capítulo quatro - convivências

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Vicente me encara alguns segundos antes de estender sua mão e apertar a minha

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Vicente me encara alguns segundos antes de estender sua mão e apertar a minha. Sua pegada é firme, forte. Não demonstrando nenhum sinal de fraqueza, mas sim, de superioridade.

Esse ar de soberba é extremamente desconcertante; sua postura está rígida e sua respiração desnecessariamente controlada. Ele não vacila, nem um segundo sequer. E isso é o que me irrita.

Vicente Pallaro esbanja luxúria, superioridade, narcisismo e o pior de todos: mafioso.

–– Não fui informando de nenhuma nova secretária, Leonardo –– dessa vez, suas mãos estão apoiadas nas mesas e seu olhar fixo em Leo. Continuo parada no mesmo lugar, e vejo Leo ficar inquieto, como se estivesse nervoso na presença do poderoso chefão.

Só o que me faltava, era um marmanjo de trinta anos com medo de seu superior.

–– Não foi informado, mas pelo que vi, precisava de uma. –– respondo –– Sua agenda estava uma bagunça, assim como seu planejamento semanal e mensal. Você tinha inúmeras reuniões desnecessárias marcadas e emails pendentes do qual já resolvi. Então, sim, você precisava de uma.

Vicente mantinha a postura de segundos atrás. Frio. Impenetrável. Exceto pelo seu olhar, que se fosse uma faca com certeza passaria perfurando meus órgãos vitais. Não expressava raiva, sem surpresa. Só estava lá, em pe. Mórbido.

Leonardo por outro lado, olhava para mim de forma mais estatelada que eu já vira. Parecia não acreditar em tudo que despejei em Vicente e tê-lo desobedecido quando me disse que não era para falar a não ser que Vicente me desse a palavra.

Falando no diabo, ele finalmente se move, dando a volta em sua mesa gigante quando para na minha frente, ficando a apenas alguns centímetros perto de mim.

–– Você? A senhorita se referiu a mim, o seu chefe, o seu superior, como você? –– foi tudo que disse.

–– Sim, foi o que disse. Não vou me desculpar por isso, mas te chamarei conforme preferir. –– respondo — de canto de olho, vejo que Leonardo está vermelho igual um tomate.

Vicente por outro lado, é uma incógnita.

–– A sua mãe não lhe deu educação? –– retruca.

–– Deu.

–– E é assim que se comporta?

–– Se não gostou, pode mandar embora. Mas tenho certeza de que o senhor irá se arrepender no segundo que o fizer.

Minhas palavras saem mais firmes do que planejei. O que diabos eu estou na cabeça?

A raiva daquela prepotência e arrogância foi me consumindo e quando vi, já tinha falado mais do que deveria. Precisava do emprego e mais ainda, precisava da confiança dele. Acima de tudo.

–– Vejo que me arrumou uma pequena pinscher como secretária, Leonardo. Língua afiada, brava e baixa. –– Ele se levanta indo em direção a sua porta.

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