Henry - Renné!

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Rhode Island - 1816

— Henry... — Começou a falar hesitante enquanto caminhávamos. — Você se lembra do Charlie? — Perguntou mordendo os lábios evitando o meu olhar.

— Aquele garoto que você conheceu tem algumas semanas, mas que não para de te cortejar? — Revirei os olhos. — Impossível não lembrar de alguém que está sempre na sua casa. Por que você está me perguntando isso? — Perguntei com os olhos cerrados enquanto a encarava.

— A gente se conhece tem quase quatro meses. — Disse com um leve sorriso revirando os olhos. — Você não gosta muito dele, não é? — Parou indo se sentar em um banco.

— Não. Você merece coisa melhor. — Me sentei ao seu lado pegando em suas mãos. — Você tem noção de quantos homens matariam pela chance de ter ao menos uma conversa com você?

— Você é o meu melhor amigo, Henry. Está comigo desde que eu me entendo por gente. A sua opinião é muito importante para mim, mas eu estou apaixonada por ele! — Disse encarando meus olhos pela primeira vez. — Eu não peço que você passe a conviver diariamente com ele, seja amigo dele ou qualquer coisa. A única coisa que eu quero é que você me apoie. Não é isso que amigos devem fazer? Apoiar independente da burrada?

— Por que você quer tanto assim que eu apoie o que quer que seja isso que vocês tem? — Perguntei confuso e as flores bordadas em sua saia pareceram ficar incrivelmente interessantes. Puxei seu queixo para que ela olhasse em meus olhos. — Renné, o que aconteceu? — Perguntei lentamente percebendo a apreensão em sua face.

— Eu acho que tô grávida. — Murmurou tão baixo, que se eu não fosse um vampiro não teria escutado. Mas... como assim grávida? Do Charlie? Então eles já... não. Impossível. A Renné que eu conheço desde criança não faria uma coisa dessas. Principalmente com um homem que ela nem sequer conhece direito. Né? — Henry? Henry? Fala alguma coisa! Meu deus. Será que vampiros entram em choque? — Ela começou a balançar os meus ombros, desesperada.

— Renné. — Chamei segurando seus pulsos para que ela se acalmasse e me olhasse. — Você não está brincando? Esse bebê realmente é do Charlie? — Perguntei e ela me olhou ofendida.

— Sim! Eu tenho certeza. Meu deus, Henry! Você tá achando que eu sou o que? — Afastou os seus pulsos das minhas mãos.

— Tudo bem, Renné. — Soltei um suspiro. — Ele pelo menos vai se casar com você?

— Eu ainda não contei para ele. — Murmurou. — Você está sendo o primeiro a saber. — Levantou seus olhos preocupada.

— Ok. — Apertei a ponte do meu nariz enquanto pensava. Uma mania humana que eu havia pegado do convívio com ela. — Você conta para ele, se ele se recusar a assumir o bebê, eu o caço até o fim do mundo se for preciso. Mas se ele aceitar se casar com você e cuidar bem de vocês. — Disse apontando com a cabeça para a barriga dela. — Aí eu posso começar a pensar em apoiar essa relação. Mas independente de qualquer coisa, eu sempre estarei aqui por você. — Encarei os seus olhos firmemente.

— Obrigada! — Ela me surpreendeu com um abraço. Seu pescoço mais perto da minha boca do que seria considerado seguro. A afastei gentilmente segurando a respiração enquanto o seu olhar ia de confusão para entendimento quando olhou em meus olhos. — Desculpa. — Se apressou em dizer se afastando por conta própria.

— Não precisa se preocupar, eu não estou com sede. Você só me pegou de surpresa. — Disse sorrindo em sua direção.

— Eu tenho mais uma coisa para te pedir... — Murmurou depois de alguns segundos em silêncio enquanto mordia o lábio.

Instinto - Edward/BellaOnde histórias criam vida. Descubra agora