03 - O QUE PERDEMOS NO CAMINHO

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EXISTEM TRÊS FORMAS DE SENTIR FALTA DE ALGO. A primeira é sentir falta do que você vivenciou e perdeu, sem ter a possibilidade de ter aquela coisa novamente - a falta que cresce e se torna saudade. A segunda é sentir falta do que você não viveu, mas sente que fez parte de um passado e da sua história, uma conexão ancestral ao sentir que existiu algo bom em uma época que você não teve a oportunidade de experimentar - uma falta que não machuca, mas que gera nostalgia. A terceira consiste em sentir falta de algo que se teve, mas se perdeu e até seria possível tê-la novamente, mas você já não é mais a pessoa que um dia fora - o que significa que no fim você se perdeu de si mesmo.

Rebecca Kline conhecia muito bem a primeira, às vezes sonhava com a segunda, e se tornara uma complexa personificação da terceira. Sentia saudade da sua família, dos amigos e do que tinha antes de tudo acabar. Sentia nostalgia quando pensava em como um mundo era antes, nas viagens que poderia ter feito, nos filmes que poderia ter visto e no café que poderia ter tomado na esquina. Mas agora estava tudo destruído, e ela pensava nisso ao ver o prédio que desabou anos atrás deixando as pedras espalhadas pelo quarteirão. Caminhar pelo que havia restado de Boston a fazia sentir saudade de coisas que ela nem mesmo havia experimentado, talvez fosse no fim a falta de ter a possibilidade de escolher.

WAYFARING STRANGER   |  JOEL MILLEROnde histórias criam vida. Descubra agora