29 - Obrigada pelas lembranças

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Notas do Autor(a):

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Notas do Autor(a):

🎶| Link da música citada no capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=h8bpv0k491A 

💛| Boa leitura.

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(Point of view: Jennie Kim)


Se não bastasse a forte dor na minha cabeça também senti os raios do sol incomodarem meus olhos, apesar de estarem fechados, e um ardor em minha pele decorrente de me encontrar sem nenhuma proteção contra sua insolação intensa. Com muita dificuldade tentei abri-los gradualmente. A paisagem a princípio embaçada foi se tornando nítida ao ponto de perceber que eu estava em um jardim, porém o que mais estranhei foi em qual eu estava.

Logo reconheci que aquele era o jardim da casa para onde me mudarei com Lisa, mas a casa estava mudada. Notei os pequenos ajustes que planejávamos, quando fechamos negócio com o antigo dono, já feitos e a mesa sob medida que mandamos fazer semanas atrás também se encontrava devidamente instalada.

"Como eu vim parar aqui?" Me perguntei no meio tempo em que observava os meus lados em busca de alguém familiar. Fechei com força meus olhos quando uma fisgada dolorosa atingiu minha cabeça. Estava doendo muito... até que... "Rosé..." Ela. Minha filha. Era a última lembrança que eu tinha. Vê-la chorando à medida que gritava me chamando... "Eu preciso achar ela..."

Quando tentei me levantar reclamei da dor que senti em minha musculatura decorrente do movimento abrupto. Era a sensação de que passei um longo tempo parada, sem me movimentar. Era uma tensão pelo meu corpo e a impressão de que minhas articulações estavam enferrujadas.

Com um pouco mais de esforço alcancei a porta dos fundos que dava para a cozinha. Tudo estava arrumado e não parecia que alguém a tivesse usado recentemente, pois nem louça lavada tinha no escorredor.

"Lisa! Jisoo! Rosé!" As chamei com breves segundos de diferença entre um nome e outro. Caminhei pela sala e segui para o corredor dos quartos. Abri todas as portas, uma por uma. Todos vazios. Aparentemente eu estava sozinha naquela casa "Onde elas estão?"

Refiz meus passos retornando para o jardim em que acordei "Rosé! Rosie!" Nenhum sinal. Nenhuma voz "Eu preciso achar ela... Rosie!" Eu preciso ver minha filha. Preciso mostra-la que estou bem, que estava tudo bem "ROSÉ!" Gritei mais uma vez a todo pulmão. Felizmente desta vez eu escutei algo, contudo, não era a voz da minha filha me respondendo. Não era sequer a voz de uma pessoa. Eram notas. Notas de uma melodia tão conhecida por mim.

As notas musicais que saiam do timbre de um violino me guiaram para de onde vinha o som e consequentemente para quem as tocava. A cada passo os nomes das notas saiam em sussurros pelos meus lábios no ritmo allegretto quasi andantino original da obra. Eu a escutava tantas vezes acompanhando com a folha da partitura que só de ouvir já reconhecia as colcheias, semicolcheias e fusas que a compõe.

Medo de se entregar (Blackpink - Jenlisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora