Seis dedos

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Oliver

Não posso acreditar que a beijei. Inferno! Eu queria mais, sentir toda sua paixão, e temo que eu tenha ultrapassado uma barreira. Me sinto um completo tolo, e deito na cama ao lado da cama de Éden e respiro fundo. Levo a mão a peito e sinto o coração acelerado.

Cameron é a primeira mulher que eu beijo desde que minha esposa morreu, e eu esperava que quando isso acontecesse eu me sentiria extremamente culpado, mas tudo que sinto é um fervor dentro de mim, algo que não é possível explicar, que me faz querer mais.

Penso repetidas vezes no beijo, e agora considero o que devo fazer em seguida. É claro que a quero, muito, e é diferente. Não é como um homem que não se importa com nada quer uma mulher. Eu a quero para algo mais.

Bem, sim, eu devo contemplar essa realidade dura. Talvez eu esteja gostando por Cameron, e isso é completamente o contrário do que deveria acontecer, eu deveria seduzi-la, fazê-la se render a mim, e aí então a teria para o que quisesse.

Ora, é claro que eu quero sexo com ela, isso é óbvio. Mas eu sinto no fundo do meu coração, o mesmo coração que eu acreditava que estivesse adormecido, que ela pode ser a mãe perfeita para meu filho. Espere, um momento para refletir, porque sei que Cameron é muito nova para ser mãe, mas não decidi ainda se isso é um problema.

Ansioso, procuro o celular caído na cama e digito uma mensagem para ela. Não sou bom em cantadas, mas se eu apenas dizer que gosto dela, pode ser que surta efeito. Ou não, muito cedo? Apago a mensagem. Nem há sinal aqui mesmo!

Bufo, irritado. Sento na cama. E se eu voltar lá agora mesmo e disser que quero que ela seja a mãe do meu filho?

"Concentre-se, Oliver" volto a deitar, repetindo a frase mentalmente.

Vamos fazer as coisas com calma. Primeiro vamos conquistar essa mulher. Nos conhecemos há pouco tempo e, talvez o que estou sentindo seja uma emoção boba. Não vou sair pegando a mulher para mim. Embora eu queira.

Decido dormir, porque amanhã quero apenas relaxar e brincar com Éden. Olho para meu filho adormecido na cama ao lado, e isso, como sempre, me traz paz.

Minha respiração vai acalmando e eu vou adormecendo aos poucos. Esperando é claro, sonhar com ela.

**

Eu não achava que eu precisava ver Cameron de shorts curto e top até vê-la assim. Ela é... Perfeita.

Depois de comermos algo no café da manhã, decidimos conhecer melhor o hotel, porque por algum motivo Éden não quer pegar sol.

— O que é isso? — os olhos do meu filho se arregalam quando entramos num salão com camas elásticas e brinquedos.

— Por Deus, eles pensam em tudo, não é? — digo para Cameron, que sorri.

— Pais precisam ficar livres para aproveitar o sol. — comenta, colocando seus óculos de sol que segurava.

— Eu não vou deixar meu filho aqui. — reclamo, alarmado.

A mínima hipótese de me afastar de Éden me deixa em pânico.

— Por isso eu vou ficar aqui, pode ir. Aproveite o mar e o sol, senhor. — a jovem diz sentando num colchonete.

Não. Não há a mínima possibilidade disso acontecer. Vim para cá para ficar junto de Éden e aproveitarmos juntos, os três. E, se ele quer brincar aqui, ficarei vendo-o fazer isso.

Apenas Sua: O CEO e a BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora