Electi - Part II

Monstro

[...]

A tensão tomava conta do quarto, algo bloqueava a passagem deles e o medo impedia que qualquer um se virasse para ver o que era.
Tudo piorou quando uma voz grave disse com um tom cansado:

— Esperava que fossem mais educados...não vão sequer olhar em meu rosto?

Lentamente eles se viraram dando de cara com uma criatura bestial, era como uma enorme cobra porém com braços e enormes garras, ele tinha dentes grandes e pontudos e não parecia nenhum pouco amigável.

— O-o que é você? — Gaguejou Trice.

— Eu sou Téristis, filho de Caos! — Disse a criatura e em seguida olhou para os corpos no chão. — Eles foram bem úteis, mas vocês descobriram tudo, então tivemos que nos livrar deles..— disfarçadamente ele mostrou as mãos monstruosas encharcadas de sangue. — E agora vou me livrar de vocês!

Antes que eles se recuperassem do choque, Téristis usou sua enorme cauda para nocautea-los, e os arremessou em direção a janela, que se estilhaçou em centenas de pedaços.

Todos cairam nos jardins do Palácio, para sorte deles o quarto que estavam não era muito alto, mas isso não impediu que eles se machucassem.

Ainda tentando filtar tudo que acabara de acontecer o grupo se levantou em meio a alguns gemidos de dor.

— E a gente pensando que ia acabar com a guerra..— Celeste resmungou espanando a sujeira da roupa.

— Nós vamos! Talvez não hoje, ou amanhã,  mas vamos.... — Disse Sofya enquanto, ainda sentada no chão, passava a mão pelo rosto.

De repente Téristis saltou da janela e ao atingir o chão olhou para todos com certo deboche.

— Vocês são tão fracos, acham mesmo que vão vencer?

— Você pode ser forte...— Yan-Tao disse se levantando, mesmo com o medo tomando conta de si ele tentou ao maximo não demonstrar. — Mas é um só!

Soltando uma gargalhada maldosa a cobra usou a cauda para atingir Yan-Tao e o arremessou para longe.

— YAN-TAO!!! — Leona e Solar gritaram em uníssono.

— Vocês me dão sono! São patéticos... — Téristis disse prestes a ataca-los novamente, porém uma espécie de rede o prendeu de repente. — O que é isso??

E então um homem apareceu. Seus cabelos eram médios, pouco acima dos ombros, castanhos e com luzes. Seus olhos exalavam raiva e ele era forte. Apesar de ser pequeno comparado a criatura ele parecia mais do que disposto a derrota-lo.

— Vai se arrepender de ter mexido com eles, feioso! — O homem disse enquanto conjurava uma foice, deixando claro a qual espécie pertencia.

Benditos sejam os filhos de Alastair— a maioria dos presentes ali pensou observando a cena.

Téristis arrebentou a rede sem muito esforço, mas agora todos,exceto Yan-Tao, ja estavam de pé, prontos para revidar.

Sem dizer mais uma única palavra todos começaram a atacar o monstro como se não houvesse amanhã, as vezes a melhor estratégia é simplesmente não ter estratégia, e foi isso que todos concordaram naquele momento. Usufruindo unicamente de seus extintos eles começaram a afugentar Téristis.

Ao perceber que seria inútil continuar sozinho Téristis fugiu do submundo o mais rápido que podia, mas jurou que voltaria.

Passado toda a adrenalina Leona correu até Yan-Tao, que estava escorado na parede segurando o proprio tornozelo com as mãos.

— Você está bem? — Perguntou ela.

— Meu tornozelo doi um pouco, mas não é nada de mais.

A bruxa assentiu enquanto estendia a mão para ajudá-lo a levantar e eles se aproximaram dos demais.

— Agora vamos ao que todos querem saber, quem é você? — Celeste perguntou para o rapaz desconhecido.

— Eu mudei de casca, mas ainda exalo o mesmo charme! — O homem disse enquanto passava a mão pelo cabelo se amostrando.

Seu sorriso, que antes era pequeno e discreto, quase triplicou de tamanho quando Hailey pulou em seus braços com os olhos cheios d'água.

— BRYAN!!!! — Ela exclamou chorando e ele retribuiu o abraço como se nunca mais fosse solta-la.

— Eu senti tanto a sua falta! — O ceifeiro disse dando um beijo na cabeça da mulher ainda abraçado a ela.

— Ficar sem você e ter que aguentar essa guerra é um verdadeiro inferno!

— Pelo menos agora só temos que aguentar a guerra. — Ele disse se afastando para olha-la. — Juntos! — e em seguida segurou seu rosto e lhe deu um longo beijo na testa.

Todos observavam a cena achando tudo muito fofo, pois sabiam o quanto havia sido dificil para eles se separarem, mas ainda haviam muitas perguntas a serem feitas.

— E onde você esteve todo esse tempo? — Louise perguntou.

— Fiquei escondido em varios lugares tentando descobrir o máximo de informações possiveis, mas não tive muito sucesso. Consegui achar sobre alguns feitiços de contole de mentes e por isso retonei, imaginei que poderia ajudar de alguma forma.

— Infelizmente você chegou tade, meu filho. — Alastair lamentou.

— O que houve? — Bryan indago preocupado.

— Conseguimos remover o feitiço de Archie e Circe, essa é a parte boa, só que infelizmente... — Celeste hesitou. — Bem, aquela criatura que você nos ajudou  espantar estava por traz de tudo, ele disse ser filho de Caos, não sabemos bem o que isso quer dizer...

— Sem rodeios Celeste. — Alastair interrompeu. — Notícias ruins devem ser dadas de uma vez!  Infelizmente, meu filho, aquela criatura matou Archie e Circe...eles estão mortos agora.

A voz da Morte embargou, mas ele se manteve firme. Ao menos do lado de fora ele estava inteiro, mas estava completamente dilacerado por dentro.

Já Bryan, por outro lado, não escondeu o espanto, nem a tristeza. Ele tinha no peito a esperança de salvar Circe e tornar a vê-la como um exemplo a ser seguido, e imaginava como Archie seria legal sem o feitiço, talvez eles se tornassem amigos, quem sabe?! Mas agora tudo isso havia acabado, pois ambos estavam mortos.

— Onde eles estão? — Ele perguntou com um fio de voz.

Alastair não disse nada, apenas fez um sinal com a mão, pedindo que ele o seguisse e todos entraram novamente no palácio. Chegando no quarto Bryan finalmente permitiu que algumas lágrimas escorressem, aquilo era realmente triste.

— Podemos enterra-los...e fazer uma pequena serimonia simbólica. — Sofya sugueriu. — Acho que eles merecem isso depois de tudo que passaram nas mão dos verdadeiros monstros.

Todos concordaram que era uma boa ideia, então, com muita tristeza, levaram os dois para o jardim, onde abriram duas covas e os enterraram.

Bella e Celeste consegue arrastar duas pedras grandes para perto das covas e cravaram os nomes de ambos nelas.

Depois de um curto tempo em silêncio Deimos se pronunciou:

— É melhor vocês irem para casa garotas, e Alastair pode ir descansar um pouco enquanto eu e o restante tentamos descobrir mais sobre Téristis.

Alastair até pensou em negar, mas ele sabia que não estava bem e precisava de um tempo para si, e ainda poderia atrapalhar mais do que ajudar estando naquele estado, então prontamente aceitou.

As garotas, por outro lado, relutaram um pouco, mas acabaram cedendo e foram para suas casas, deixando o restante da Elite livre para investigar as origens deste novo inimigo, que deixava claro que daria muito mais trabalho que a dupla enfeitiçada.