Capítulo III

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Alguns dias se passaram e Helô iniciou a terapia. A delegada se sentiu bem logo após a primeira sessão, pois sentiu uma identificação rápida com a psicóloga. A profissional a deixou tão à vontade que além de não ver o tempo passar ela se surpreendeu por ter conseguido expor os sentimentos ambíguos em relação a Stenio e em relação a maternidade surpresa. A delegada saiu da sessão já pensando na próxima, e seguiu para a delegacia onde o trabalho a aguardava.

"Bom dia, Yone! o que temos pra hoje?" se sentando na cadeira confortável de sua sala.

"Apenas esperando aquele mandado de prisão pra gente ir. Aceita um café?"

"Não, eu to tomando chá" - Disse Helô levantando um copo térmico com tampa.

"Fez promessa, foi? - perguntou Yone rindo - Nem lembro a última vez que te vi tomando café, logo você, a mais viciada da delegacia" - comentou a amiga despretensiosamente.

Helô ficou sem reação ao perceber a observação da parceira e pensou em contar pra ela o que estava acontecendo. Entretanto, um policial adentrou a sala com o mandado de prisão e elas logo tiveram que sair.

Escritório

Bom dia, dona Cotinha, tudo bem? - atendeu Olívia.

"Até que enfim consegui falar com alguém hoje! Helô não atende o celular, Stênio também não, na casa dela ninguém atende, que dificuldade!

"O dr. Stênio está em reunião com um cliente, a senhora quer deixar recado?"

"Peça pra ele me ligar! Bom dia"

Assim que Stênio saiu da reunião, Olívia deu o recado a ele que ligou para a tia que tanto considerava.

"Bom dia, tia Cotinha, me desculpa pelo desencontro! Como a senhora está?"

"Eu estou indo... liguei pra convidar você e a Helô pra jantarem comigo aqui em casa em comemoração ao meu aniversário, vocês vêm?"

"Claro que iremos, tia. Estaremos aí. É na sexta né?"

"isso, meu filho"

"a Olivia me disse que a senhora não tinha conseguido falar com a Helô, eu vou falar com a ela e estaremos aí"

Ambos se despediram e Stênio tentou falar com Helô algumas vezes, tanto no celular da delegada, quanto no de Yone, visto que ambas sempre estavam juntas. O advogado logo se preocupou pensando que Helô poderia estar em diligência e decidiu ir até a delegacia verificar e esperar por ela.

Quando Helô e Yone chegaram da diligência deram de cara com Stenio sentado na sala da delegada esperando por ela.

"Stenio? o que você ta fazendo aqui essa hora criatura?"

"Você foi fazer prisão, Helô? - Stenio perguntou visivelmente preocupado"

Helô logo percebeu o que poderia vir em seguida e pediu licença para Yone, que saiu estranhando a reação do advogado a uma atividade que Helô desempenhava há mais de 20 anos.

"Eu fui, mas era uma coisa simples, tudo bem planejado"

"Helô, você melhor que ninguém sabe que essas situações podem fugir do controle, do nada você pode ter que se jogar no chão por exemplo!"

"Eu sei, eu sei, tu tem razão, eu não pensei direito..." - A delegada abaixou a cabeça e o advogado a acolheu num abraço.

"Eu sei que a situação é nova e você quer ir devagar, esperar esse primeiro mês, mas você precisa pelo menos falar com um superior e com a sua parceira" - beijando o topo da cabeça dela.

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