I don't know you yet

Why

Eu não iria postar esse cap agr pq eu queria terminar a capa dessa fic primeiro
(que remete a esse cap aliás)
Mas n tô ficando agradado com ela, provavelmente vou jogar tudo fora e fazer outra
Mas n seria justo deixar vcs sem nada
Espero que vcs gostem desse cap tanto quanto eu gostei ♥️

O garoto loiro agarrou o meu pulso e me puxou pelas ruas, não era um aperto suave, machucava um pouco e tinha uma carranca feia no seu rosto. Por um momento pensei que ele estava me levando para um lugar mais fácil de me matar e esconder o  meu corpo.
Acabamos parando na frente de uma casa bonita de dois andares e o quintal da frente espaçoso, o sobrenome da placa estava escrito “Bakugou”. Cruzei os dedos para essa ser sua casa e não a casa de algum colega seu que iria me bater também.
Quando ele tirou a chave do bolso e abriu a porta, eu fiquei subitamente nervoso, não sei o porquê, minhas mãos suavam muito. O garoto me soltou e mandou eu ficar esperando no sofá da sala antes de subir as escadas, provavelmente indo para o seu quarto.
Cogitei a ideia de sair por aquela porta e correr o mais rápido que eu pudesse, de ir embora e destruir a minha marca até esquecer disso. Mas eu não queria, eu não queria que aquilo acabasse assim e eu também não queria destruir a minha marca, não queria ter que ir embora.
Minha marca coçou, o loiro provavelmente estava incomodado, talvez sua marca estivesse ardendo e doendo por minha causa, então tentei relaxar. Não é como se ele já não soubesse meu nome, sobrenome, distrito aonde moro e onde eu estudo.
O garoto ranzinza desceu um tempo depois, agora ele estava com um shorts e também uma camiseta nova invés daquela suada e fumegada que ele usava antes, suas mãos também estavam limpas.
Foi então que me toquei que meu pulso estava com fuligem, esfreguei um pouco para tirar o excesso.
– Esta é a sua casa?
– O que você acha? – Debochou e eu quis atirar outra latinha nele.
– Então seu nome é Bakugou – Falei o óbvio e ele levantou uma sobrancelha antes de revirar os olhos – Eu vi na placa.
– Meu nome é Katsuki Bakugou.
Era um nome muito bonito, mas escondi isso dele.
– Que nome feio.
Ele fez outra cara feia antes de revirar os olhos novamente, esse seu costume era meio irritante.
Fomos na sua casa da árvore, seu quintal atrás era um pouco maior do que na frente, havia bastante árvores e um canteiro com várias flores que eu consegui identificar graças a horas de jardinagem com a minha mãe.
Eu sempre quis uma casa na árvore, mas mamãe e eu fomos embora antes que eu conseguisse uma. Não pedi mais por uma casa na árvore depois de um tempo, porque mamãe estava ocupada demais e eu ainda queria ser o bom garoto que não dá trabalho para os outros.
Bakugou falou que o pai dele que construiu, depois ficou reclamando que era por isso que ela já estava bamba, que o verde claro não era tão bonito e que ela era mais pequena do que as que ele via na internet. O garoto continuou reclamando sobre como ele queria que tivesse um escorregador também, concordei com ele nisso, um escorregador seria legal.
A casinha até que era espaçosa, verde não era minha cor favorita, mas ela se disfarçava no meio das folhas das árvores, até mesmo a tintura descascando era bonito, parecia um charme aconchegante.
Por dentro ela era um castanho claro da madeira, um pouco mais escuro por causa do verniz, havia um tapete do All Might no meio, um sofázinho perto de uma mesinha com alguns lápis e papéis, havia três janelas de madeira e vidro, além de prateleiras cheias de mangás e duas figures também do All Might.
Me aproximei delas, evitando tocar os bonecos quando percebi que o dono deles provavelmente não gostaria disso. Continuei olhando ao redor, o por do sol entrava por uma das janela, era uma vista bonita, os telhados das casas, e dali dava para ver a placa da sorveteria também.
– Pode tocar nos bonecos esses não são oficiais mesmo – O garoto loiro resmungou, pegando alguma coisa em uma mochila que estava perto do sofazinho azul escuro – As oficiais estão no meu quarto, não que você vai chegar a vê-las – Debochou e eu revirei os olhos.
Segurei o boneco com cuidado nas minhas mãos, ele estava certo, a tintura da figure não estava bem feita e tinha algumas rebarbas. Achei bonita apesar disso, eu não tinha muita coisa do Crimisson Riot igual Bakugou tinha do All Might.
Mas a culpa disso era exclusivamente da sua menor popularidade, não haviam tantas coisas do Crimisson quanto haviam do All Might e isso era uma pena.
– Eu queria ter mais coisas do Crimisson Riot – Desabafei, colocando os bonequinhos de novo na prateleira empoeirada, ele deveria limpar mais a casinha.
– Quem? – Ele perguntou distraído, finalmente achando o que estava procurando na mochila, também do All Might  – Achei!
– Crimisson Riot é simplesmente o melhor herói de todos! Eu não acredito que você não conhece ele! – Exclamei estupefato, era como se eu tivesse acabado de ver um fantasma, bem que um fantasma me assustaria menos.
– Óbvio que eu não conheço, não dou atenção para um extra qualquer por aí.
Eu iria rebater ele, mas antes disso Bakugou me tacou um esparadrapo e uma fita, me encarou profundamente e mandou eu enrolar minha marca antes que seus pais chegassem do trabalho.
– Eles vão reconhecer.
Foi tudo o que me disse, mas eu ainda não sabia o porquê ele me levou para ali, o porquê ele estava disposto a ter algum contato comigo. Talvez sejam as marcas, ou a ideia de ter uma alma gêmea, embora Bakugou não parecia ser alguém que ligasse ou ansiasse por isso.
Éramos muito diferentes, em vários aspectos, no começo, fiquei com um pouco de inveja dele, eu também queria uma quirk mais legal, uma casa na árvore, papai e mamãe casados além de uma enorme casa e quintal para brincar.
Olhei pela janela da casinha novamente, o azul naval do céu já estava começando a substituir o rosa quente. Estava na hora de ir embora, logo mamãe ficaria preocupada comigo, talvez ela até fosse atrás de Tomo, e isso era uma dor de cabeça que eu não queria lidar.