar. - Não me pergunta como... Mas, então, olha que engraçado eu- haha, sabe aquela lojinha da esquina? Então eu meio que tô preso nela.

- Alexandre... Como caralhos você tá preso numa loja??

- Eu falei pra não perguntar!

                                  [ ... ]

Oh caramba, como consegue se meter nessas situações?

Vamos lá, do começo, o loiro pelo menos precisava se defender. Tudo se iniciou quando estava voltando para casa e no caminho viu quem menos queria, Brenda. A mesma parecia estar indo em direção a sua residência. Sabia que Guilherme lhe pediu para que avisasse caso ela aparecesse novamente, mas poderia fazer isso depois, certo? Não queria nem um pouco ter que lidar com a garota no momento.

Acabou que por impulso no meio da correria enquanto fugia daquele pesadelo em forma de mulher, encontrou uma lojinha ainda aberta. Conhecia a loja, não costumava vir ali, mas sabia que era uma loja de variedades, onde se vendiam vários tipos de coisas. Bom, isso não era o seu foco. Bastou ver a porta aberta e adentrou o local, parecia meio ridículo se esconder ali dentro, mas foi o que encontrou.

Tudo estava perfeito, apenas ficaria ali até ter certeza de que a morena tinha ido embora. Estava tão ansioso que nem percebeu que não havia ninguém na recepção ou coisa do tipo. Enquanto observava as coisas que tinham ali, ouviu passos e um barulho, como se alguém estivesse cantarolando com a boca. Na porta, uma senhorinha de oclinhos e uniforme aparece, e não surpreendentemente, não percebe Xande. Ela apaga a luz do local e puxa a porta, erguendo as chaves que segurava.

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