Capítulo 10

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O quarto em que entrou não era fria, então havia uma sensação de vazio. Camas dispostas dos dois lados, estantes forradas com livros e coisas de cada um, e um pano opaco pendurado no teto ocupando um canto do quarto. Ainda assim, como era para ídolos, Sihyeon, que abriu a porta sem hesitar, inclinou a cabeça um pouco e depois se moveu em direção ao pano.

Enquanto ele virava o tecido tipo cortina que tocava seus dedos, um cabide de três camadas que estava bem organizado por cor chamou sua atenção. Começando com camisas, casacos, calças e acessórios simples, cuidadosamente arrumados em ganchos pendurados na parede, parecia um tanto mórbido do que arrumado.

Isso também é obra de Lee Sihyeon? Pensando bem, parece que acabou de ouvir que havia algo como misofobia.

Chan, que havia seguido antes que ele percebesse, viu Sihyeon parada ali olhando para os cabides forrados, e silenciosamente se aproximou do lado dela e abriu a boca silenciosamente.

- ... o que houve? Eu não toquei em nada.

É um tom familiar. Ouvindo a voz de Chan, que parecia estar examinando cuidadosamente a reação do outro lado, Sihyeon foi capaz de perceber que isso havia acontecido muitas vezes no passado, mesmo sem dizer. Não bastasse ter sido expulso do quarto que dividia, ele ficou histérico. Nesse ponto, ele ficou pasmo, embora não estivesse realmente interessado nisso. Vendo Chan falar sobre isso como se aceitasse novamente, o fez pensar que tipo de Bodhisattva* ele é.

(N/t: Em sânscrito, uma das línguas sagradas do budismo, Bodhisattva significa, literalmente "aquele cuja essência é a iluminação".)

O olhar de Chan também desceu como se sentisse que ele estava o olhando. À primeira vista, a aparência parecia calma, mas a atmosfera tornava impossível tirar os olhos de algum lugar. Olhos sem pálpebras duplas e olhos escuros eram sombrios, mas isso também estimulava estranhamente seus nervos, e se ele mantivesse contato visual por muito tempo, naturalmente desviaria o olhar.

Já era assim, mas ele não podia nem prever o que aconteceria se ele ficasse aqui, então Sihyeon abriu a boca.

- Não me importo, de agora em diante, se você quiser mexer pode com moderação.

- ... ... ... .

- Posso ainda falar muito com você... Aja de acordo com a sua idade.

Ele disse isso, lembrando a idade de Chan tendo apenas 19 anos. Claro, ele era um adulto depois deste mês, mas a diferença entre um menor e um adulto é bem grande. Na verdade, mesmo quando ele era Hajin, ele era bastante organizado para um homem e não sabia muito sobre as coisas comuns porque não era um ambiente normal. No entanto, ele sabia que poderia ser estressante para um menino em plena floração ter que prestar atenção a várias coisas em uma sala com uma atmosfera tão mística.

Chan apenas olhou para ele sem dizer uma palavra.

Ele não conseguia ler bem, mas de alguma forma era como olhar para algo estranho.

Como ele não estava esperando por uma resposta, Sihyeon terminou todas as suas palavras e virou a cabeça com um rosto ligeiramente cansado. Seu corpo, que se cansa facilmente mesmo com um pequeno movimento, não se adaptou, mas isso foi um bom conforto, pois estava em um estado muito melhor do que quando acordou. Quando ele estava no hospital, estava tão exausto que passaria mais tempo dormindo do que abrindo os olhos, mas agora consegue ficar acordado mais tempo.

Foi quando ele estava pensando em qual das duas camas era sua cama.

A sensação de uma palma fria puxando seu pulso.

- Ah... ....

Antes que ele pudesse descobrir o que estava acontecendo, o corpo facilmente puxado parou bem na frente de Chan. Incerto do significado, ele levantou a cabeça, e Chan, que estava olhando para ele, estendeu a mão e agarrou o pescoço de Sihyeon com a outra mão em vez da que segurava seu pulso. Oh não, será que ele queria matá-lo, porque não precisa dele? No momento em ele continuou a pensar como uma piada que deve ter havido muito acúmulo, podia perceber que esse era o propósito original quando sentiu que Sihyeon gentilmente virou a cabeça para o lado com um pouco de força no polegar enquanto segurava o pescoço.

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