Capítulo 1

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Nota inicial: Eu nunca sei se alguém vai ler isso, mas vamos lá. Era pra ser uma one shot, mas como ficou muito grande tive que dividir em quatro capítulos. Essa não corre o risco de eu não finalizar, já está finalizada. Kkkkkk

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O pouco de sol que havia aparecido naquele dia frio já havia partido. O céu estava um acinzentado escuro, fosse por seu tempo gélido ou pela noite que cairia a qualquer momento.

Uma mulher solitária caminhava pelas ruas sombrias, empunhando firmemente em suas mãos apenas uma pequena faca de caça pequena. Seu olhar perdido e assustado percorria os arredores da pequena vila, que naquele momento parecia deserta, tomada por uma neblina densa que começava a dificultar a visão a uma certa distância.

Ela precisava encontrar suprimentos e se abrigar antes que a noite caísse por completo, tornando tudo ainda mais arriscado do que costumava ser em seus dias atuais.
Avistou com certa dificuldade um pequeno prédio de quatro andares que parecia abandonado a algum tempo. Suas paredes envelhecidas e janelas de vidro quebradas, reforçadas apenas por pedaços de madeiras pregadas de maneira desajeitada. O lugar era cercado por grades altas que protegiam o prédio e seu estacionamento, com carros que pareciam não sair dali a tempo demais.

Encontrou uma pequena abertura nas grades de ferro e sem muita dificuldade passou seu corpo lentamente por ela, tendo o máximo de cuidado para permanecer em seu completo silêncio.

Desde que pisou na pequena vila não havia visto mortos se arrastando pelas ruas. Tudo era tomado por um completo vazio, até aquele momento.

Esgueirou-se atrás de uma pequena van, encostando as costas, enquanto seguia à procura de outra entrada para o interior do prédio. Caminhou lentamente entre alguns outros carros, buscando algo que fosse útil. Esbarrou em uma bicicleta velha, fazendo um barulho alto e em alguns minutos o silêncio absoluto foi tomado por grunhidos e sons de coisas caindo que pareciam vir de todos os lados.
Um grande grupo de mortos se arrastava em sua direção, a encurralando.

Seu corpo ágil correu entre os veículos do estacionamento, voltando à van novamente e subindo sobre ela para escapar do alcance dos mortos que esticavam suas mãos raivosas em sua direção, tentando alcançar seu corpo.
Olhou desesperada ao notar a quantidade de mortos que se unia na missão de devorá-la. Os sons de seus gemidos famintos cada vez mais altos e assustadores.

Encolheu seu corpo abraçando as próprias pernas, tapando os ouvidos e permitindo que algumas lágrimas caíssem.
Alguns minutos em meio aquele caos, e um despertador fora lançado a alguns metros dali, ecoando irritantemente.

— Eles estão distraídos, venha por trás da van. - Um grito autoritário lhe deu instruções, que prontamente foram seguidas. Não estava em posição de questionar, era isso ou ser despedaçada por eles.
Seu corpo frágil foi puxado para dentro e a porta de ferro fechada apressadamente atrás de si.

As respirações aceleradas se misturavam durante aquele minuto de silêncio, onde tentavam recuperar o fôlego perdido. Encarou o rosto de quem havia acabado de se arriscar para salvar sua vida, uma mulher de cabelos vermelhos e lábios grossos que eram mordidos hora ou outra em um claro sinal de nervoso. Respirava profundamente, com uma mão sobre peito, tentando controlar seus batimentos acelerados.

Era evidente a tensão quase palpável que existia entre elas, encostadas cada uma de um lado da parede daquele longo corredor, assim parecia uma distância segura para ambas.
A mulher que havia permitido sua entrada analisou cada detalhe de seu rosto. Parecia irremediavelmente desconfiada e igualmente arrependida por ter colocado em risco tanta coisa para salvá-la.

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