primavera. a ventania cedeu para os botões de tulipas róseas que enfeitaram meu coração carnaval. sugaram meu acromismo e eu sentia cada gotícula de chuva reconstruindo minha costela. lembro da sua linha d'água esboçada em um esfumado forte e de como ela era a monocromia mais apaixonante que já pousei minha alma, porque foi ali que minha alma descansou. meus dias salpicados pelo mesmo tom da sua pele, das suas pintas e tatuagens.
uma só pele. meus braços tapando sua nuca e meu cabelo cobrindo sua visão. você me segurava como se eu fosse líquida, prestes a derramar rumo ao labirinto que acabei de escapar. mas você era a saída. você estava me esperando no final (começo) dele. eu não quero voltar para ele, mas, entenda, não sou tão masoquista. não quero voltar para o que me matou. e é por isso que eu só quero ficar onde meu corpo vive.
em você.
você beijava meu sorriso e espalhava glitter dos meus olhos até as bochechas.
nós conseguimos
em todas as estações eu te amo