Rumor Monocromático

Capítulo 1

(Lee Hajin) 

 Há cores espalhadas no céu, cores deslumbrantes, vistas através da janela. Tempo em que o sol se punha, pensei que o vento soprava bastante frio, e uma mão branca surgiu de algum lugar fechando habilmente a janela aberta, como se estivesse lendo a minha mente. 

Admirei o homem um pouco por um instante, ele é alto e tinha grandes proporções, a sua cabeça só mostrava as costas, virou-se levemente e olhou na minha direção. 

Seu rosto foi lentamente revelado com o balançar das cortinas.  

‘É um sonho?’ Olhei para ele e pisquei. 

‘Que lindo, mas ele me parece familiar.’ ele caminhou na minha direção com um sorriso no rosto. 

Ele está vindo até em mim? Antes mesmo de terminar esse pensamento, o homem passou levemente pelo meu corpo e, com aquela sensação de vazio, estalei a língua dessa vez.  

Eu realmente estou sonhando. 

Ele passou por mim sentou-se em uma cadeira simples ao lado da cama e começou falar algo baixinho.  

Quando me aproximei, uma garotinha, que estava escondida da minha vista pelo corpo do homem, apareceu. Ela tinha um rosto pálido e os olhos redondos brilhantes, é tão bonita que dava para ver de relance que ela seria uma mulher linda quando crescesse. 

Olhando para ela agora, pensei que sua boca e seu sussurro se assemelhavam a um pássaro, percebi que a cama, o soro e um quarto branco por toda parte é claramente um quarto de hospital. 

É uma visão solitária porque a única cama no quarto é excepcionalmente grande.  

Por que estou sonhando com pessoas que nem conheço? 

Repetindo minhas memórias de hoje mais cedo, tenho certeza de que estava definitivamente a caminho de um evento para fazer um acordo. 

Mas, estranhamente, depois disso, tudo o que pude ver foi uma escuridão. Eu desmaiei? 

Olhando novamente para o homem e a garotinha. 

As pontas dos dedos do homem escovavam suavemente o cabelo da garota. Foi um movimento cuidadoso e carinhoso que parecia estar tocando algo precioso, foi o que eu senti entre eles. 

A conversa foi calma e cheia de coisas mundanas. A menina, corou encontrar os seus olhos e fingiu vomitar com as piadas dele que ouvia. 

Um silêncio suave, um toque suave. O quarto do hospital, onde estavam apenas os dois, estava cheio dessas coisas, e havia algo tão distante que me senti como se fosse um mundo diferente. 

Estava tão silencioso, eu apenas estava olhando para os dois sem dizer uma palavra do lado oposto do quarto do hospital. Logo como uma ilusão, o tempo passou como um relâmpago. 

O homem ia para casa e voltava alguns dias depois, às vezes tarde da noite, e assim que abria a porta do quarto e entrava, percebi como que aquela criança era importante para ele. 

A forma como seu rosto mudou, para uma expressão de andar pelo ciclo do inferno para voltar para casa. 

O seu rosto cansado se suavizou com a voz da garota chamando-o de ‘oppa’. Na verdade, aliviado. 

As horas passavam em paz lentamente, e eu estava apenas olhando para os dois sem dizer uma palavra. 

Não sei quando vai acabar esse sonho, mas acho que não é tão ruim assim. 

A espera não foi muito longa. Me mexi com uma certa sensação que passou pela minha cabeça, a porta do quarto que estava fechada abriu como se estivesse anunciando que era hora de acordar.