Capitulo 4

668 88 11
                                    

Senti minha garganta arder por segurar o choro, meu estômago doía, doía tanto que dava desespero.

Fechei meus olhos com com força e me encostei de vez na parede do banheiro, passei minha mão pela minha boca e a limpei do vômito recente.

Deitei minha cabeça em meus joelhos sentindo lágrimas extremamente quentes saindo de meus olhos, eu quero parar de sentir, essa merda dói pra caralho.

Minhas carnes tremiam, tremiam tanto que eu me sentia cansada, eu só quero dormir, dornir e parar de sentir.

Eu preciso usar, eu preciso fugir dessa merda toda.

Pelo menos com ela eu me sinto bem.

Me levantei do chão sentindo que eu cairia a qualquer momento, me escorei na parede, e levei meu olhar para o espelho e vi o quão doente eu estava, eu preciso de ajuda.

Minhas olheiras estavam escuras e fundas, a cada dia que se passava meus fios de cabelos caiam ainda mais, minhas bochechas estavam fundas de tão magra que eu estava, eu estou doente, por quê é tão difícil pra mim dizer isso em voz alta? Eu preciso de ajuda!

Meu pescoço estava com as marcas dos dedos daquele desgraçado, eu realmente não acredito que me deixei passa por isso de novo e o pior, na frente das crianças.

Não sou uma boa mãe e muito menos uma mãe perfeita, mas eu nunca, nunca quis que eles vissem atrás das costinas, todas as vezes que eu sei que a merda está por vir, sempre tento de tudo pra esconder deles, nunca foi minha intenção deixar eles completamente traumatizados.

Engoli em seco sentindo um gosto ruim na minha boca, olhei para minhas mãos e as vi tremendo, eu odeio ser tão fraca.

Usar tira esse fardo de mim, me sinto melhor, mais forte, me sinto verdadeiramente bem quando estou com a droga em meu corpo, aí tudo desmorona quando acaba.

E isso que é a maior merda.

Eu sei que jurei pra eles que tentaria de verdade dessa vez mas eu não consigo, eu não consigo passar por isso, dói, dói demais e essa dor é insuportável.

Cada parte do meu corpo dói tanto que minha vontade é de gritar, gritar até ficar se voz.

Eu preciso dela.

Limpei minhas lagrimas e fiz um coque em meus cabelos, sai do banheiro em completo silêncio, abri a porta do quarto fazendo o maior silêncio possível, fui até a gaveta da estante perto da minha cama e abri uma das gavetas.

- Mamãe - ouvi a voz de Ye-joon, o olhei e sorri - eu não consigo dormir - sussurrou fechei a gaveta novamente e coloquei o pino em meu bolso.

- Eu vou deitar com você - sorri e me deitei ao seu lado, ele deitou sua cabeça em meu ombro.

- Eu tô com medo - falou baixinho enquanto batia seus dedos em meu estômago - com medo de perder a senhora - me olhou - promete pra mim que não vai embora nunca mesmo - beijei sua testa e o abracei.

- Eu prometo que vou fazer o possível - ri, ele levantou e beijou minha testa.

- Obrigada mamãe - deitou em cima de mim, costume que tanto eu quanto eles, temos.

Desde pequenos tenho a mania de chamar eles pra ficar em cima de mim, como uma coberta, mas com o tempo estou ficando fraca e eles grandes demais, mas eu gosto tanto que não quero dizer que eles não tem mais tamanho pra fazer isso mais.

Sempre me senti acolhida fazendo isso, por isso sempre fiz.

Tanto que Ye-Ju pegou tanto essa mania que quando ela tava com uns 2 anos ela dormia a noite toda assim, foi uma época difícil pra mim e pra ela, principalmente depois que eu engravidei do Simba.

Meu amarelo favorito - JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora