Capítulo 8

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Passei horas dentro do escritório, tentei adiantar algumas coisas da construtora, mas minha conversa com ANAHI há algum tempo, me deixou incomodado. Não sei por que, mas vi sinceridade em meio a sua tristeza, se tudo que aconteceu é mesmo verdade, não tem porque eu continuar tratando a mãe da minha filha desta forma. Ela errou antes de tudo aquilo, mas assumiu, são coisas passadas que eu preciso me libertar para poder pelo menos viver tranquilo com um bom relacionamento com ela, será bom para Ayla e também para minha cabeça.

Levantei saindo do escritório, já se passava das 7:00h , precisava levar a ayla na casa da Mai. Entrei em seu quarto e, ela ainda dormia, achei estranho pois ANAHI havia dito que acordaria ela antes de sairmos. Mas isso foi antes de discutirmos, fechei novamente a porta, e caminhei até o quarto onde ANAHI estava. Dei uma leve batida, esperei e nada, bati novamente mas só se ouvia o silêncio do lado de dentro. Girei a maçaneta devagar, abrindo um pouco a porta, e observei não vendo ninguém, abri um pouco mais colocando a cabeça no lado de dentro. ANAHI estava encolhida na cama, agarrada a um travesseiro ainda fungava, não percebeu minha presença, estava de olhos fechados.

Senti meu coração apertar, e ao mesmo tempo me senti um idiota por estar me sentindo assim por ela, mas tive vontade de conforta-la. Continuei parado na porta, eu não deveria estar aqui, mas parecia que era certo que precisava estar aqui. Sinto que preciso resolver as coisas com essa mulher, para só assim conseguir seguir em frente.

Entrei fechando a porta atrás de mim, caminhei até o lado da cama sem ela notar minha presença, estiquei o braço e pousei a mão em seu ombro. Abrindo os olhos de vagar, me encarou surpresa.

- Alfonso?- Sentou na cama enxugando o rosto com as mãos.- O que faz aqui?

- Vim conversar com você – Seus olhos ainda estavam molhados, e sua expressão era triste.

- Conversar o que? Já deixou tudo bem claro para mim- Respondeu com desgosto.

- Sei que fui estúpido com você

- Mas você tem motivos pra isso e, está com razão. Fui uma sem caráter, me comportei como uma vadia

- A proíbo de falar assim. Você não é uma vadia é uma mãe e uma filha maravilhosa. Não vou admitir que fale assim de si mesma, como você mesmo disse foi tudo uma armação

- Sim, mas antes disso eu te traí com ele, me comportei como uma qualquer. E mereço sofrer por isso

- ANAHI, independente do que aconteceu há anos atrás você não é nenhuma qualquer.

- O que aconteceu? minutos atrás não pensava desta forma

- Mas não te chamei de qualquer

- Não chamou, mas parece que pensava nisso

- Nunca pensei isso da mãe da minha filha – Fui Grosso.

- Alfonso, se veio aqui para brigar, por favor saía. Me deixe sozinha

- Não vim aqui para brigar – Suspirei – Quero conversar droga, mas você me tira do sério

- Então fala- Me encarou, me lembrei de todas as vezes que ela chorava e eu sempre estava lá para consolar.
Eu odiava vê-la chorar, e sempre que acontecia fazia de tudo para ver um sorriso em seu rosto. Sentei na cama, e ela continuou a me olhar atenta.

- Eu pensei muito em tudo que você me falou dias atrás. Confesso que foi difícil de acreditar em você, mas não vejo motivo algum para mentir a essa altura do campeonato. Quero resolver tudo com você, inclusive pedi desculpas por ter afastado você de Ayla. Afinal, ela é sua filha também, não deveria ficar longe da mãe. Mas quando tudo aquilo aconteceu fiquei tão magoado, e transtornado que não queria você perto de mim e nem dela. Queria apagar você de nossas vidas, mas não consegui e nem podia fazer isso, afinal minha princesinha sempre amou a mãe dela e fazendo isso estaria sendo um monstro, impedindo dela ter a mãe. Então concordei que ela ficasse com você 2 semanas no mês. Confesso que sentia muita raiva de ouvir seu nome, me fazia reviver aquele momento infeliz, e ao mesmo tempo que me doía fazia meu sangue ferver.

(Mini) A escolha Onde histórias criam vida. Descubra agora