Capítulo 1

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Numa cidade de Bronx em Nova York, mora um casal apaixonado, com muito custo e dificuldades conseguiram ter o seu próprio negócio, o que começou como um barzinho, hoje se transformou em um belo e respeitado restaurante.

Nele frequenta pessoas de toda classe social, os negócios iam bem graças a Margo que sempre foi muito dedicada ao seu trabalho.

Margo e Cezar tem uma doce menina, com seus lindos cabelos pretos, olhos verdes penetrantes conquista qualquer pessoa que se aproxima.

Margo- filha está escrevendo novamente?

Lavínia -Sim mamãe, olha pra senhora ver, eles gostam de receber os meus bilhetes.

Cezar-deixa meu amor, os clientes saem sempre com um sorriso no rosto.

Margo- só cuidado com o que está escrevendo filha.

Lavínia-Ta bom minha rainha.

Lavínia sempre foi muito esperta e observadora, no seu canto do balcão ela fica olhando cada pessoa que entra, e parece sentir cada emoção.

Sua maior alegria é escrever, todos os dias Lavínia escreve um bilhete para os clientes, coisa simples, um elogio, uma frase bíblica, ou um versinho que vem na cabeça na hora que está escrevendo, mas não é qualquer cliente que recebe seus bilhetes, Lavínia parece sentir quando elas precisam ter um apoio, uma palavra amiga.

Ja era meio dia, todos os dias esse horário entra uma bela mulher, Ivone sempre muito bem arrumada, seus longos cabelos loiros, boca carnuda bem desenhada, olhos cor de mel com um ar de mistério, ela já frequenta o restaurante a um tempo, mas nunca parou para comer, sempre pegava sua marmita ou o seu cafe e voltava para a empresa, toda vez que ela entra ao fundo é observada por Amélio, o cliente mais fiel do restaurante, sempre muito tímido e calado, normalmente ele nunca é visto pelos outros clientes, gosta da sua mesa afastada, Amélio é dono de uma imobiliária, um belo rapaz que carrega um amor pela Ivone a tempos, mas sua timidez nunca o deixa tomar o primeiro passo.

Ivone chega no balcão e puxa assunto com Lavínia, a doce menina tem 9 anos, sempre recebe todos com um sorriso no rosto.

Ivone- oi escrevendo muito Lavínia?

Lavínia-sim, e hoje tenho um bilhete pra você.

Ivone sério? O que está escrito nele?

Lavínia-  já você vai ver.

Ivone- fiquei curiosa rsrsrs.

Elas ficam mais um tempo conversando, a menina coloca o bilhete na sacola e volta sua atenção a escrever, Ivone agradece Margo, hoje não estava sendo um bom dia para Ivone, ela anda se sentindo sozinha, suas escolhas fizeram isso, sempre pensando só no trabalho esqueceu que a vida é bem que dinheiro, hoje ela é uma bela mulher, bem sucedida, mas sozinha.

Antes de sair ela olha pra Lavínia e sorri ao perceber que pela primeira vez ela recebeu um bilhete seu.
Ivone abre o pequeno papel cor de rosa e começa ler.

📜 Hoje seus cabelos estão mais lindos que ontem, sei que seu coração se encontra sozinho, as vezes só precisa olhar ao redor, já tem alguém que te ama e só espera por um sorriso. 📜

Ivone sorri e percorre os seus olhos para última mesa, os seu olhar se cruza com os de Amélio que ao perceber que depois de tantos anos a observando, finalmente ele foi notado.

Ivone da um sorriso que monstram as suas covinhas ,coloca seus cabelos atrás da orelha como se estivesse tudo em câmera lenda, depois de alguns segundos ela sai, seus movimentos são observados atentamente por Amélio, ele levanta da sua mesa ,deixa o dinheiro debaixo do vasinho e vai correndo atrás dela, Lavínia olha de longe eles caminhando lado a lado, os dois envergonhados, mas com tanta coisa pra falar...

Cezar- aprontando de novo né mocinha!

Lavinia- as vezes eles só precisavam de uma forcinha.

Cezar- meu doce cupido.

Assim os dias foram passando seus bilhetes eram um sucesso, todos queriam ler uma frase de incentivo daquela doce menina.

Lavínia tem um melhor amigo desde que eram crianças pequenininhas, eram inseparáveis, Cristhoffer um belo menino, muito educado e que adorava Lavínia, apesar de ser 4 anos mais velho, nunca fez diferença para ela, ele sempre a protegia na escola, cuidava das vezes que caia de bicicleta ou quando o seu irmão mais novo Gusttavo se implicava com ela.

Naquela manhã chuvosa Cristhoffer foi se despedir, Lavínia nunca lidou muito bem com a perda ou as despedidas, foi a primeira dor da saudade que ela teve.

Para despedida ela escreveu um pequeno bilhete ,letras douradas num papel preto.

📜 Nem toda a despedida é um adeus, o que me consola é que um dia vamos nos reencontrar, e se isso não acontecer, saiba que vou te levar para sempre no meu coração📜
...
Amélio e Ivone passaram a se encontrar todos os dias no restaurante, depois de um tempo começaram a sair  com frequência até que enfim se entregaram para o amor, o bilhete ficou guardado como forma de provar que na vida nem tudo o dinheiro e o sucesso podem comprar.

Hoje Lavínia completou 15 anos, mas diferente de todos os outros anos ela não está sorrindo, cantando ou o que ela mais ama fazer, escrevendo, a menina está a horas no quarto chorando, pois, mais cedo quando ela foi ver se sua mãe estava melhor da "gripe"ouviu a pior notícia que ela poderia receber, a sua amada mãe está com leucemia e o tratamento não está fazendo efeito, a um tempo que Margo sabe, ela vivi sempre doente e escondendo as muitas vezes que passou mal, pois na vida de Margo nada era mais importante que a felicidade da sua filha.

Por um descuido de sua irmã Tereza que veio para ajudar nos preparativos da festa de aniversário da menina, ela ouviu da pior forma que sua mãe está morrendo, que seu pai não sai mais do restaurante pois não consegue aceitar que vai perder a mulher que ama.

Lavínia não quis descer para o aniversário ela ficou brava e arrasada por ninguém contar o quão grave era o estado de saúde da sua mãe.

Desse dia em diante as coisas só iam se complicando, o restaurante foi vendido para pagar a conta do hospital, medicamentos e o tratamento, mas não foi o suficiente, nem tudo com o dinheiro se compra, 8 meses depois Margo os deixou, Cezar no mesmo dia não suportando a dor de perder a mãe da sua filha e cometeu suicídio deixando sua amada Lavínia sozinha.

Des de então Lavínia não escreveu mais se fechou para os amigos, ela já não sorri com tanta frequência, parecia que tudo de lindo na sua vida escapou das suas mãos, sem casa para morar, pois seu pai avia vendido para o custear o restante da dívida do hospital.

Lavínia teve que amadurecer muito cedo, suas belas lembras foram apagadas da sua mente, sem querer esqueceu de tudo que um dia a fez sorrir.

Meu paciente favorito (Bilhetes de uma garçonete)Onde histórias criam vida. Descubra agora