A Entrevista

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— Tudo certo para este sábado? — Hiroko, a gerente de relações públicas de Izuku, apareceu de repente na mesa de escritório dele lotado de papelada acumulada e a ser verificada com toda a transferência de agência.

— Hã? — A cabeça de Izuku emergiu dentre as pilhas fazendo algumas folhas voarem. — O que tem neste sábado?

— Sua entrevista.

Isso não fez nada para melhorar o entendimento do herói.

— Com a Heroes & Glamour. 

O rosto de Izuku continuou em branco.

— Aquela entrevista que você aceitou participar para anunciar seu retorno? — Uma sutil expressão preocupada começou a adornar os traços da mulher enquanto pensava que uma tomografia fosse muito necessária agora. — Eles te ligaram após seu retorno, eles queriam fazer uma entrevista com você e o Dynamight-san referente a todos os boatos acerca de vocês dois, e você aceitou.

Santo All Might. Ele tinha completamente esquecido!

Bem que ele tinha a sensação de estar esquecendo algo como uma coceira atrás da nuca, a ligação aconteceu enquanto ele estava num pico de sono meio acordado e meio dormindo horas depois de ter chego da missão. De tão cansado para sustentar uma conversa ou saber o motivo da ligação pois muitos queriam notícias dele, Izuku concordou com o intuito de querer voltar a dormir e jogou toda a responsabilidade para Hiroko.

— Que dia é hoje? — perguntou sem fôlego.

— Sexta.

Só a poeira do herói ficou para trás porque o corpo tinha ido num salto de coelho, a papelada voou pela sala. 

Agora ele tinha mais um problemão para resolver. E ele nem estava falando dele.

— Kacchan…! Por favor…!

A porta do apartamento do loiro quase o dividia ao meio na tentativa de Katsuki livrar-se dele.

— Eu não vou cair nessa furada! Você se meteu nessa, se livre sozinho!

— Eu não posso aparecer sem você lá! Eles querem nós dois!

Se havia uma coisa que Katsuki odiava, era aparecer nesses shows e programas que serviam só para alienação dos menos providos de inteligência. Toda a baboseira sem nexo e fofocas surreais eram demais para o herói da explosão, e ainda mais que eles viviam o perseguindo por ser o segundo no ranking. Aizawa tinha toda e absoluta razão em querer se manter o mais distante possível da mídia e Katsuki estava seguindo à risca esse ensinamento depois de ter cometido vários deslizes com seu temperamento instável. A mídia era o inferno para pintá-lo como um idiota cruel de boca suja, comprometendo assim sua imagem. Abençoado seja Aizawa, aquele merdinha sagaz.

— Então não vá! Simples! Boa noite! — E jogou o peso sobre a porta, mas Deku mantinha um aperto de ferro.

— Boa noite nada! Espera! Será bom para nós anunciarmos nossa parceria, é um programa de fofocas, e esses são o que mais repercutem!

— Sim, e também os mais lixados e mentirosos! Nossa credibilidade iria pro ralo, virariamos piadas.

Durante o braço de ferro com a porta no meio, Katsuki tinha certeza que ouviu algo rachar e seu reflexo foi diminuir a força para não quebrar mais nada do apartamento e levar outro xingo da síndica a qual ele estava na corda bamba com, o que só fez com que Deku tropeçasse para dentro e caísse com tudo pra cima dele batendo a testa no seu queixo e roçando suas coxas.

— Escute! — pediu plantando as mãos ao lado do corpo de Katsuki no genkan, prendendo-o. — Quanto mais rápido chegar ao público, mais apoio teremos, e se tivermos o apoio do público, as empresas vão ceder para o nosso lado. Mais rápido podemos agilizar a construção da agência e poder receber nossa autonomia, então estaríamos livres para entrar de cabeça no caso.

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