Escrito VII

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É MADRUGADA, ESTÁ FRIO LÁ FORA,
O BARULHO DA CHUVA NO TELHADO CONSEGUE SUFOCAR TODOS OS SONS NA CASA,
MAS NADA CONSEGUE CONTER ESSE TEMPORAL EM MIM,
A ÁGUA SUBIU AO NÍVEL DE AFOGAR MINHA SANIDADE,
CONSIGO VER MEUS SENTIMENTOS BOIANDO NA SUPERFÍCIE DAS ÁGUAS,
MEUS PENSAMENTOS IMERSOS EM PROFUNDA MELANCOLIA,
NÃO SEI SE DÁ PARA SALVAR ALGUMA COISA AQUI.
RAPIDAMENTE ACHEI QUE A SOLUÇÃO ERA FUGIR,
MAS FUGIR PARA ONDE?
ME PEGUEI PENSANDO: "SOU MINHA PRÓPRIA CASA"
ENTRETANTO, ESQUECI QUE SOU "MORADA"
EXATAMENTE: MORADA, HABITAÇÃO, LAR.
NUNCA PERTENCEREI A MIM MESMA,
TENHO UM DONO,
ELE VELA POR MIM,
OU MELHOR, ELE VELA DA SUA PALAVRA PARA A CUMPRIR,
ELE JÁ ACALMOU TEMPESTADES, ANDOU SOBRE AS ÁGUAS...
É ISSO!
ELE TEM PODER PARA FINDAR ESSE TEMPORAL.
AFINAL, PARA ONDE EU IREI SE APENAS ELE TEM PALAVRAS DE VIDA?

O TEU AMOR REVELA VERDADES SOBRE MIM,
NÃO SOU ABRIGO, SOU MORADA.
EM MEIO AOS VENTOS PODERIA ESQUECER-ME,
NO ENTANTO, EU QUE INSISTO EM ESQUECER-TE.

Escrevi em um momento de grande melancolia, lembro que era madrugada e eu insone.

POESIAS: MEUS ESCRITOSOnde histórias criam vida. Descubra agora