Parte 3

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Um sorriso sagaz tomou conta do seu rosto, assim que guardou todos os itens de volta na caixa misteriosa. Saindo da sala de reuniões às pressas, colocou a caixa sobre a mesa e desceu as escadas novamente.

No chão, bem perto à porta de vidro, do lado de fora, havia um imenso buquê de rosas colombianas. Ela podia sentir que sua boca estava escancarada. Abrindo a porta, abaixou-se para pegar as rosas que pareciam ter sido abandonadas ali. Quando tentou alcançar o celular, percebeu que havia deixado sobre a caixa.

Ela ainda estava em fase de revirar as rosas em busca de um cartão quando escutou uma voz atrás de si:

- Eu sabia que assim que te visse, ao vivo, entenderia a razão por estar tão encantado por você. Só não imaginava que me faltaria o fôlego, e que as palavras se perderiam... me deixando sem ter o que falar.

Sentiu o coração batendo acelerado, a garganta seca e as mãos trêmulas. Tudo ao mesmo tempo. Virou-se para olhar para o homem que vinha preenchendo seus dias com risos, sonhos, e doces promessas.

- Ti-Tiago? - Conferir o nome era mera formalidade. Se ela tivesse reparado antes, poderia ter detectado sua presença pelo cheiro. O mesmo que marcava os itens daquela caixa.

- Oi, coração.

Ela estava petrificada, sem saber o que fazer. A vontade que ardia em seu peito era a de se lançar nos braços fortes, em um abraço apertado e que expressasse toda a emoção naquele momento. No entanto, ela não queria destruir o buquê lindo que ele havia comprado.

Como se pressentisse o que Janaína estava sentindo, Tiago retirou as rosas da sua mão, depositando-as no chão, e a pegou em um abraço emocionado. Afundando o rosto no pescoço delicado, pôde sentir os arrepios no corpo feminino. Ela, por outro lado, sentiu a respiração dele aquecendo seu corpo por dentro.

- Oi - sussurrou.

- Oi...

Quando se olharam, realmente, pela primeira vez, o que Janaína viu foi tudo aquilo que nunca imaginou encontrar: ela tinha diante de si um homem que parecia enxergar nela a realização do seu sonho. E era como se ela também estivesse com o seu à frente.

- Tenho certeza de que você ainda está um pouco assombrada com o conteúdo da caixa, mas quero que saiba que preparei algo inesquecível pra você hoje - declarou.

Ela não tinha palavras. Tudo estava passando como se fosse um borrão quando ele a puxou pela mão, guiando-a de volta ao interior do prédio, dessa vez através do elevador.

- Não quero que nosso primeiro beijo seja aqui, se não houver problema pra você. Será que seu turno demora?

- Eu vou pedir pra sair mais cedo. Nem tenho condições de trabalhar desse jeito - Janaína confessou. - Não conseguiria render absolutamente nada.

Tiago lhe deu um sorriso lindo, provavelmente entendendo os sentimentos que a acometiam naquele instante.

Depois de se despedir da chefe e sair à francesa, ela desceu na companhia de Tiago, da caixa-surpresa, as belas flores e a promessa do que viria logo mais.

Entrou no apartamento, sentindo o coração bater acelerado. Ela podia sentir a presença dele às costas, e mal a porta se fechou, os braços fortes enlaçaram o corpo delgado por trás.

- Que saber o segredo daquela caixa? - Tiago sussurrou entre mordidas no pescoço e beijos ardentes.

- Si-sim...

- Há uma caixa oculta que vem carregada de todas as coisas que podem levar uma mulher ao prazer máximo. Eu descobri sobre isso casualmente, quando estava perambulando pela internet - ele dizia, com a voz rouca e cheia de paixão. - Achei que seria uma forma interessante de te mostrar meu mundo...

- Se-seu mundo? - perguntou, assombrada.

- Vamos apenas dizer que tenho... gostos peculiares - disse e riu.

Ela não conseguiu conter o riso também, já que associou sua fala à do personagem de Cinquenta Tons de Cinza. Quando ele continuou em silêncio, Janaína disse baixinho:

- Hã... você está falando sério?

- Muito sério... - As mãos não cessavam em deslizar pelo corpo feminino agora tomado de desejo.

- E... que gostos seriam esses? - ela insistiu, inclinando o pescoço ainda mais para lhe dar total acesso.

- Eu te mostro o meu... se você me mostrar o seu - sussurrou e mordeu o ombro agora desnudo.

A fisgada de dor enviou um choque imediato no meio de suas pernas, fazendo-a sentir como se seu corpo estivesse amolecendo ante o agarre forte.

- Ti...

Agarrando um punhado do cabelo castanho em uma mão, ele inclinou a cabeça de Janaína para trás, de forma que tivesse agora acesso à boca suculenta.

- Você confia em mim, Jana?

Ela apenas assentiu, sentindo logo em seguida o toque dos lábios sedentos sobre os dela. Quanto tempo eles permaneceram naquela posição, trocando beijos quentes e lânguidos, nenhum dos dois poderia dizer. Eles apenas apreciavam a boca, um do outro, devorando os sentidos e anseios a cada toque das línguas sedosas.

Janaína nem ao menos percebeu quando ele a carregou para o quarto, depositando o corpo delgado sobre a cama forrada com uma colcha branca. Ela estava em êxtase, sem conseguir sequer se reconhecer.

Quando todas as roupas foram removidas, viu que ele havia levado a caixa junto. O primeiro que notou foi quando ele pegou a venda, indo em sua direção.

- Você vai experimentar os cinco sentidos agora, de modo a nunca mais se esquecer do meu toque. - Colocou a venda sobre seus olhos, deixando-a às escuras.

- Mas eu quero te ver... - murmurou, começando a ouvir a melodia erótica que ele havia colocado em seu celular.

- Shhh... só depois... somente depois que não restar mais forças no seu corpo pela quantidade de orgasmos que vou te proporcionar.

- Tá bom - ela disse, umedecendo os lábios com a ponta da língua. Ela podia sentir que estava arfando em antecipação. Sentiu um beijo suave no mesmo instante.

- Quando você se submete aos desejos de alguém, você também recebe em troca. Meu prazer está em te agradar, e te fazer sentir tudo aquilo que você apenas imaginou... - Janaína percebeu que ele agora estava amarrando seus pulsos, juntos, com o que supôs ser a gravata perfumada. - Você apenas fica à minha mercê, mas não ache que o conceito de ser uma submissa é o que está sendo pregado por aí afora... É muito mais do que isso. É você estar pronta para se entregar à paixão de uma forma tão intensa, colocando o controle na mão de outra pessoa.

Suas palavras soavam como uma espécie de canto hipnótico, colocando-a cada vez mais à vontade sobre o que viria.

- Não precisaremos de palavra-segura, porque vou levar você ao ápice do prazer, sem nunca ultrapassar os seus limites - disse e começou a percorrer o corpo nu com a língua.

Ela não sabia o que fazer, somente sentir. Gemia a cada investida atrevida, adorando as sensações que ele a estava fazendo explorar.

- Quanto ao paladar, quem vai desfrutar de cada centímetro do seu corpo sou eu - disse e em seguida ela sentiu o gel sendo espalhado sobre os seios, sendo massageados, ao mesmo tempo em que ele retorcia os mamilos, fazendo com que desse um grito de surpresa. - E sabe por quê, Jana?

- Na-não... - respondeu, entre ofegos.

Amizade Virtual  ( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora