As regras da morte.

Suspiro de liberdade

"A quanto tempo estou nisso?"

"Os dias parecem lentos e tão vazios."

Jack Valentine reflete sobre sua vida em seus pensamentos.

Estando na fazenda em que foi forçado a trabalhar desde sua infância.

Seus braços cansados de arar a terra, suas pernas de caminhar de uma ponta a outra daquele lugar, além de que constantemente pensava se era aquilo que queria para sua vida. Infelizmente para ele, essa era uma das únicas escolhas que lhe restava.

Sua casa, o Vilarejo Lemon, era conhecido por se auto sustentar através de fazendas e comércio nômade. Aventureiros ainda tentam a sorte com as poucas missões que aparecem nas redondezas.

Uma voz alta e feminina, ecoa aos ouvidos do mesmo.

- Jack! Preciso de uma mãozinha aqui.

O rapaz, ouvindo tal chamado, acelera em direção da garota.

- O que aconteceu? - Diz ele intrigado.

Ao chegar no local, se assusta ao perceber que a moça estaria segurando uma corda que impedia que algo caísse no poço. Confuso com a situação, escuta as respostas, enquanto se abaixa, indo com seus braços até a corda para ajudá-la.

- Alguém parece ter caído lá embaixo.

- Mas ela é muito pesada.

- Uma pessoa? - Exclama Valentine

Jack põe os pés na base do poço e forçando seu corpo para trás diz;

- Seguinte! Vai um pouco pra trás. No três você puxa comigo, certo?

A moça balança a cabeça afirmando e assim eles iniciam. 1... 2... 3

Nesse ritmo ambos acabam por conseguir trazer a pessoa para fora do poço, porém para a surpresa de ambos, se tratava de uma mulher com uma pele totalmente branca como a neve, seu manto era muito bem enfeitado, cobrindo sua cabeça até seus pés.

- Narla! Não quero que isso acabe sobrando pra você.

- Avisa ao mordomo da casa que encontramos essa moça. Eu vou levá-la para lá pelos fundos, assim fica mais seguro.

Na fazenda onde ambos trabalhavam, havia duas casas, uma para os Nobres donos do local e uma geral para os serviçais, todavia levar a tal senhorita para a segunda casa poderia acabar criando uma confusão até mesmo para os que não estavam envolvidos, então tendo escutado os conselhos do garoto, a Narla se apressa, enquanto Valentine por sua vez, põe a tal moça desmaiada sobre suas costas e a deixa deitada em um largo banco na parte traseira do casarão Nobre.

"Com essas roupas e acessórios, não tenho dúvidas que é uma Nobre"

"E conhecendo os nobres da redondeza, iriam tentar empurrar a culpa para Narla, mesmo ela a tendo salvado"

"Tks... isso pode sobrar para mim, mas fazer o que"

Enquanto Jack mergulhava em seus pensamentos, a moça ainda desacordada ergue sua mão até o braço do mesmo o apertando. Isso por sua vez faz ele se assustar levemente, susto esse que ficaria mais intenso, pois ao voltar seus olhos para a jovem desmaiada, ele nota que a boca dela se mexia como se estivesse tentando falar algo.

Ele suspira e com um pequeno espasmo de coragem, aproxima seu rosto para tentar ouvir e no que realiza tal ação, escuta a seguinte frase vinda dela com uma entonação arrepiante - Donum transeo mortis - que ao ser recitada, faz com que uma névoa invisível aos olhos adentra ao corpo do rapaz de maneira sutil. Apenas lhe causando um pequeno incômodo.