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Sina Deinert 🌊

Sexta-feira, dia livre de trabalhos. O que devo considerar um milagre já que desde que embarcamos, não tive um dia se quer com um tempo só pra mim, sem precisar fazer fotos, dar entrevistas, regravar cenas do clip dos garotos.

Estou deitada na cama mexendo no celular, fiz backup ontem a noite, minha galera resgatou fotografias de anos atrás. Eu abria uma por uma, tem de início da minha carreira à fotos de quando eu era anônima. Minha e de Sabina no ensino médio, de quando eu ainda morava com meus pais.. Meu peito se enche de gratidão.

Arrasto para o lado, e uma foto minha e de Noah preenche a tela do celular.
Éramos nós dois com Bob, o cachorrinho da Linsey, irmã mais velha de Noah.. Costumávamos dizer que Bob era nosso filho perdido, pois o animal gostava mais de nós do que de sua própria dona.

Sorrio com a lembrança, e meu coração se aperta..
Não tenho trocado muitas palavras com ele desde a última vez, a três dias atrás.. Depois de sua mensagem, não nos encontramos.
Fui ao estúdio no decorrer da semana gravar algumas cenas com Josh e Bailey que ficaram para trás, mas Noah nunca estava lá.

Queria vê-lo, conversar um pouco com ele.. Mas eu era orgulhosa demais para dar o primeiro passo.
Sabina sai do banheiro enrolada em uma toalha, o vapor preenche o ambiente

O que está vendo?

— Umas fotos que meu celular restaurou. — Faço pouco caso, Sabina vem até onde estou e olha no visor.

Ela se afasta com um sorriso sacana, o olhar vitorioso como quem diz "eu sempre estive certa."

— Eu sabia, Deinert. Você está com saudades dele.

— Não estou.

— Ahhh Sina, faz favor. Quer mentir pra mentiroso?

É, ela tinha razão.
Eu tenho saudades de Noah, tenho saudades de nós.
A mexicana me dá as costas e vai até seu guarda roupa, ela vasculha com o olhar procurando uma roupa.

Hoje é o baile de máscaras, a primeira festa do navio.
Não estava com muito ânimo para ir, não queria encarar fotógrafos hoje e nem repórteres, que por incrível que parece sempre brotam do chão, não importa onde eu esteja.

— Vá se arrumar, só temos uma hora.

— Não estou animada pra ir — Digo, e ela me olha — Não posso ficar aqui?

— De jeito nenhum. Você precisa sair, Sina. Se divertir um pouco, beijar umas bocas, pelo amor de Deus.

— Não quero beijar umas bocas. — Uso o mesmo tom que usou comigo, e ela ri.

— Eu sei bem qual boca você quer beijar.

Jogo uma almofada nela, Sabina ri mais ainda.
Por um lado, ela tem razão.. Eu realmente precisava me divertir. Não tenho feito muito isso nos últimos meses, minha agenda era muito cheia, muitos compromissos.. Quer saber? Que se dane, vou pra essa festa. Vou ficar bêbada, vou dançar, e me divertir como uma garota de 22 anos normal.

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