com medo

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Capítulo 06 – Com Medo

“Mon, por que não está falando comigo hoje?” Khun Sam segura minha mão como se eu estivesse prestes a ir para o segundo andar. Eu, que estou tentando esconder minha dor o dia inteiro, paro e me viro para olhá-la com os olhos vermelhos e lágrimas prestes a escorrer pelas minhas bochechas. Khun Sam entra em pânico: “Por que está chorando?”

“Por que escreveu um testamento?”

Isso esteve em minha mente a tarde toda. O único motivo de eu não ter dito nada ainda, é porque estava com medo de me descontrolar e brigar com ela no escritório. A garota de rosto meigo, que normalmente mantém um rosto inexpressivo, suspira e me explica novamente.

“Só para garantir.”

“Você acha que vai morrer? É por isso que está preparando tudo? Vai me deixar?”

“Não é isso. Só quero estar preparada. Mon, fale comigo.”

Mas puxo minha mão e subo as escadas. Khun Sam me segue e me abraça por trás quando chegamos ao quarto.

“Não me toque.”

“Você sabe que eu penso em tudo antes de fazer. E esse planejamento é para eventos inesperados… Não sabemos se o que tenho na cabeça é maligno ou benigno. Não quero deixar para fazer tudo quando for tarde demais. É melhor preparar agora, enquanto consigo pensar direito.”

“Khun Sam disse que não há nada com o que se preocupar. Isso quer dizer que você também acha que vai morrer?” Tento sair do abraço dela, não querendo mais ouvir nenhuma explicação.

Você pode dizer que estou sendo estúpida. Mas o fato dela estar fazendo tudo isso sozinha me machuca, porque amo e me preocupo com ela. “Por que dizer que vai ficar tudo bem quando você acha que não vai?”

“Mon, Você quer mesmo desperdiçar nosso valioso tempo brigando?”

“…”

“Podemos fazer as pazes e aproveitar o máximo do nosso tempo juntas? Posso te pedir isso?”

A voz dela está cheia de medo. É irritante o fato de que o que ela está dizendo ser indiscutivelmente razoável. Sim… por que eu desperdiçaria tempo brigando com ela? A pessoa que provavelmente está mais assustada agora é a Khun Sam, não eu. Devo dar a ela todo meu suporte. Quando recupero o bom senso, paro de tentar me afastar e acaricio a mão da pessoa que tem a mesma altura que eu. Começo a entender o que ela está tentando dizer.

“Sinto muito. Eu estava errada.”

“Não vamos brigar.”

“Não quero brigar. Só estou preocupada com você… Estou machucada. Você me entende?”

“Entendo. Então você também precisa entender o que estou tentando fazer. Não quero que as coisas se compliquem após isso. Tudo o que podemos fazer agora é esperar pelos resultados laboratoriais para saber se é maligno ou benigno. Enquanto esperamos, vamos ser boas uma para a outra.”

“(Soluça) Não fale assim. Estou com medo de te perder.”

“Não estou com medo de morrer.” Khun Sam me abraça forte por trás e apoia o queixo no meu ombro. “Mas estou com medo de não poder estar mais com você. Vamos aproveitar o máximo hoje e todos os dias em diante.”

Ela diz isso enquanto cheira meu pescoço e começa a mover suas mãos por todas as curvas do meu corpo, sabendo que tem liberdade para tal. Não a paro, porque sei o que ela quer e estou preparada para ser dela em um momento como este. Me viro para ela. Ela enxuga minhas lágrimas antes de beijar todo meu rosto e me empurrar em direção à cama. Então ela tira minhas roupas, peça por peça, até que não sobra nada em meu corpo. Também lhe ajudo a se despir, para podermos nos amar como sempre fazemos.

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