Histórias de família

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Já haviam passado duas horas, quando Mário desceu com um casal de idosos, gentis e sorridentes. Bella saiu correndo de dentro do mar, para poder os abraçar, levando Severus consigo, claro. A garota cumprimentou ambos com "nonno" e "nonna", os abraçando.

- Sev esse é o meu nonno favorito! Tudo o que sei sobre magia, poções e herbologia, eu aprendi com ele. O nome dele é Paulo. - O homem era magro e muito alto, aparentando ter cerca de oitenta anos ou mais. Seus cabelos eram pretos e os olhos verdes, de pele clara e sardas, com um sorriso gentil. - E essa mulher doce é Maria, minha nonna favorita. - A pele dela era mais morena, não bronzeada, mas seu tom natural era mais escuro um pouco, que o de seu marido. Os cabelos eram lisos e pretos, os olhos castanhos, arredondados, porém puxados no final. - Ela é a india, ele o itali... O neto de italianos.

- É um prazer. Ela falou muito de vocês dois e é bom finalmente os conhecer. - Severus disse, os cumprimentando.

Eles retribuiram e então falaram com os outros e subiram novamente para a casa. A forma em como os olhos de Bella brilharam ao ver os dois, deixou ainda mais claro o quanto ela os amava, pois assim como seus bisavós maternos, eles também a aceitavam da forma que ela era e a amava daquele jeitinho que só ela tinha.

* * *

Passar a tarde toda no mar foi divertido, mas ao mesmo tempo, diferente. Severus sabia que seu rosto estava vermelho e olhava o quanto sua pele parecia mais dourada do que antes. Quando olhou Thales, viu que ele estava completamente vermelho, talvez se devesse aos dias anteriores em que ele esteve no mar. Thamyres tinha um bronzeado bonito assim como Bella. Já Marlene... Melhor nem comentarmos da insolação que ela teve.

Mas isso não era o diferente e sim a proximidade eletrizante que ele tinha da Bella. O mesmo se seguiu no dia seguinte. Mesmo com a casa agora cheia de parentes e a praia agora movimentada, todas as vezes em que Bella abraçava Severus, ou que de alguma forma seus corpos ficavam próximos, uma corrente elétrica percorria Severus. Claro que ele achava a garota bonita, atraente, mas algo estava... Estava diferente ali.

Como aquele dia era véspera de Natal, Bella e Severus abandonaram a praia, indo direto a cozinha, fazer o presente que eles se davam em todos os anos: biscoitos de gengibre. Geralmente eles surrupiavam alguns na cozinha, ou Regulo, que sempre se deu bem com os elfos, barganhava alguns para ambos. Os dois faziam juntos as caixas e no dia vinte e cinco (ou quando a Bella voltava do Natal), entregavam os biscoitos. Então naquele ano, os dois iriam fazer juntos os biscoitos, não só as caixas. Foi divertido, já que toda a família estava na praia, os dois fizeram o caos na cozinha. Era farinha, massa, tudo voando de um lado para o outro. Assim que os biscoitos foram colocados no forno, Bella aproveitou da breve distração de Severus com a paisagem, enchendo sua mão de farinha e jogando nele. A competição durou cerca de dez minutos, farinha voando para todos os lados, enquanto os dois riam.

- Parou! Parou! Já está bom... - Bella falou ofegante, ainda rindo.

- Bom? Desistiu tão fácil? - Severus falou em um tom de voz divertido, que era tão raro dele usar.

- Oh não! Sev... Não!

Severus riu em tom de deboche. A nuvem de farinha era tão grande, que eles mal podiam se ver. Severus então pegou um punhado de farinha e andou devagar, até que por fim, ele conseguiu encontrar a Bella, de costas para onde ele estava. Silencioso como um gato, o Snape se aproximou, a puxando pela cintura, usando o mesmo braço que a puxou, para prender suas mãos, jogando a farinha no cabelo dela, em seguida. A garota reclamou, choramingou e Severus colocou seu rosto ao lado do ouvido dela inconscientemente, rindo em deboche. Mas a risada foi tão sedutora que Bella simplesmente parou de rir. Severus possuía uma voz grave até demais para a sua idade e a Bella costumava o chamar de "meu Elvis bruxo". Porém ela nunca imaginou que o acharia tão predador e sexy, como achava agora.

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