Capitulo 6

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Suspirei aliviada ao chegar no mesmo parque que ontem, por quê estou aqui? Não sei responder, só sei que sai pra andar e quando vi já estava bem aqui, e mesmo que eu não assuma isso em alto e bom som, ficaria feliz de ver a estranha louca da cabeça hoje novamente.

Andei até o mesmo banco de ontem e me sentei lá fazendo perna de índio, peguei o último cigarro do bolso e o acendi começando a fumar.

Precisava sair daquela casa, me sentia sufocada no mesmo ambiente que aquele desgraçado, e a melhor escolha é sempre ficar o mais longe possível dele, aprendi isso na marra.

Ele sempre me bate quando tem oportunidade, não como antes, mas desde que voltou a morar por aqui, sempre que tem uma chance deposita tapas, puxões de cabelo e empurrões, eu até tento me defender, mas não é como se fosse fácil confrontar o cara que me espancava dia após dia.

Ele faz as merdas e depois sorri da forma mais doentia possível, abraça Ye-Ju e finge ser o pai do ano, só eu sei o quão desgraçado ele é.

Meu único desejo é que Ye-Ju não seja como ele.

- Você por aqui? - me assustei com aquela mesma voz doce de ontem, me virei pra trás e era ela, estava com suas mãos pra trás e seu cabelo diferente de ontem estava amarrado em um coque desajeitado, ela sorriu doce ao me ver, veio até mim e se sentou ao meu lado - não está aqui pra usar nada, né? - questionou, ri negando.

- Só vim tomar um ar - falei baixo, iria colocar o cigarro na boca mas a ofereci antes - fuma?

- Não, cigarro não - sorriu - mas eu tenho maconha, fuma?- mexeu em seu bolso e começou a montar o bagulho, ri.

- Não imaginava que você usava drogas - ela me olhou de sombrancelhas franzidas.

- Não vejo maconha como droga, vejo maconha como o meu maracujá - riu.

- É sério? - ela assentiu óbvio.

- A partir de hoje vou falar isso em questão a cocaína - ri - "Cocaína não é droga, é meu antidepressivo."

A estranha louca da cabeça riu negando e voltou a prestar atenção na sua maconha, dei uma tragada no cigarro e virei o rosto pro lado oposto do dela pra soltar a fumaça.

- Não precisa virar o rosto, eu gosto do cheiro - a olhei de imediato, ela franziu o cenho quando viu meu olhar animado pra ela.

- Juro por tudo o que é mais sagrado que eu jurava fielmente que era a única estranha que gosta desse tipo de coisa - ela riu negando.

- Eu também batedora de cabeça, eu também - assentiu com suas próprias palavras - eu também acreditava que era a única sem noção por sair esses horário pra fumar sozinha - me olhou, muxei meus ombros.

- Você veio só pra fumar?

- A verdade?

- A verdade mais verdadeira que existir.

- Eu vim porque queria saber se você estaria aqui, queria te ver de novo - vi suas bochechas esquentarem depois do que disse, assenti sorrindo largo.

- Fofa - falei baixo e me virei completamente para ela que me olhou e sorriu ainda mais tímida.

Acendeu a maconha e deu a primeira tragada, e me ofereceu assim que soltou, neguei mostrando o cigarro.

- Usa algo além disso?

- Não, isso já estraga meu corpo o suficiente - riu sem humor - tá melhor hoje?

- Sempre estou incrivelmente bem minha querida - dei uma leve batida em seu nariz com meu dedo indicador, ela o franziu e riu.

Meu amarelo favorito - JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora