snake tatto

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Regulus anda fazendo coisas ruins.

    Não é como se contasse a alguém sobre. Não precisa de ninguém o dizendo o que é certo e o que é errado, por mais que insistam tanto em o apontar tais coisas. Não precisa de ninguém, nem mesmo de seus amigos, para saber que ler aquele livro trouxa é errado e que aprecia-lo também é. Não precisa que o digam que se interessar na câmera não-mágica que não faz as fotografias se mexerem é errado. Ele não precisa de ninguém para nada, muito menos pra o dizer que nada que fez nas férias de verão fora certo.

   O salão comunal está sombrio, como de costume, mas está mais cheio que o normal, o que faz sentido já que é primeiro de setembro. Os primeiranistas tem os rostos colados nas janelas altas em busca da lula gigante, algumas garotas do quarto ou do quinto ano estão próximas da estante de livros com blusas de gola alta e risadas para cada figura que elas tiram nos sapos de chocolate. Há algumas pessoas jogando xadrez sobre o tapete verde circular no meio da sala. E tem o time de quadribol, que estão nos sofás e nas poltronas de frente para lareira.

     Regulus está entre eles. Na realidade, parecera que Emma Vanity, a capitã, escolhera aquele lugar justamente porque ele estava ali, sentado em um dos sofás de couro preto com um livro em mãos. Talvez essa fosse uma das consequências por pouco ter aparecido nas reuniões do time no ano anterior: ter quase todos os jogares o rodeando com um círculo de fogo. Tinha gente a sua direita e à esquerda, uma das artilheiras estava sentada próxima a seus pés.

     Apesar de toda a conversa, ele não abaixou o livro. Lia linha após linha, tentando absorver as palavras o máximo que conseguia e tentava entender o que era que Homero — um antigo escritor trouxa — estava querendo dizer em "Ilíada". Vanity dizia algo sobre os novos equipamentos chegarem no fim da semana e que começariam a treinar no sábado. Ele ouvia as perguntas que surgiam ali e aqui mas não era como se desse muito atenção a isso. Dentre todas aquelas coisas sobre estratégia e novos uniformes, ele só conseguia pensar em apenas uma coisa.

Onde diabos Barty estava?

Virou uma página, suspirando fracamente. Era primeiro de setembro, por Merlim. Ninguém estava afim de ouvir sobre Quadribol agora, aparentemente nem mesmo Barty, que era obcecado pelo esporte. A lareira crepita, a madeira se desfazendo em cinzas lentamente. Regulus só queria que o fogo queimasse as palavras de Emma Vanity e as reduzisse a pó até pelo menos o primeiro jogo ser marcado.

— E o que você acha, Black? — a garota que ele tanto queria que calasse a boca pergunta, silenciando todos os outros que queriam opinar.

Sabe que todos estão olhando para ele agora, o que o deixa um tanto incomodado. Odiava quando o olhavam de mais, não era acostumado com olhares diretos. Suspira de um modo não tão discreto dessa vez, fechando o livro — que estava cuidadosamente encapada para não descobrirem que era um livro não-bruxo — e o deixa sobre o próprio colo. Estreita os olhos para Vanity sem muito interesse.

— O que vocês decidirem está tudo bem pra mim, não tenho opniões — responde simples, observando os olhos de um azul claríssimo piscarem para ele com um brilho meio raivoso.

— Mas você precisa ter uma opinião — Emma diz, com falsa calma. — Boa parte do dinheiro investido no time é seu.

— Não me importo com o que fazem com o dinheiro — dá de ombros. — Já perguntou a Barty o que ele acha? Ele investe ainda mais do que eu.

    — B-Bem, o Barty....— ela gagueja, desviando o olhar sem terminar a frase.

    — Não sabemos se ele vai continuar no time — a artilheira próxima de seus pés, Cady Harding, é quem diz. — Por causa do incidente no ano passado.

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⏰ Última atualização: May 19, 2023 ⏰

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