Capítulo 6

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Pedri González

A culpa não é minha de eu estar em casa jogando videogame com o meu irmão e do nada meu celular tocar com um número desconhecido e eu atender sem pensar duas vezes

A culpa não é minha de ter saído correndo de casa deixando meu irmão com cara de besta sem dar explicações a ninguém e correr até o lugar em que ela estava

A culpa não é minha do motor dela ter falhado e de ter deixado ela sozinha no meio da pista escura, na chuva e com frio

A culpa não é minha de ter lembrado de dar meu casaco a ela e assegurado que do carro dela eu cuido

A culpa não é minha se ao deixar ela em casa até a porta se recusa a abrir

A culpa não é minha dela estar tão próxima a mim, próxima o suficiente para roçar seus lábios nos meus

— Eu não fiz nada, eu estou parado — Digo enquanto ela olha minha boca

— Eu que estou me aproximando, né?

— Sim e eu estou gostando disso

Quando ela se envolve ainda mais em mim e eu consigo senti-la em meus braços o portão destrava e se abre, ela pula com o susto e se afasta de mim

— Obrigada Pedri, e desculpa qualquer coisa

Vejo quando ela vira suas costas e corre para dentro, ela claramente fugiu de mim e eu volto para dentro do meu carro, dirigindo até em casa. Quando por fim chego em casa encontro Fer deitado no sofá e subo as escadas até meu quarto para tentar espairecer a minha cabeça

— Por que você saiu correndo? — Fer pergunta

É, não vou conseguir espairecer

— Jana precisava de ajuda

Fer me olha com uma cara de quem sabe o que está acontecendo, eu tinha contado absolutamente tudo sobre ela pra ele, inclusive o que aconteceu entre ela e eu e agora com sua reação ele deve estar achando que eu sou o cachorrinho dela

— Regra número 5 — Fer diz

— Oi?

— Não demonstre amor, o amor vai te matar

Ele estava certo, mas toda vez que eu via ela, eu me esquecia disto

— Não estou apaixonado

— Ainda, cadê o Pedri mulherengo que eu conheço?

— Estou aqui

— Não parece, fixou na menina e agora não pensa em outra coisa

— Temos química Fer, isso é notável, e toda vez que a gente se esbarra por ai é quase impossível nossos olhos não se cruzarem como se fossem dois ímãs

— Iiiih, que papo de apaixonado, Pepi

Ele joga um travesseiro na minha cara e me chama para mais uma partida de videogame querendo que meu foco e atenção se desvie, eu aceito, preciso tirar essa tensão que ela deixou em minhas costas

NO OUTRO DIA

Chuto a bola em direção ao gol e ela faz uma curva linda e explode na trave. Estávamos treinando já pensando no próximo jogo que será difícil ainda mais por ser fora de casa, continuo batendo faltas uma atrás da outra

— Calma, Pepi, deixa um pouco pro jogo — Gavi grita enquanto corre até mim

Olho ao redor e vejo que todas as bolas estão espalhadas pelo gramado depois da minha sequência de chutes, Gavi se junta a mim e me ajuda a reuni-las novamente em seu devido lugar

O jogo do amor - Pedri González (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora