Apenas Sua: O CEO e a Babá

Me coloca numa bóia e me joga no mar?

Cameron

Tem algo errado com Éden, eu passei as últimas duas horas pensando nele, e em sua condição. Eu quero ajudar, não posso explicar o sentimento, mas é como se esse menino fosse meu filho, tivesse nascido do meu corpo, e eu já não posso mais lutar contra nenhum tipo de sentimento que está em meu coração.

Bem, eu quero dizer que também gosto de Oliver. Ora, todos sabem disso, mas eu preciso admitir para mim mesma, embora eu acredite que não possa viver este amor. É loucura, impossível.

Concentre-se, Cameron!

O que posso fazer agora é pedir que o pai de Éden leve o filho a um medico especialista, e que esteja presente para saber sobre a condição do filho. Nada de interlocutores, sem ninguém para mediar essa conversa.

Eu sei que posso convencê-lo, mesmo que ele não fale muito sobre o assunto. Eu prometi a mim mesma que faria de tudo para conseguir aproximar pai e filho, fazer com que aquela criança não se encolha mais diante da presença do pai, que o pai não tenha mais pânico em tocar o filho. Eu definitivamente não sou Deus, mas sei que posso conseguir algo.

Já é madrugada, estou acordada olhando para a porta de vidro que da para o mar, e me pergunto por que não ir até lá. No meio da noite? Loucura! Mas o que é o mundo sem algum tipo de loucura? Levanto, visto um shorts de algodão, uma camiseta e coloco os chinelos.

Saio para o ar fresco e a noite aclarada pela lua, e caminho em direção a praia mais perto. Quando estou há poucos metros do mar, ouvindo e vendo as ondas quebrando, sinto a presença de alguém, e assustada olha para trás. Reconheço a sombra de Oliver.

— Ele está dormindo, o banho ajudou. Obrigada. — ele diz, aproximando-se.

— O senhor ficou assustado, eu vi.

— Fui pego de surpresa, só isso. — ele explica.

Estou de braços cruzados, ele ao meu lado, enquanto olhamos o mar.

— Há algo errado, Cameron? Parece tensa.

Eu suspiro, e viro-me para ele.

— Eu pensei que o senhor poderia levar Éden a outro medico, um de confiança.

— Está desconfiada de algo?

Dou de ombros.

— Eu só queria ter um sinal de internet pra fazer umas pesquisas. Ora, o senhor é rico, nunca sequer pensou em procurar outro medico quando se trata do seu filho? — digo, me irritando.

— Admito que fui relaxo com meu filho, mas estou me esforçando para mudar, você mesma está vendo. O que mais posso fazer? — Oliver pergunta ansioso.

Eu bufo.

— O senhor acreditou naquela mulher sem mais nem menos, por que não duvidou nenhum segundo do que ela disse sobre seu filho?

Ele parece petrificado.

— Éden te contou sobre a tia dele?

— Sim. Ele disse que a tia levou ele num médico quando ele era menor, e que depois disso as coisas ficaram estranhas.

— Eu achava que ele era muito pequeno para entender. — pondera. — Isso muda tudo.

— Muda? — ora, eu quero socá-lo!

Oliver segura meu braço, e me faz virar para ele.

— Eu não sei o que seria de nós sem você, Cameron. Estou confuso, não sei como me comportar perto de você. — fala, me encarando.