MOTIVOS PERVERSOS

V CAPÍTULO: SENTIMENTOS ESCUROS

V CAPÍTULO: SENTIMENTOS ESCUROS

《Michel Narrando》

Eu podia até afirmar que aquele seria um dos momentos da minha actuação, porém equivocada e perdida estava.

Confesso que chamou minha atenção, o seu jeito delicado transgrediu a regra, as lembranças decalcado o seu olhar fixante, não parava de pensar como despertava borboletas, sendo que me descartou!

Confusa, revoltada comigo mesma, repetia:

- Não posso, não devo, não quero!

E acreditei que era apenas um desejo.

Porém era mentira, o seu toque deixou-me tremula e o desejo transgrediu todos os limites e derivadas impostas.

E naquela manhã percebi que o meu coração ainda dava start, mesmo depois de muito tempo, preocupada em almejar objectivos e armazenado todos meus sentimentos.

O seu olhar atraente cegava as minhas ideologias.

O seu cheiro doce tornava-me vulnerável e marionete. Conforme a profecia ou escritura:

"O Amor Nos Faz Cegos , Refém, Loucos, Torna Ingénuo E Marionete. Te Teduz, Encanta E Depois Maltrata!"

Perdida em meus pensamentos eu busquei por ele. Como uma criança perdida nesse mundo cruel, achei que ele precisasse de um abrigo, um conforto ou até mesmo um amigo.

Não sabia por onde começar, mas busquei de corpo e alma o seu eu. Vaguei entre ruas e becos, entres estradas e trens, ares e mares, mas não o achei.

Porém acreditei, acreditei que o acharia, não podia sumir do nada, não daquele jeito, não daquela forma, não depois de despertar um grande amor dentro e mim.

"A Vida Me Ensinou Que Acreditar É Capaz De Mover Montanhas E De Nos Fazer Alcançar Novos Céus."

Mesmo sem nenhuma pista o busquei. Desde as ruas mais calmas até as mais movimentadas.

Era como buscar uma agulha em um palheiro, mas eu escolhi queimar o palheiro inteiro e depois buscar. E só assim o achei.

Do nada notei uma camisola preta e um rosto familiar, o mesmo andava rápido como se de algo fugisse, mas no entanto, aproximei devagarinho evitando que o causasse pânico.

Desci do meu carro e gritei:

Michel: - Eihh!

Ele fingia não estar ouvindo e continuava.

Michel: - Marlon! (Olhou-me)

Me aproximei dele sem ao menos saber o que dizer.

Michel: - Olha, é assim, hummm...

Marlon: - O que tu queres de mim?

Michel: - Eu acho que a gente começou do jeito errado...

Marlon: - Como assim do jeito errado?

Michel: - Eu não tinha que jogar na tua cara que o salvei, sei-lá, me desculpe...

Marlon: - Olha Michel, eu nao sei o que tá acontecendo contigo, mas eu preciso sair daqui o mais rápido possível, então se não for para me ajudar, por favor me deixa ir!

Michel: - Para onde você vai?

Marlon: - Eu não sei, não tenho para onde ir...

Michel: - Vem comigo, eu conheço um lugar...

Ele entrou em meu carro e eu o levei a um lugar seguro e difícil de se achar.

O levei para o meu ponto seguro, lá onde eu derramava as minhas lágrimas. Lá onde eu reerguia as minhas forças.

Lá onde as minhas fraquezas eram retiradas e eu sentia a tamanhã dor em meu coração.

Era o lugar onde eu colhia os pedaços quebrados do meu coração e os cozia a sangue frio. Foi nesse mesmo lugar que um dia eu jurei nunca mais amar alguém depois que amei Fernandes e o mesmo me vendera como uma prostituta.

Todos nós já ficamos no escuro. Todos nós já precisamos de um lugar para chorar. Todos nós já precisamos de um sítio onde nos encontramos com o nosso próprio eu para responder algumas questões sobre a vida que levamos.

Todos nós já refletimos em frente ao espelho, o quão idiotas fomos em ter-se deixado levar pelo momento ou pela emoção que tangia o sentimento.

Todos nós já caímos nas armadilhas da vida e deixamos que um simples sentimento cegasse o nosso próprio entendimento.

E quando todos nós chegamos a esse estágio, ninguém é maduro o suficiente para segurar a barra sozinho. Ninguém é experimente, ninguém é mais forte, ninguém é mais sábio, ninguém é o melhor, ninguém consegue vencer a essa força emocional que persegue até ao surreal.

Porém, é necessário entender que:

"A Vontade De Querer Deve Ter A Mesma Intensidade Da Vontade De Lutar."