04 | O estopim para que eu goz*

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LUAN...

— A sala é aquela, correto? - aponto para a porta fechada logo a frente, a placa escrito "diretoria" ganhando destaque na cor azul claro da madeira.

— Isso mesmo! - a senhora baixinha responde, se apressando para chegar primeiro que eu. — Deixa que eu te anúncio, ela...

— Não é necessário. Pode deixar que daqui, eu sigo sozinho. - tento não soar rude, mesmo que esteja começando a me irritar com o tanto que ela fala.

— Tem certeza? - aceno brevemente com a cabeça em positivo. — Mas ela não...

— Por favor... - peço firme, respirando fundo para manter a calma. Não sou muito adapto a recuperá-la, uma vez que a perco. — Você pode ir. Eu farei isso sozinho.

Reforço meu pedido e faço gesto com a mão, pedindo para ela voltar por onde viemos.

— Tudo bem, então. Já que você insiste. - ela sorrir e se vai.

Respiro aliviado e me aproximando da porta, bato três vezes, logo ouvindo a voz feminina dizer:

Leona - Pode entrar! - giro a maçaneta lentamente e abro a porta chamando a atenção da mulher loira de meia idade. Seus olhos azuis da mesma tonalidade dos meus, se arregalam na minha direção e, por uns segundos, ela fica estática, me olhando como se duvidasse que eu fosse real — Luan?

— Ao vivo e em cores. - sorrio quando ela levanta de uma vez, me surpreendendo ao correr descalça na minha direção.

Leona - Ai, meu Deus! Você trouxe meu bebê de volta. - ela pula nos meus braços, me obrigando a fazer mágica para não deixar as sacolas caírem ao segurá-la. — Eu senti tanta saudade de você - beija incessantemente meu rosto, deixando várias lágrimas escorrerem pelo seu. — Por que não me avisou que vinha? Eu podia ter ficado em casa para lhe receber.

— Também senti saudades. - nos afasto brevemente e ergo as mãos, limpando seu rosto, tocando com carinho a pele clara e cheia de sardas daquela que me pôs no mundo e foi minha maior incentivadora, beijando ternamente sua testa antes de responder a sua pergunta: — Queria fazer uma surpresa, por isso não avisei.

Ela segura minhas mãos e as beija, me puxando para dentro.

Leona - Vem, senta aqui... - faço como pede, me sentando na cadeira de rodinhas na frente da sua mesa e me livrando das sacolas ao entregá-las para ela. — São pra mim?

— Quase todas. Só essa aqui, que não. - tiro a que eu trouxe pro meu irmão. — Essa é a do Maurício. - coloco em cima da mesa, observando ela esticar o pescoço pra ver o que tem dentro. - É a maquiagem da Chanel que ele disse que queria ganhar de aniversário. - me ajeito na cadeira. — Também trouxe para a senhora.

Leona - Ele vai ficar mais feliz com a maquiagem do que em te ver. - ela diz uma verdade, indo se sentar toda sorridente na sua cadeira enquanto olha seus presentes. — Cadê a sem sal?

Engulo a saliva. Ela não precisa citar nomes, sei que está perguntando da minha noiva.

— Olívia ficou no hotel descansando. - dou uma olhada no relógio do meu pulso e antes que ela torne a perguntar, me adianto mudando de assunto,: — Cadê o Maurício?

Leona - Saiu com a amiga dele para levar um dos nossos alunos em casa. - suspira e encosta as costas na sua cadeira, parecendo exausta de repente.

— Algum problema? - me preocupo.

Leona - Não, nenhum com o que se preocupar. - ela levanta arrastando as sapatilhas no chão enquanto as calça. — Vamos? Preciso ver se nosso almoço está pronto e aproveito para te apresentar pras minhas colegas de trabalho.

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