Machado de Assis ouve Bruno e Marrone

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Sextou! E com a chegada da sexta-feira, tem capítulo novo de ponto sem nó!

Ps: ponto sem nó trata de heterossexualidade compulsória e religião. Se for gatilho pra você, não leia.

Sem mais delongas, boa leitura! Te encontro lá no final.

Sem mais delongas, boa leitura! Te encontro lá no final

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Regina

— Vamos aos poucos. Devagar. Deixa eu ver se eu entendi... Eu falto o primeiro dia de aula e você se encontra com ninguém mais, ninguém menos, que a loira do bar? E agora está insistindo no quanto ela é inconveniente além de me culpar de alguma maneira por algo que você colocou na sua cabeça? É isso?

— Eu tenho vontade de te mandar pra puta que - Interrompi o palavrão quando Zelena abriu um sorriso olhando para os lados. Como nós estávamos em público, eu não poderia reagir exatamente como queria, então respirei fundo e voltei a falar. — Vou desenhar pra você, 'tá? Eu duvido, DUVIDO, que não tem dedo seu nisso.

— Regina, não faz o menor sentido o que você está falando. Jura que acha que eu escolhi aquela loira de propósito por algum plano maligno? Você acha que eu sou quem? A Bruxa Má do Oeste?

— Sim. A própria - Falei séria, ficando cada vez mais nervosa enquanto ela parecia muito, muito divertida. — Zelena, qual a probabilidade de encontrar a mulher que eu jurei nunca mais ver a cara na minha frente, no meu trabalho? Sério! Você sabe quem é o nosso presidente? Não temos um concurso que preste há séculos e aí, do nada, você me convence a ficar com uma mulher que vai ser nossa colega de trabalho?! Uma mulher que, devo dizer, é inconveniente, desagradável, mal educada, grosseira, chat-

— Ok, entendi. Ela é o diabo encarnado - Zelena me interrompeu. Acho mesmo que ela não havia percebido que me interromper, depois de me deixar muito nervosa, não era a melhor ideia. — Mas vem cá, por que você está tão nervosa? Você precisava sair com alguém, já era hora.

— Então você admite que foi armado? - Perguntei segurando o guardanapo com tanta força que fiquei surpresa por ele não virar pó.

— Nunca. Por que eu faria isso?

— Eu também não sei, já que não somos mais amigas.

— E ainda assim estamos num restaurante perto da sua casa porque você me ligou ansiosa e apavorada depois do primeiro dia de aula, que eu inclusive eu nem fui.

— Você veio porque quis.

— Exatamente.

O assunto poderia ter terminado ali, muita coisa não dita no meio de duas pessoas que tinham muito a dizer.

Meu primeiro impulso foi ligar pra Zelena logo depois que saí do campus e me vi sem saber para onde correr. Não sei se foi culpa do meu estado de nervos, com muita raiva do que ela possivelmente fez, se foi o nervosismo por ter encontrado alguém que eu jurei nunca mais ver ou se foi a mistura dos dois.

ponto sem nóOnde histórias criam vida. Descubra agora