Rumor Monocromático

Prólogo

(Lee Sihyeon) 

Às vezes eu imagino esses tipos de coisas. 

No início da noite, a chuva caía constantes, e suas costas da mão estava fria. 

Por fim, nunca conseguimos nos entender.

 Até achei que podia ouvir uma música antiga, muito antiga. Sem nenhum instrumento de acompanhamento, era uma música que alguém estava cantando, e parecia que eu estava escutando essa música por muito, muito tempo. Eu pedi tudo que eu tinha para sempre, e eu estava consciente sobre isso. Mas mesmo assim, havia um sentimento incansável dentro do meu coração. Uma ansiedade que jamais desapareceu. 

Todas essas poucas boas lembranças eram tão triviais que só posso contá-las com dedos da mão.  

Às vezes, nosso tempo juntos era como o inferno. Não importa o quanto eu abria o meu coração para você, os lençóis que estavam úmidos de lágrimas por sua causa agora estão secos. Esses tipos de sentimentos que possuía, só percebo agora que acabou, tão miseráveis que quero arrancar a minha língua. Você nunca fez contato visual comigo quando eu olhava dentro dos seus olhos. Até minha inocência foi arrancada e pisoteada sob seus pés como lixo. E mesmo estando ciente sobre isso, eu tentei fechar os meus olhos. Era uma época tão ruim, que não conseguia ver a luz do meio dessa escuridão. 

Lutei para abrir os olhos. Meu cabelo, parecia estar em chamas por causa do vento úmido e molhado. Minha perna esquerda estava dormente e, após um exame, em um ângulo bizarro, o osso branco estava preso firmemente no espaço entre o banco do motorista e a porta, e exceto pelo som mecânico farfalhante, o ambiente estava tão silencioso quanto um animal morto.  

É assim que eu moro? Esse pensamento veio à minha mente. 

Eu estava com pressa para um evento da noite. Peguei as chaves do carro do meu empresário que negava com a cabeça dizendo que eu não devia ir, pois era impossível de eu chegar a tempo, assim eu teimosamente entrei no banco do motorista sozinho. A estrada estava calma e como o horário programado se aproximava rapidamente pisei no acelerador. Eu não tinha bebido ou usado drogas, mas o meu pai direito, que deveria estar no freio, estava pressionando o acelerador.  

Um luxuoso caro estrangeiro acelerado no meio da estrada vazia. Quando entrei com o carro em uma curva fechada a mensagem de aviso do GPS foi ouvida do carro que não diminuiu a velocidade. O brilho amarelo das grades de proteção brilhou desenfreado e passou na frente dos meus olhos. O carro ainda estava acelerado apesar dos avisos, bateu na parte de trás de um carro e passou pela barreira de contenção. 

Por que você vive mesmo? Essa foi uma pergunta que uma vez me fizeram com desprezo. Eu não podia fingir que não conhecia os significados dessas palavras, por isso apenas sorri sem jeito, incapaz de dizer qualquer coisa. Não posso dizer que odiei ouvi-las, mas elas sempre machucam. Todas as vezes eu lutava para esquecê-las, engasgando como se tivesse engolindo uma agulha. 

O carro bateu, ele saiu da estrada e capotou várias vezes. Eu podia ouvir o som da minha cabeça sendo jogada ao redor, minhas pernas estavam esmagadas devido ao impacto. Eu não conseguia pensar em nada. A dor no meu corpo era tanto que até mesmo através da minha visão turva, eu sorri, mas antes mesmo que uma pequena risada pudesse escapar, eu me assustei como se tivesse acordado de um sonho, por causa da aparência de outra pessoa que apareceu na minha cabeça. 

“Irmão” uma voz doce que me chama, com um rosto doentio vestindo um roupão de hospital. 

Huh 

Paralisando em choque, despertando da imaginação e encarando a realidade, a imagem de uma jovem fluindo pelo meu cérebro, como se estivesse esperando por este momento. Ela estava sorrindo e seus pulsos eram muito finos. Naquele momento foi deplorável porque ela queria chorar de dor, mas se sentiu mal por não conseguir se segurar enquanto mordia os lábios. 

 ‘Espero que você seja popular’. Eu sabia que ela estava feliz por mim, mesmo que através daquele sorriso ela estava com ciúmes. 

Hum...Hum... 

“Antes de você se casar. Preciso pagar todas as minhas dívidas, me livrar de sua doença e comprar um lindo vestido de noiva para você... Eu quero fazer isso para você.” 

Seu rosto corrou com minhas palavras, ela gritou de volta. “Quantos anos você acha que eu tenho agora? E você já quer falar de casamento?!”  

Gostei do jeito que ela puxou o cobertor, como se estivesse envergonhada. Escovando seu cabelo bagunçado, era como se finalmente estivéssemos em paz. Os tempos de infernos já tinham acabado. 

‘Como posso ter te esquecido?’ não havia esperança para uma pessoa que já havia sido completamente destruída. Através da minha visão bagunçada, alguém podia ser visto pela janela quebrada. Estava evidente que era o carro que tinha colidido. ‘Me perdoa’. Essas palavras ficaram presas na minha garganta. Enquanto um líquido quente continuava escorrer pelo meu rosto. 

‘Estou tão fraco que não tenho forças para viver mais, mas ainda assim alguém, por favor, proteja minha irmã.’ Apesar de quão forte ela aparece, ela ainda é muito ingênua, e não conhece o mundo em que agora deve viver sozinha.’ 

No meio de tanta dor, orei e orei por um desejo que não podia ser dito em voz alta. À medida que minhas rezas continuavam a encher o espaço silencioso, minha consciência se distanciava cada vez mais. Memórias sem sentido que eu não posso deixar de lado passaram antes de meus olhos se fundiram até que minha visão piscou e clareou novamente. 

Há promessas que não foram cumpridas. Tem alguém me esperando. 

“Quando você já foi mais feliz?” Um dia, a escuridão de repente veio para testemunhar o último suspiro de sua voz, que havia perguntado em vão por toda sua vida. 

As luzes se apagaram...... 

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