Os Anjos Perdidos

17 ° Capítulo: A Origem de Dmitri, a Besta

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"Dentro de mim há dois cachorros: um deles é cruel e mau; o outro é muito bom. Os dois estão sempre brigando. O que ganha a briga é aquele que eu alimento mais frequentemente."

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A lua cheia pairava alta no céu, lançando sombras sinistras sobre os becos estreitos da favela onde Dmitri havia crescido. As luzes fracas dos postes mal iluminavam a miséria que se espalhava pelas ruas. Era um mundo onde a lei do mais forte prevalecia, e Dmitri aprendeu essa lição muito cedo.

Infância Perdida

Nascido em um lar destroçado, Dmitri nunca conheceu o pai, e sua mãe, viciada em crack, passava mais tempo nas esquinas escuras do que cuidando dele. Aos oito anos, Dmitri já sabia roubar para sobreviver. Seu corpo pequeno e ágil permitia que ele se esgueirasse por janelas abertas e bolsos descuidados, sempre em busca de dinheiro ou algo para trocar por comida. Uma noite, enquanto remexia em um lixo atrás de um bar, foi pego por dois homens grandes e brutamontes. Eles o arrastaram para dentro do bar, onde conheceu seu futuro mentor: Yuri Kuznetsov, um dos líderes da máfia russa que operava na cidade. Yuri viu algo em Dmitri - talvez a determinação em seus olhos ou a ausência de medo - e decidiu dar-lhe uma chance.

Ascensão no Mundo do Crime

Yuri ensinou Dmitri a ser mais do que um simples ladrão. Sob sua tutela, Dmitri aprendeu a arte da violência, a manipulação e a crueldade. Aos quinze anos, Dmitri já era conhecido como "A Besta", um nome que ganhou após uma série de assassinatos brutais que realizou para provar sua lealdade à máfia russa. Sua habilidade em desmembrar inimigos com precisão cirúrgica e sua falta de remorso transformaram Dmitri em uma lenda nas ruas. Ele se tornou o braço direito de Yuri, encarregado das operações mais delicadas e perigosas, incluindo tráfico humano e drogas. Dmitri não tinha limites, e isso o tornava uma ferramenta perfeita para os negócios sombrios da máfia.

O Assassino da Besta

O ponto de virada na vida de Dmitri veio quando ele foi contratado para eliminar um traidor dentro da organização. O homem, um antigo aliado, havia vendido informações à polícia. Yuri ordenou que Dmitri fizesse do traidor um exemplo para todos. Dmitri encontrou o homem escondido em uma casa isolada. Sem hesitação, ele o arrastou para fora, amarrando-o a um poste em um terreno baldio. Com um olhar frio e metódico, Dmitri torturou o traidor durante horas, cortando lentamente cada pedaço de carne enquanto o homem gritava em agonia. No final, Dmitri esculpiu o símbolo da máfia russa no peito do traidor, um aviso claro para qualquer um que ousasse trair a família. A partir daquele dia, Dmitri se consolidou como "A Besta", o assassino implacável que faria qualquer coisa por sua família. A lealdade cega à máfia e a crueldade inata o tornaram um dos homens mais temidos e respeitados nas fileiras da máfia russa.

Um Coração Escurecido

Por trás da brutalidade e do nome temido, Dmitri era um homem atormentado. As noites eram assombradas pelos rostos daqueles que ele havia destruído, mas ele não permitia que esses fantasmas o enfraquecessem. Ele enterrava qualquer sinal de humanidade sob camadas de ódio e frieza. A única pessoa que conseguiu ver um vislumbre do verdadeiro Dmitri foi Svetlana, uma jovem que ele conheceu em um dos bordéis controlados pela máfia. Svetlana era diferente, com um brilho nos olhos que lembrava a Dmitri de algo que ele havia perdido há muito tempo. Ela tentou entender e curar suas feridas, mas Dmitri sabia que se ele permitisse que ela se aproximasse, isso poderia ser sua ruína. Então, ele manteve distância, utilizando sua máscara de frieza para proteger a ambos.

O Caminho Sem Volta

Dmitri sabia que seu destino estava selado. A vida que escolheu não permitia redenção, apenas uma espiral descendente de violência e morte. Ele aceitou isso, abraçando seu papel como a Besta da máfia russa. Cada missão, cada assassinato, era um passo mais fundo na escuridão, um caminho sem volta que ele trilhou com a mesma determinação que demonstrou desde criança. E assim, Dmitri, a Besta, continuava sua trajetória sombria, uma figura temida e reverenciada nas ruas, um nome sussurrado com respeito e terror. Ele era o monstro que a máfia russa havia criado, uma arma viva que carregava o fardo de sua própria alma condenada.