Lavínia amava escrever seus pequenos bilhetes e entregar para os clientes do restaurante dos seus pais, mas um trauma na sua adolescência fez perder essa vontade em escrever, por anos ela se tornou triste e solitária, não aceitava a perca dos seus p...
Vou pro quarto de Cristhoffer rindo da cara de pau desse menino, ao entrar me assusto ao ver que ele estava de pé. Hum, como isso, e quando foi isso, vejo ele apoiar na bengala que deixei pra ele, ele está bem, banho tomado, barba feita, respiro fundo tentando desatar o nó que se formou na minha garganta, eu sei, era pra eu estar feliz, mas porque é que meu peito doi tanto.
Deve ser porque meu trabalho estava acabando!
Fico admirando sua postura em frente a janela, me sentindo cada vez mais um misto de alegria por ver ele de pé e medo por ele me dispensar.
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Bato na porta para anunciar minha chegada, ele vira com um olhar mais lindo que eu já vi em quase um ano que estou trabalhando como sua fisioterapeuta, não sei, posso estar enganada, mas hoje ele está diferente, parece mais leve, tenho a impressão de que ele está quase com um semblante feliz.
Lavinia- oii... bom dia!
Falo com receio de ouvir mais ofensas!
Cristhoffer- bom dia minha pequena
Estreito meu olhos, e o olho desconfiada.
Lavinia- vejo que está bem?
Cristhoffer- muito melhor agora que você chegou.
Lavínia- hum, bebeu? Ou é febre?
Cristhoffer- rsrsrs, nenhum dos dois, só estou feliz por ter você aqui.
Lavínia- está sentindo alguma coisa, parece que já está praticamente recuperado.
Cristhoffer- sim, me parece que sim, só a perna esquerda que está um pouco incomodando ao andar.
Ouço ele falando entre sorrisos, mas não sinto animo em suas palavras.
Lavinia- vamos descer tomar café?
Cristhoffer- claro
Lavinia- quer ir pela escada ou pelo elevador?
Cristhoffer- Você acha que consigo descer as escadas?
Lavinia- vem até a porta deixa eu ver como você está com a perna esquerda.
Ele vem, anda um pouco mancando, mas anda bem firme.
Lavinia- está doendo?
Cristhoffer- não muito
Lavinia- quer tentar? Se ver que esta forçando muito a gente para, e eu te ajudo.
Ele estende a mão para que eu a segure, o olho sem intender do porque da sua mudança repentina, mas pego na sua mão, ao tocar nela sinto um friozinho na barriga, o coração parece uma escola de samba.
Caminhamos lentamente, estamos quase a escada, ele para na minha frente e me olha dentro dos olhos, como se eu estivesse hipnotizada não consigo desviar do seu olhar, Cristhoffer me puxa pela mão abraçando forte, pelo susto demoro um pouco para corresponder, mas ao sentir ele tão perto, seus grandes e fortes braços me cobrindo em um abraço caloroso, retribuio, fico ali um tempo, respiro fundo inalando seu perfume amadeirado, um tanto marcante, meus pensamentos entram em curto, mas volto em si quando ele fala perto do meu ouvido.
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Cristhoffer- obrigado por não ter desistido de mim, fiquei com tanto medo de você não voltar!
Lavinia- mesmo que eu quisesse ir, meu coração não ia permitir.
Cristhoffer me olha de um jeito que nunca avia olhado, deslizando seus dedos sobre meu rosto ele beija de leve minha testa, acho que agora o coração não sabe nem como se bate mais, estou me sentindo quando dei meu primeiro beijo, todo aquele nervosismo está gritando aqui rsrsrs.
Descemos lentamente, sem pressa nenhuma, quando vejo que ele está com um pouco de dificuldade, paro do seu lado e coloco seu braço em cima do meu pescoço, pra que ele tenha um apoio maior do lado que está doendo.
Cristhoffer- obrigado minha pequena, devo tudo a você.
Tá legal, tenho que descobrir a água que ele bebeu hoje para dar a ele todos os dias rsrsrs. O que está acontecendo com ele? Bom, nem quero saber, estou amando ouvir sua voz sensual, um tanto quanto rouca me chamando de pequena rsrsrs, sim, sou iludida, eu sei rsrsrs .
Lavinia- imagina, não haveria resultados se você não tivesse tanta dedicação na sua recuperação.
Sentamos eu fiquei do seu lado, pensando nessa mudança repentina, lembrando do seu abraço e caramba, será que é pedir demais estar em seus braços para sempre?
O vejo rindo de algo que Lucas falou, e hoje em particular seu sorriso está mais bonito. Estava tudo tão bom, que achei que nada poderia estraga esse momento, bom, achei!
Gusttavo- Olha só, meu irmão, meu filho e a mãe da minha filha juntos!
Meus olhos percorrem para o Cris que continua com um sorriso no rosto. Estava nervosa, com medo de acontecer algo de ruim na mesa, alguma discussão que possa machucar o Cristhoffer, Gusttavo senta e tenta provocar ele de todo jeito, mas sem sucesso.
Cristhoffer- uhun, foi bom você ter tocado no assunto da empresa, apartir de hoje, estou no comando novamente!
Agora ferrou tudo, começo apertar minhas mãos uma na outra nervosa, Cris percebe e segura minha mão, num movimento delicado entrelaça seus dedos no meu.
Lavínia-...
automática meu rosto fica vermelho, Gusttavo percebe e bate a mão na mesa.
Gusttavo- não conseguiu me segurar, agora quer pegar o paralítico?
Cristhoffer com calma solta minha mão, coloca uma de cada lado na mesa e levantar, os olhos do Gusttavo saltar de espanto por ver seu irmão de pe!
Gusttavo- como? Você está andando de novo?Como isso aconteceu?
Cris puxa minha mão me colocando de pe, vira na minha frente é fala olhando dentro dos seus olhos.
Cristhoffer- não foi fácil, mas devo tudo isso a ela, mesmo que eu tenha feito a vida dela um inferno todos esses meses, ela não desistiu nem por um segundo, segurou minha mão e mostrou pra esse cabeça dura que não adiantava ficar se lamentando sem lutar, confesso que eu demorei Lavínia, demorei a intender o que nos unia, lutei pra não sentir o que já sentia, e vi só agora quanto você estava sofrendo, mas saiba que eu também estava sofrendo, por todas as palavras idiotas que disse a você, me perdoa.
Minha nossa, por essa eu não esperava, dou um sorriso para ele saber que aceitei suas desculpas, seu olhar por nenhum segundo desvia dos meus, a um brilho nele que a muito tempo esteve apagado.
Cristhoffer continuou discutindo com seu irmão, mas com muita educação, a mesma que achei que ele nem tinha rsrsrs.
Enquanto Gusttavo gritava, Lucas foi na cozinha com Joelma comer o bolo de chocolate, me sentei, entre a voz alterada e me desliguei, já não ouvia mais nada, somente meus pensamentos gritando na minha cabeça, tentando encontrar respostas o que tinha acontecido, o porquê da mudança.
