Captura à Bandeira - III

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VERONICA

Quando conseguiu reunir todos os irmãos para distribuir ofensas, petelecos fortes demais em suas testas, ela os mandou arrumar toda a bagunça e ameaçou a todos antes de finalmente virar as costas e sair. Mesmo sendo uma das caçulas, ela era perfeitamente capaz de assustar até mesmo o mais velho quando estava com raiva.

Veronica foi a passos pesados até seu chalé, tomando um banho com os lenços umedecidos que sua mãe havia colocado em sua mala para o acampamento. Nem essa lembrança era capaz de esfriar a cabeça de Sawyer, seus olhos castanhos ardiam em chamas.

Uma batida breve lhe chamou a atenção. Alex. Sua meia-irmã favorita, por assim dizer, não que ela fosse capaz de admitir que conseguia gostar de alguém a ponto de chamá-lo de favorito.

— Klaus me contou o que aconteceu quando eu saí, tudo bem? — Danvers parecia menos incomodada com a derrota vergonhosa na captura à bandeira do que deveria, principalmente sendo a Conselheira-chefe do chalé perdedor.

— Klaus é um inútil, não passa de um bebê chorão que tem problemas com os pais e usa isso como justificativa pra ser um peso morto. — Veronica esfregava o lencinho molhado contra sua bochecha, como uma tentativa frustrada de arrancar a pele fora. — Claro que todos nós temos mas no soporto a ese pendejo, siempre tratando de hacerse el pobre. — a mais nova presente revirou os olhos, descartando o lenço encardido no chão e retirando outro do pacote. — Mírame, mi nombre es Klaus y me rechazaron. — Veronica projetou o lábio inferior para a frente, em um biquinho de criança. — ¡Supéralo, cabrón! Todos nosotros fuimos.

Apesar de tentar manter a compostura que precisava assumir quando ia dar bronca em um de seus campistas — que era exatamente o que Alex tinha ido fazer — ela não resistiu e acabou gargalhando. Alguém sempre acabava rindo quando Veronica explodia em espanhol ou italiano e ela detestava isso — talvez nem tanto quando era Danvers.

— Tem algum palhaço aqui e eu não o vejo, Alexandra? — Sawyer bufou.

— Nenhum além de você. — Alex secou as lágrimas superficiais de seus olhos e caminhou até a cama da irmã, sentando ao lado dela. — Escuta, porrinha, eu sei que você ficou chateada com o que houve, eu também fiquei, mas descontar nos nossos irmãos não vai mudar que perdemos. — a mais velha deslizou os dedos pelos fios rebeldes de Veronica. — Vamos nos sair melhor nas próximas atividades, não se preocupe. Mas você precisa se desculpar com Klaus e os outros.

Elas nem perceberam quando se abraçaram e apoiaram a cabeça uma na outra. Era fácil de conviver com Alex, ela era tão cheia de energia positiva e era uma ótima ouvinte.

— Eu sei que vamos, é que perder me deixa tão... argh. — Veronica passou a mão livre pelo rosto, grunhindo. — E eu não vou me desculpar com aquele comemierda, ele mereceu todos os xingamentos.

— O que você disse, aliás? Eu só entendi "Klaus", "pendejo", "cabrón", "nosotros" e "comemiera", você fala muito rápido. — os ombros da mais alta estavam chacoalhando enquanto ela tentava prender o riso.

— Eu só disse que Klaus é um pé no saco vitimista e que precisa superar essas questões com a mamãe porque ele não é o único com problemas familiares. — a cubana portava uma expressão orgulhosa. — O que não é mentira nenhuma. Se você discordar, eu vou considerar traição e contestar sua liderança nesse chalé.

— Um golpe de estado, enana? Você é baixa. — Alex piscou enquanto se levantava. — Eu vou voltar pra fogueira antes que a cantoria acabe.

Quando a mais velha fez a famosa reverência de soldado, Veronica voltou a se concentrar em seu "banho" até que a voz de Danvers soou novamente no recinto.

— Aliás, Nica, eu me esqueci, tem uma filha de Afrodite doida pra te ver.

Os olhos castanhos se encheram de um brilho intenso, cheio de expectativa. Bem lá no fundo, a raiva ardente ainda gritava em seu peito, dizendo que ela devia dar um soco em Heather por desestabilizar seu combate com a maldita Lena Luthor.

Por outro lado, bem, era Heather Chandler.

Veronica sequer percebeu que continuou se limpando com cuidado e um sorriso que mal cabia no rosto, percebendo que a caçula nem reparava mais em sua presença Alex riu baixinho e saiu, ansiosa para encontrar Kelly.

Após muitos lencinhos jogados fora, a cubana finalmente deu o ar de sua graça na comemoração do time vencedor em volta da fogueira, as crianças de Apolo, insuportáveis como sempre, cantavam alto e animadamente, alguns até tocavam instrumentos. A presença deles era como o dia perfeito de verão que qualquer criança descreveria: divertido, quente e brilhante. Seus olhos castanhos varreram o local em busca da única pessoa ali que realmente lhe interessava e o meio sorriso quando a encontrou foi inevitável.

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⏰ Última atualização: Feb 07, 2023 ⏰

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