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Noah Urrea

| Casa de praia dos Parcker, 2017 | 📍

Estamos na sala, jogando uno. Sina está me olhando de soslaio, eu tinha certeza de que ela trapacearia de novo. A casa de praia nos parcker tem sido o nossos refúgio durante esse fim de semana; a galera toda estava aqui.

Jogo um 5 amarelo, Marcus joga um 5 azul e Sabina um vermelho. Sina grita uno e joga um bloqueio. Ela me bloqueou, merda! Fico tão puto que dou um grito

— Porra!

Todos me olham. Sabina tenta segurar o riso, ela sabia que eu não estava puto só por causa da carta..

— É só um jogo, bebê. Você tem que saber perder.

Sina diz involuntariamente enquanto observa suas unhas

Sinto meu sangue ferver.

— Você é uma trapaceira.

— E você é um bebezão que não sabe levar nada na esportiva. — Ela ergue o tom, Marcus arregala os olhos

— Gente, acalmou ei. É só um jogo! — Peter diz, nos olhando. — Se Noart existisse, só seria treta.

"Noart" Uma junção do meu nome "Noah", e do sobrenome de Sina, "Deinert". Sabina e Peter estavam nos zoando durante o mês inteiro por causa disso. Revirei os olhos com o comentário de dele

— Mas não existe. - Sina o corta, com uma expressão séria.

O que?!

— E se existisse? -Eu digo, sem pensar. A loira me olha e cruza os braços

— Você está pensando nessa possibilidade?! -Ela diz desta vez

— Sempre pensei.

Todos me olham. Um silêncio obsoluto toma conta do ambiente. Tenho quase certeza de que falei merda. Urgh, inferno!

Me levanto do chão e arrumo a jaqueta, tento parecer o mais natural possível mas não consigo, eu estou nervoso demais.

Os garotos percebem a situação e se levantam também, suspiro aliviado

— Vou comprar um energético. Você quer morena? — Peter pergunta a Sabina, que apenas acente com a cabeça.

— Juízo vocês. -Ela grita da sala antes de fecharmos a porta.

Andamos pela calçada por alguns minutos, estava uma noite fria. Minhas mãos estavam enfiadas no bolso do casaco. Marcus cantarolava uma musica e Peter parecia estar perdido em seus pensamentos.

— Tudo bem cara?

Peter diz, ainda olhando para frente. Respiro fundo e penso no que dizer

— Eu não sei. Não sei o que está acontecendo comigo.

— Isso é por causa da Sina?

Isso é por causa de mim. — completo. Não era pra mim estar desse jeito.

Peter solta uma risadinha que me dá vontade de lhe dar um soco na cara

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