Day 4

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Contando os dias, ao todo já se passaram 4, os quatro dias do inferno na terra. As ruas estão infestadas desses desgraçados comedores de carne humana, penso que metade ou mais da população do mundo esteja dizimada atualmente.

Não vi mais um ser humano se quer, além daqueles que um dia foram pessoas. Saí ontem, me esgueirando pelos cantos, para que não me nota-sem, e vi que em minha rua tem poucos comparados aos das ruas acima, vi que em algumas estão hordas imensas procurando por 'comida".

Algo que eu prestei atenção, foi que eles não enxergam, mais eles escutam muito bem. O mínino movimento para que eles te peguem e estraçalhem. Zumbis idiotas.

Olhando para a porta percebo uma movimentação estranha por entre as brechas, são movimentos lentos e precisos. Não são os zumbis, eles não pisam leve, são barulhentos e fazem grunhidos a todo momento.

Me aproximo da janela bem devagar, olhando pela pequena brecha.

Humanos, pessoas vivas. Mais o que eles querem?; não preciso nem terminar o pensamento. Começam a tentar a arrombar a porta, não, não, não podem. Eles não podem entrar.

Me afasto de forma rápida e silenciosa, assim que vejo que não me escutariam mais, corro para o porão, entro na área de pesca e procuro pela porta do subterrâneo, neste exato momento escuto o estrondo da porta quebrando.

Finalmente encontro a porta e entro o mais depressa que posso. Assim que a tranco escuto os passos na garagem.

"Eles não podem me encontrar, em hipótese alguma, eles não podem encontrar."

Pensamentos como esses se passam pela minha mente a todo instante.

O bunker é revestido de mais de 50cm de cimento, o que é simplesmente impossível que eles me escutem. Mais a porta não, a porta é de ferro normal. Faz com eu os escute.

Os passos se aproximam o suficiente para que eu pense que eles estão do meu lado, mais se distanciam de forma apressada.

Não demora muito e eu escute os grunhidos e barulho de passos correndo, se deram mal ladrões.

Barulhos de tiros e pessoas gritando preenchem o ar.

Aos poucos não se escuta mais nada. Levanto e procuro por um dos facões que papai mantinha aqui, acho um longo o suficiente para usar contra esses bichos. Sim, bichos. Eles não são mais humanos, em hipótese alguma.

Destranco a porta e abro apenas uma pequena brecha, olho através desta e noto um único zumbi saindo pelo portal, indo para a cozinha.

Ando atrás dele sem que me note, ando devagar paro o cantinho, em direção a ilha da cozinha, me abaixo e espio. Tem apenas três em pé, e mais alguns na sala. São muitos apenas para mim. Não vou arriscar mata-los e pelo esforço perder meu bebê.

Vejo restos mortais na mesa e perto do sofá, aparentemente eram uns 4 ou mais.

Rastejo para o lado esquerdo e olho para as escadas, tem rastros de sangue. Droga, provavelmente tem gente lá em cima.

Preciso sair daqui, ou eu subo e vejo quem está lá em cima e morro, ou eu saio correndo e morro. Meu destino é apenas um, morte. Ahhhhh mais que caralho!

Percebo que no meu pequeno monólogo mental, os zumbis saíram e não tem mais nenhum aqui em baixo.

Devagar levanto, segurando na beirada da ilha e me firmando nela, começo a andar para as escadas. Os rastros de sangue, são apenas respingos, o que significa que é humano e estava tentando de alguma maneira estancar o sangue.

Só espero que não seja algum maluco estrupador, rezo enquanto subo os degraus.

Seguindo o sangue, a porta do meu quarto de quando criança está aberta, antes de ir e adentra-lo, vou no quarto de meu pais, procuro pela chave do armário de armas, quando a acho procuro pela pequenina abertura e encaixo, abro e vejo um dos belíssimos arsenais que papai tinha.

Pego uma XDM Elite, a arma com qual papai iria me presentear quando fizesse 22 anos, esse ano. É, as coisas não deram certo.

Fecho tudo e vou para fora do quarto, tranco a porta e vou para meu ex' quarto. Termino de abrir a porta lentamente e abaixo rapidamente, o filha de uma puta, ATIROU EM MIM!

- OU MISERÁVEL, TA DOIDO POHA?!? QUER ME MATAR DE SUSTO E FAZER COM QUE O MEU FILHO MORRA MERDA?!?!

O berro que eu dei foi tão alto, que eu não duvido que os zumbis da rua de cima tenham escutado. O que me faz pensar que coloquei meu filho em risco, mais que caralho.

Dou as costas rapidamente ao desconhecido e corro porta a fora, desço as escadas com cuidado e tranco a porta de frente depressa. Me distancio da mesma e de relance vejo um zumbi, que merda um deles entrou.

Com facão em mãos ainda, avanço para ele e finco a arma em sua cabeça, o mesmo fica imóvel e cai para frente. A casa agora está com um fedor horrível de podre.

Uma tontura me atinge em cheio, fazendo com que eu cabaleie e me escore no que eu consigo alcançar. Era a parede da sala.

Fico alguns segundos intermináveis esperando com que linha pressão volte, assim que me vejo estável, me firmo em minhas pernas. Ainda meio tonta, subo as escadas novamente e vou para o quarto em que o desconhecido está.

Entrando nele percebo que o desconhecido é um homem, muito bonito por sinal, a única coisa que estragava seu rosto bem esculpido era a expressão de dor. Na altura das costelas dele, estavam seus dedos fazendo pressão no ferimento, só espero que não seja uma mordida ou um arranhão.

Me aproximo devagar e levanto as mãos, agora só com arma de fogo. Aponto para ele e pergunto:

- Mordida ou arranhão? - o olhar que ele me dá, denúncia que não é nenhum dos dois, mesmo assim espero ele se pronunciar.

- Bala. - é a única coisa que ele diz.

Pode ser loucura o que eu vou fazer, mais ele parece ser uma boa pessoa.

- Posso dar uma olhada no ferimento se quiser. - ele apenas me olha por alguns segundos, analisando se seria realmente uma boa ideia.

Por fim, assente com a cabeça e me olha indo para fora novamente. Vou para o banheiro principal e procuro pela a mala de primeiros socorros. Quando a encontro, faço o caminho de volta e o encontro sem camisa e com um buraco de cerca de 5cm do lado esquerdo das costelas.

- Além de estancar, vou ter que suturar. E a sua sorte é que tenho anestésicos.

Falo apenas isso antes de começar a limpar e suturar a ferida.

Pelos próximos minutos ficamos em silêncio, sem dizer uma única palavra. Apenas o som de nossas respirações era presente. Quando termino tudo, vejo que ele está dormindo, recolho as coisas usadas e saio, tranco a porta para o caso de ele tentar fazer algo.

"Preciso de comida, urgente!"

Penso indo em direção a cozinha.





Pqp, 1162 palavras!! Me superei. Espero que tenham gostado do capítulo, desculpem a demora.

Meta de 30 comentários e 30 estrelas. Tchau florzinhas!

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