Me sentia ao ponto de ter um ataque, senti dificuldade pra respirar assim que o vi, meu corpo tremeu levemente.
-O que faz aqui?-perguntei com um leve medo da resposta.
Ele se aproximou e sentou na minha frente, eu encolhi meu corpo mais para trás a fim de fugir dele.
-Como assim? Esse é o meu jatinho.-olhei para ele sem entender.
-Não, esse jato é do meu pai.-falei.
Devo estar em um pesadelo, queria bater em mim própria para saber.
-Aperte os cintos, vamos decolar.-me levantei da cadeira, eu não iria para lugar nenhum com esse homem.-Mandei apertar os cintos, porra!
-Pouco me importa! Eu estou indo pra casa de minha tia, não pra onde você vai.-me dirigi a saída, mas seu riso cruel e gelado me parou.
Meu coração acelerou.
-Vejo que seu pai foi um puta covarde incapaz de lhe contar a verdade.-olhei para ele de soslaio que retirou um pedaço de papel da roupa e me entregou.
Eu devia ir embora, eu devia sair, mas algo me impulsionou a abrir o papel e quando o abri.
Era a xerox de um contrato de compra e venda, o valor foram absurdos 2 milhões de dólares e o produto... foi eu.
Analisei a assinatura de meu pai, era realmente dele, ele... ele me vendeu.
-Isso é mentira.-o papel caiu de minhas mãos enquanto eu paralisava.
-Sente-se e coloque o cinto.-engoli seco, as lágrimas arderam em meus olhos.
-Não, eu vou voltar pra minha casa.-caminhei para fora, mas ele pegou meu braço com força, o que me fez gemer e me entortar um pouco, e me jogou no banco colocando o cinto em mim muito apertado.
-Não ouse tirar essa porra!-ordenou voltando para o seu lugar e colocando o cinto.
Olhei para ele me lembrando que antes estava sangrando e que tinha uma arma, ele vai me matar.
Comecei a hiperventilar enquanto o jatinho decolava.
Olhei pela janela vendo que estava longe do chão.
O que eu iria fazer? Eu vou morrer...
Faltou-me ar.
Ele me olhou e riu.
Peguei meu celular da bolsa de mão na intenção de ligar pro papai, isso de venda deve ser um engano, tinha até esquecido que estava em um avião.
-Me dê.-exigiu o homem.
-Eu preciso falar com meu pai.-expliquei como se ele fosse a máxima ordem ali.
Eu sentia que um passo em falso, ele poderia me matar.
-Me entregue o celular.-ele tirou o cinto e se aproximou.
-Não!-tentei agarrar o celular, mas ele tomou de minhas mãos e voltou a se sentar.
-Agora você terá de me obedecer, se fizer alguma birra, eu vou te corrigir.-explicou com calma.-Além do mais, ele não vai te atender.-dizia com um sorriso vitorioso.
-Mentira! Meu pai me ama e vai vim me buscar.-ele riu.
-Tão ingênua, querida.-ele riu novamente.-Seu papai te vendeu.
-Isso não é verdade!-tornei a dizer com força.
-Bem, se isso não for mesmo verdade, agora não tem mais volta, você está no meu jatinho indo para a minha casa, não há como fugir de mim.-seu sorriso sádico me deixou paralisada.
As lágrimas caíram de meus olhos e eu as enxuguei com pressa.
-Meu pai virá atrás de mim.-falei ainda me agarrando a um fio de esperança.
Ele tirou uma arma de sua roupa, era uma pistola preta que me deixou com medo no mesmo instante que vi.
Ele se levantou e colocou a arma apontada pro meu rosto.
Paralisei com medo.
Depois passou aquela coisa gelada em mim, fechei os olhos.
-Ele não vai querer receber um cadáver.-respondeu.-E nem você vai querer ser um cadáver, então fica quieta.-exigiu ele retornando pro seu lugar e guardando a arma.
Todas as minhas esperanças se esvaíram.
Ele ergueu o contrato.
-Serei bonzinho com você e te darei uma prova a mais de que seu pai fez a troca.-ele mexeu no bolso do paletó e tirou um aparelho celular.
Ele o ligou e mexeu, então um som começou a sair dali, era... era a voz de meu pai.
Foi apenas um trechinho, mas consegui entender o suficiente.
-Me... me prometa que quando enjoar de Safira vai devolvê-la a família.-era a voz do papai e depois o riso desse homem a minha frente.
-Safira é minha e eu faço o que eu bem entender com ela, mas se serve de consolo, quando eu me enjoar dela, não irei matá-la como faço com todas.-a forma como ele falou aquilo me fez entender que meu destino já havia sido traçado e que eu podia acabar morta.
-Eu aceito.- se encerrou com a voz de papai.
As lágrimas caíram mais fortes sobre o meu rosto.
Eu precisava ser forte, eu nem sabia o que ele queria ao certo, mas eu sabia o que eu queria.
Sair viva.
-Por que me mostrou isso?-perguntei com a voz embargada.
-Para que você saiba que não tem pra onde fugir.-respondeu com um sorriso, me olhando intensamente.
Era um sorriso assustador.
-Você é apenas minha, Safira.-um arrepio cruzou minha espinha e eu fiquei apavorada.
Tirei o cinto e quando tentei me levantar fui sentada com força na cadeira e recebi um forte tapa.
Meus cabelos voaram pro lado contrário ao tapa, sentia meu rosto queimar e meus olhos derramaram mais lágrimas.
Meus pais nunca me bateram.
Mas te venderam...
-Mandei você não tirar esse caralho!-bradou apontando pro cinto.-Coloca de novo.-respirei fundo soluçando e coloquei o cinto de novo.
Ele se agachou um pouco na minha frente e segurou meu queixo afastando meus cabelos e olhando meu rosto. Mantive um olhar de raiva.
-Você precisa entender que vai me obedecer em tudo o que eu quiser, você me satisfará em todos os sentidos.-engoli seco novamente, meu corpo tremia.
Ele puxou meu rosto na sua direção e atacou meus lábios em um beijo urgente.
Tentei afastá-lo, mas ele segurou minhas mãos me mantendo imobilizada.
As lágrimas se misturavam com o beijo, ele passeava com sua língua por dentro da minha boca.
Me saboreando.
Naquele momento na minha mente, pensamentos conturbados, pervetidos e cruéis passavam.
Quando terminou o beijo, ele aproximou seu rosto e sussurrou perto do meu ouvido.
-Vou adorar te foder em todas as posições.-dizia com crueldade.
Olhei horrorizada para ele que se afastou rindo.
-Se sair dessa cadeira, te darei cintadas!-ameaçou e se levantou sumindo.
Onde me meteram? Estou completamente ferrada!
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Safira - Sua Obsessão [Degustação]
RomanceRomande Dark | +18 Safira Winter se classifica como uma garota normal, alguém que é muito protegida pelos pais, mas que tem uma vida perfeita. Seus pais a amam, ela tem uma melhor amiga e uma governanta incrível, sua família tinha condições suficien...